Fanfic: Sedução Fatal (Terminada)
Os primeiros raios incandescentes do amanhecer ameaçavam
romper o horizonte quando Alfonso montou na motocicleta preta cromada que
estava estacionada em frente ao Skull Creek Inn e ligou a ignição.
Ele arrancou com a moto e o ronco do motor cortou o
silêncio matinal. Acelerou e engatou a primeira. Saiu jogando cascalho para os
lados e pegou a rua principal.
Poucos segundos depois, pegou a estrada para sair
da cidade e aumentou a velocidade. O vento o açoitava, sem esfriar o fogo que o
esquentava por dentro. Ele estava cheio de energia. Totalmente ligado. Seus
sentidos estavam mais alerta do que nunca.
Ouviu o farfalhar de um coelho no mato em meio ao
zumbido do vento, o sibilar dos grilos, o ruído frenético de um despertador em
uma fazenda que mal se via no horizonte. De esguelha, viu uma cobra verde espreitar
em um arbusto e o brilho de seus olhos ao ver um esquilo subir numa árvore. A
despeito de estar começando a clarear, as estrelas pareciam mais brilhantes e a
lua, de um prateado mais vibrante.
O aroma nauseante do feno fez cócegas em suas
narinas, bem como o forte odor de maçãs e abóboras de uma fazenda das
redondezas. Sentiu o cheiro empoeirado da estrada de cascalho que deixava para
trás e o aroma limpo da água fresca sendo puxada de um poço a poucos
quilômetros.
Entretanto ele sentia, mais que tudo, o cheiro
dela.
O doce cheiro de algodão-doce e da mulher quente
não o largava, lhe enchia a cabeça, e ele sentiu vontade de voltar para o
motel.
Voltar para ela.
Oito horas, e ele ainda não estava satisfeito.
Quando saiu ela ainda estava quente e vibrante como no momento em que a
conhecera, o que tornou ir embora muito difícil para ele. Droga, ele ainda
ficou por mais dez minutos. Tocando-a com os olhos. Percorrendo seus traços.
Observando-a dormir. Querendo tocá-la outra vez, e com um desespero que jamais
sentiu antes.
Dez malditos minutos.
Ele ainda não estava acreditando. Um se transformou
em dois, e antes que ele soubesse, soou o alarme de seu relógio, dando-lhe um
choque de realidade. Ele tinha de encontrar um abrigo antes que virasse um
monte de cinzas.
Viu uma trilha à frente. Era pouco mais que uma passagem
entre as árvores, mas dava para sua moto passar. Diminuiu, desviou e depois
acelerou novamente, desviando aqui e ali para evitar galhos. O tempo estava
passando e pontos de luz surgiam entre as árvores. Alguns raios mortais o
agulharam aqui e ali enquanto ele corria para encontrar abrigo.
Mais rápido
Mais rápido.
Pronto.
As árvores foram escasseando e ele viu a boca de
uma grande caverna na qual tinha reparado na noite anterior. Uma onda de calor
lhe tomou quando ele deu os últimos passos rumo à receptiva escuridão. Ficou
cego de dor e caiu, desviando por pouco de uma parede de pedra à direita. A
motocicleta parou e o motor morreu.
Alfonso ficou lá sentado por vários segundos,
deixando a escuridão o engolir e refrescar sua pele queimada. O cheiro de
fumaça diminuiu e logo sua visão retornou. Ele piscou os olhos, que logo se
ajustaram à escuridão de dentro da caverna.
Ligou então a motocicleta e a levou para as profundezas
da caverna. Foi atraído pelo som fraco de água corrente e seguiu por um pequeno
túnel que desembocava em uma enorme caverna escura. Água borbulhava de uma
fonte subterrânea próxima, formando uma pequena piscina cristalina.
Desligou o motor e estacionou a moto. Pegou a mochila
de couro que estava na garupa e dela tirou o saco de dormir, estendendo-o no
chão sujo. Jogou o chapéu no chão e tirou a camiseta antes de voltar a atenção
para o resto do corpo. Sofrerá apenas queimaduras leves - nas mãos, no pescoço,
na base do rosto - graças ao tempo extra que passou no motel, mas mesmo assim a
dor era excruciante.
Forte o bastante para ele se retesar ao se abaixar.
Forte o suficiente para tirar de sua mente o cheiro
delicioso daquela mulher, impregnado em sua pele, e o gosto doce de seus
lábios, e a visão daquele corpo vigoroso e enrubescido, dos olhos fechados, dos
lábios entreabertos ao gemer.
Ele estava ferido. E mais, estava satisfeito e
cheio de energia, de modo que o desejo por ela - por qualquer mulher - fora
totalmente saciado.
Mas ele não conseguiu relaxar ao se esticar no saco
de dormir. Os minutos passavam lentamente e, ao invés de se concentrar no dia
seguinte - planejara chegar à praça central da cidade e ver se conseguia
localizar onde exatamente se dera a transformação -, se pegou pensando nas
últimas horas.
Ouviu aquela voz suave em sua cabeça, a viu deitada
sob ele e sentiu a suavidade aveludada daquela pele em seus lábios. Sentiu o
gosto de seu sexo quando ela chegou ao clímax, e pela primeira vez em toda sua existência
Alfonso Herrera sentiu uma incrível necessidade de voltar.
Não que ele fosse fazer isso, é claro.
Uma noite era tudo que ele podia dar a qualquer mulher.
Até mesmo para uma mulher doce e excitante como
Anahí Puente.
Especialmente para uma mulher doce e excitante como
Anahí.
Seu jeito de olhar para ele, como se ele fosse um
homem e não um monstro - como se ele fosse o homem -, o fez esquecer do
passado e do tormento a lhe corroer a alma.
Mas ele não era o homem para ela.
Autor(a): annytha
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Esta era uma verdade da qual ele conseguiu escapar por alguns bem-aventurados minutos, mas que logo retornou. Deixou-se envolver pela escuridão. E pela pele queimada que fazia a cabeça palpitar. E pela sede de sangue que rugia dentro de si. Podia ter saciado a fome de sexo, mas não saciara a necessidade de beber. Quase. Alfon ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 76
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jl Postado em 10/12/2010 - 16:39:25
AAAAAAAA
Acabei de ler *-*
Adorei a historia, apesar que não gostei do epilogo deverria ser AyA mais tudo bem *-* -
rss Postado em 08/04/2010 - 21:35:00
AAAAAAAAAAAAAAAAAAMEI O FINAL
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:34:59
AAAAAAAAAAAAAAAAAAMEI O FINAL
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:34:59
AAAAAAAAAAAAAAAAAAMEI O FINAL
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:40:28
Ameiiiiiiiiiiiiiiii parabéns as suas webs são maravilhosas.
Não demora para postar mais webs por favor. -
kikaherrera Postado em 02/04/2010 - 22:51:00
Amandoooooooooooooooo a web.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:59:00
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:58:52
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:58:42
Como vc é mal parar logo nessa parte.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:59:18
Amei a sinceridade do Poncho com a Annie.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa