Fanfic: Sedução Fatal (Terminada)

-  O que me leva a crer - ele
continuou - que você atrai mais perdedores em nível subconsciente por uma das
duas razões: ou porque você não quer ser feliz no amor, ou então você está
entrando na cama do lado errado.

- Não podem ser as duas coisas? - A
pergunta veio de uma morena de vinte e poucos anos que estava fazen­do as unhas
de uma cliente do outro lado. Olhos verdes familiares fitavam do alto de um par
de óculos de arma­ção conservadora.

Cheryl Anne era doce, esfuziante e
extremamente mi­mada. E era irmã mais nova de Poncho e, portanto, um pouco nerd também, graças ao DNA. Em um esforço para desfazer
esta imagem, escolheu fazer cosmetologia em vez de direito. Uma escolha que não
aborreceu seus pais nem um pouco, pois assim ela continuaria moran­do com eles.
Os dois ficaram de coração partido quando Dill foi morar sozinho na tenra idade de 27 anos. O pai - um juiz de paz local -
costumava levar o almoço para Cheryl Anne e sempre deixava cheio o tanque da
BMW de sessenta mil dólares que lhe dera quando ela tirou a licença de
manicure. A mãe sempre aparecia no trabalho para oferecer o cartão de crédito
ou trazer café com leite.

- Talvez ela esteja
subconscientemente atraindo per­dedores por querer na verdade se envolver com
uma mu­lher - Cheryl Anne prosseguiu.

Charlie sacudiu o pente em direção a
ela.

- Foi o que eu disse.

-Não disse, não. Você disse por uma
das duas razões.

- Isso mesmo -- disse a mulher que
estava sentada na cadeira de Charlie, os cabelos como um capacete de futebol, e
soprou um pedaço de franja que lhe caiu sobre os olhos. - Você disse uma das
duas.

- Quis dizer uma das duas, ou as
duas. - Charlie pegou uma mecha de cabelo e passou o pente. - É um modo de
dizer. - Fuzilou Cheryl Anne com os olhos. - Pare de criar caso. Você está
desviando o foco do mo­mento especial de Anahí.

- Parabéns - ecoaram as mulheres
sentadas em fila debaixo dos secadores de cabelo.

-  Estamos tão felizes por você.
- Cheryl Anne olhou para Anahí. - Tenho um kit especial de esmaltes muito
sensuais, especiais para noivas. Você precisa me deixar experimentar.

- Com certeza farei seu cabelo. Estou
pensando em um penteado alto com pérolas...

- Espere - Anahí cortou, a mente
dando voltas. Ca­sar? Ela não ia casar. De
todas as idéias ridículas...

- Tem razão. Pérolas são muito
antiquadas. Cristais de quartzo fazem mais seu estilo.

- Adoro cristais de quartzo - Cheryl
Anne deu pal­pite.

- Eu também - disse a mulher do
cabelo de capa­cete.

- Não vou casar - Anahí disse. - Que
loucura.

- Claro que vai.
Você acabou de ficar noiva. Prova­velmente ainda nem escolheu a data, não é? -
Antes que Anahí conseguisse dizer que não ia se casar ago­ra, e se dependesse
de sua sorte, nunca, Charlíe pros­seguiu. - Posso entender que ele deve ter
acabado de pedir sua mão e você não teve tempo de contar a todo mundo. Afinal,
tenho certeza absoluta de que você não marcaria a data sem contar ao seu melhor
amigo. Já foi suficientemente ruim saber do noivado através de Janice Simcox,
que ficou sabendo por Rochelle Pryor, cujo irmão Mitchell Davis lhe contou, que
por sua vez ouviu de Eldin...

- Winona-Anahí
interrompeu ao perceber que tudo fazia sentido, desde o "presente de
casamento" de Poncho até aquela teoria sobre lesbianismo. Em uma cidade pe­quena,
sexo queria dizer namoro, e namoro queria dizer até que a morte nos separe.