Fanfic: Sedução Fatal (Terminada)

Isso se a mulher em
questão se enquadrasse entre as legais. Charlie levou as mãos aos lábios finos.

- Você não contou
nada para aquela fofoqueira antes de falar comigo, não é?

-  Não. Quer
dizer, sim. Mais ou menos. - Anahí balançou a cabeça. - Ela me perguntou sobre
a noite passada e eu disse que estava com Alfonso. Mas ele é só... um amigo -
disse ela. - Não é meu noivo.

- Namorado. Noivo.
Qual é a diferença?

- O anel. - Uma
mulher olhou debaixo de um dos secadores. - Uma pedra grande do tamanho do
Texas.

- Amém - disse a
mulher ao lado. Charlie sacudiu o pente.

- Darlene e eu nos
amarramos sem aliança alguma e estamos casados há quase dez anos. Ela queria um
dia­mante com anel de platina que eu não podia bancar, já que na época apenas
lavava cabelos no salão Earline. Mas resolvemos ficar juntos, arrumei dois
empregos e economizei para comprar um anel, e ficou todo mundo satisfeito.

-- Toda garota
precisa de um anel. Uma mulher en­trou na conversa. - Eu diria que seria melhor
usar um anel mais barato e substituir depois. Wally Picker acabou de receber um
carregamento de zircônio cúbico. - Ela exibiu uma das mãos com unhas
recém-feitas.

O recente noivado de
Anahí foi logo esquecido quan­do todo mundo parou para olhar para a pedra
cintilante no dedo da mulher.

Anahí aproveitou a
distração para correr para uma sala nos fundos. Poucos segundos depois, pôs a
bolsa no ar­mário com tranca, vestiu o avental e tentou entender o que havia
acabado de acontecer.

Graças a Winona, a
cidade inteira pensava que ela ia casar.

Aliás, graças a ela
mesma.

Claro que ela jamais
pronunciou a palavra casamento, mas revelou que
tivera uma noite de sexo selvagem.

Em uma cidade
pequena como Skull Creek, uma noite de sexo selvagem só poderia significar uma
coisa para uma boa menina como Anahí: ela ia casar com a outra metade
responsável pelo sexo selvagem.

Fechou os olhos e
bateu a cabeça no armário. Uma vez. Duas. Sua testa doeu, mas ela não se sentiu
nem um pouco melhor. Sentir pena de si mesma não mudaria nada. Só havia um
jeito de sair desta enrascada.

Tinha de dizer a
verdade. Contar tudo. Todos os deta­lhes sórdidos. Desde a severa carência
sexual até a acei­tação causada pelos hormônios em ebulição e os deta­lhes
constrangedores e humilhantes.

Mas tentara explicar
tudo naquela manhã e tudo ter­minara desta forma.

E se ela contasse
tudo, todos saberiam que ela se en­volvera com um completo estranho. Ela era
adulta, uma mulher normal, independente e sensual, perfeitamente capaz de um
caso passageiro. Este fato bastaria em qual­quer cidade grande do mundo livre.
Mas estava em uma cidadezinha do Texas onde a fofoca imperava.

Anahí passara a vida
toda tentando sair da sombra de Jolene.

Uma noite apenas
bastaria para que ela voltasse à sombra se as pessoas soubessem da verdade.

Melhor seguir o
fluxo e fingir que estava em um re­lacionamento - um relacionamento à
distância, já que Alfonso havia saído da cidade - e depois lentamente tirar o
corpo fora.

Já resolvida,
abandonou a segurança da sala dos fun­dos e foi para a área central. Poucos minutos
depois a se­nhora MacGregor, enrolada em uma capa negra, ocupou a cadeira de
trabalho de Anahí.

- Então quer dizer
que você vai trazê-lo esta noite para o concurso culinário? - Charlie deu uma
olhada em Anahí.

- Eu...