Fanfic: Sedução Fatal (Terminada)

Ele a sentira desde que voltara para
a cidade depois do pôr-do-sol - uma vibração que dominara seus nervos e pulsava
no fundo do cérebro. A mesma sensação da noite passada quando a vira, e que o
sexo havia apenas intensificado. Droga.

Ela podia ao menos não encontrá-lo
naquele momen­to. Podia estar dormindo em casa. Exausta. Recuperan­do-se depois
de ele sugar sua energia.

Mas. em vez disso, ela estava bem
atrás dele, e seu aroma lascivo lhe penetrava as narinas. Sua respiração suave
ecoava em seus ouvidos. O desejo sexual se reme­xia por dentro dela, e ele
sentiu seu desejo se renovar. Sim, ele precisava dela. Não dela, veja bem.

Claro, seus cabelos eram os mais
sedosos que jamais tocara e ele gostou do som que ela fizera quando a toca­ra
logo abaixo do umbigo. Droga, sim, gostara do jeito que ela o encarara quando
ele estava dentro dela, como se conseguisse ver além das correntes que o
ligavam ao homem que era.

Forçou-se a afastar aquele pensamento
maldito. Sexo, ele pensou. Nada havia de especial em Anahí, a não ser o fato de
ser mulher.

Foi o que ele tentou pensar quando
seu olhar se depa­rou com o dela.

Por uma fração de segundo, ele quis
mergulhar de ca­beça naquelas piscinas quentes e douradas que lhe faziam
lembrar das garrafas de uísque do outro lado do balcão. Potentes. Inebriantes. Problemas.

Quando ele descobrira a verdade sobre
o que Sam Black lhe fizera, ficara apavorado, enojado e enlouquecido. Não quis
acreditar que se tornara um monstro e acabou recorrendo à bebida para escapar.
Ela o ajudava a esquecer e fingir que ainda era humano.

Por enquanto.

Mas então a fome o atacava e como ele
estava bêbado e fraco, foi dominado pela voracidade a ponto de fazer o
indizível...

Quase.

Porque Garret aparecera. O vampiro
que o alimentara até sua sanidade retornar. E então Garret lhe ensinara a
nunca, jamais, se deixar vencer pela fome.

Evitara a parte mais difícil até
agora, temeroso de bai­xar a guarda. Apavorado pela idéia de perder o controle
arduamente conquistado.

Como
perdera na noite passada.

Não. Não completamente.

Nunca mais.

- O que está fazendo aqui? - ela
perguntou.

- Conversando com você, querida.

- Não estou dizendo aqui no bar,
estou dizendo aqui. Pensei que você estivesse de
passagem.

- Estou. Ficarei aqui até o próximo
domingo e de­pois vou embora.

- O próximo domingo? Mas isso é daqui a oito dias.

- Uma mulher que sabe contar. - Ele
piscou. - Gostei.

- Oito -
ela repetiu, como se ainda estivesse tentan­do absorver o fato. - Mas você não
pode... Eu não pos­so... Eu... Achei que você ia embora. Foi só por isso que
dormi com você. - Quando ele franziu a testa, Anahí acrescentou - Tudo bem, não
foi a única razão, mas foi o fator decisivo. Uma noite. Era isso.

- Foi isso.

- Exatamente. Mas agora você está
aqui e todo mun­do pensa que você é meu noivo. Eu sei - ela se apres­sou em
dizer - que deveria ter sido apenas uma noite e é. O pessoal da cidade acha que
você é meu noivo, mas não significa que você tenha qualquer obrigação comigo.
Não tem. Porém, Winona, que é avó do dono do motel, entrou no quarto para
arrumá-lo e me encontrou nua e concluiu que eu não poderia ter passado a noite
fazen­do sexo porque faço o tipo boa moça, o que feriu meus sentimentos, e eu
não me contive e acabei dizendo a ver­dade. Então ela concluiu que, sendo eu
uma boa moça, não transaria com qualquer um. Então só podia ser um novo
namorado. Por isso, quando cheguei ao trabalho, já estavam dizendo que eu ia me
casar.

-- Você está brincando, não é?