Fanfic: Sedução Fatal (Terminada)

Para surpresa de Anahí, não foram para o Skull Creek.
Alfonso passou direto pelo motel e foi para a casa dela. Ela se preparou para brigar quando ele desligou a moto e a seguiu até a porta.
Não que ela tivesse medo de ele forçar a barra para entrar. Não precisaria. Se ele a beijasse e tocasse como nas noites anteriores, ela sabia que o receberia de braços abertos, e era isso que ela mais temia.
-  Escute - ela começou a dizer, mas ele a cortou levando-lhe o dedo aos lábios.
- Eu sei o que você pensa, mas eu não sou como os outros homens de seu passado. Sou diferente. Nós somos diferentes. - Antes que ela pudesse responder, ele a beijou.
Foi um beijo como nenhum outro. Suave. Doce. Terno.
E então acabou.
Ele foi embora.
Ela se viu olhando para o ponto vazio no qual ele estava segundos atrás. Olhou então para a motocicleta estacionada e o encontrou montado na monstruosa máquina preta cromada.
Ele foi rápido. Rápido demais.
A máquina rugiu em seus ouvidos quando ele deu a partida. Ele saiu voando e ela foi tomada pela decepção.
Ficou observando enquanto ele virou a esquina e desapareceu. Mas ela só entrou quando o som se dissipou completamente.
Porque ele podia mudar de idéia.
Porque ela queria que ele mudasse.
Foi para a cozinha pensando nisso. Acendeu a luz e ligou o rádio.
Passou as quatro horas seguintes experimentando cores na parede. Mas por mais que pintasse, não tinha como tirar da cabeça o arrependimento que a corroía por dentro. Suas mãos tremiam de desejo. Suas coxas doíam e seus mamilos estavam intumescidos. A cada pincelada na parede ela imaginava Alfonso tocando-a, passando as mãos em sua pele.
E ela que pensou que ele era o tarado. Ela era hipócrita. Lá estava ela, determinada a provar sua culpa quando sabia o tempo todo que estava escrito em sua testa que ela o queria. Mas aquilo... aquilo era só sexo. Não era para valer.
Foi o que Anahí pensou. Só não tinha muita certeza que ainda acreditava nisso.
Esqueça que é um vampiro mau e bebedor de sangue.
Ele era um vampiro louco, mau e bebedor de sangue.
Foi o que Alfonso percebeu ao parar em um posto de gasolina destruído no fim da cidade.
Ele devia estar na casa de Anahí, mergulhando em seu corpo cálido, sugando sua deliciosa energia.
Mas lá estava ele.
Ele caminhou ao redor da construção abandonada, seu olhar captando tudo apesar do manto de escuridão. Ele via tudo, desde os pedaços de metal enferrujado nas paredes até uma diminuta aranha tecendo sua teia do outro lado de uma janela suja. Ele fechou os dedos sobre um cadeado na garagem ao lado. Com uma pressão mínima ele se quebrou.
Alfonso tirou a corrente e abriu a porta. Entrou, pisando o chão empoeirado com suas botas enquanto avaliava o interior. Era bem maior do que parecia por fora. Tinha espaço de sobra para uma mesa de trabalho, instrumentos e um ponto de soldagem.
Isto se ele fosse ficar.
Mas não ia. Estava só pensando. Sonhando. Desesperado para se distrair daquele desejo maldito que lhe palpitava na virilha.
Mas se ele desejasse ficar, aquele lugar não seria mal como local de trabalho. Apesar de gostar de viajar a trabalho, não gostava de sempre ter de montar locais de trabalho provisórios. Seria muito mais conveniente ter um local fixo.
Aquela idéia lhe trouxe a imagem da casa de Anahí.