Fanfic: Sedução Fatal (Terminada)

Foi o que fizera na semana anterior. E passou todas
as noites desde então fazendo uma lista do que precisava de conserto - não era
à toa que a chamavam de "reforma-dora". Ainda tinha muito a fazer,
desde pintar as paredes a trocar o piso, mas ela estava se sentindo bem. Sentia-se
produtiva.

Mas se ao menos estivesse plena.

Na verdade precisava de satisfação... sexual.

E essa certeza não lhe saiu da cabeça enquanto ela
caminhava até a barraca de bolo e café.

Não que ela não pudesse ir para casa agora mesmo e
resolver isso sozinha se quisesse. Fazia compras on­line e tinha um pequeno
arsenal de brinquedos eróticos para mulheres. Era perfeitamente capaz de dar
conta da situação sozinha. Mas sabia por experiência própria que o alívio seria
fugaz. Um vibrador não a satisfaria plena­mente.

Precisava de um homem de carne e osso.

Foi isso que acontecera com Bill.

Sete meses de carícias, abraços e uma ou outra ousa­dia
- quando conseguiram ficar longe da mãe dele -, e ela finalmente estava pronta
para ir até o fim. Planejara boas-vindas especiais na casa dele, com direito a
um jan­tar, em que a sobremesa era ela. Uma oferta e tanto para uma mulher que
crescera escutando sua tia-avó Izzie dizer que "os homens não compram a
vaca se conseguem o leite de graça".

Ultrapassado. Machista. Aquele ditado conseguia ser
as duas coisas. Mas era verdadeiro. A mãe de Anahí - so­brinha de Izzie -
passou a vida inteira "se dando" e nun­ca teve nenhum relacionamento
longo e significativo.

Não houve conta conjunta no banco, nem toalhas com
monogramas, nem foto da família perfeita reunida à mesa no Dia de Ação de
Graças. O que havia era só a tia Izzie, Anahí, a mãe de Anahí e o homem a quem
Anahí estivesse chamando de "tio" naquela semana.

Anahí queria mais para si mesma. Queria um
relacionamento sólido e duradouro. Permanente. E assim ela acabou aceitando o
conselho de Izzie e se preservou.

Não que fosse virgem, veja bem. Chegara a praticar
al­gumas vezes no passado. Com Jerry (antes de ele come­çar a usar as roupas de
baixo dela). E com Roger (antes de ele começar a usar seus sapatos). Mas passou
um tem­po decente com cada um deles. O bastante para preservar seu status de
boa moça e poder conhecer bem seu par.

Ao menos era o que ela pensava.

Ela pegou outro chumaço rosado e enfiou na boca.
Isto é que era êxtase. E nem precisa de pilha. Nem de período de espera. Nem de
nenhum fetiche secreto pron­to que surgiria quando ela menos esperasse.

A coisa não melhorou em nada.

- Quer apostar? - A voz masculina e profunda pe­netrou
seus ouvidos e cortou a onda de açúcar que lhe entorpecia os sentidos.

Cada nervo do corpo de Anahí ficou em alerta quando
ela parou e se virou. Seu olhar encontrou um par de olhos tão cinzentos e
translúcidos que pareciam de prata.

Sentiu que pulsava por dentro de excitação, e uma
ra­jada de desejo penetrou cada centímetro de seu corpo e fez o ar parar em
seus pulmões. Ela esqueceu de respirar enquanto assimilava a imagem do caubói
que se aproxi­mava dela.