Fanfic: Sedução Fatal (Terminada)

- Onde estou? - ela perguntou.

- Em uma caverna perto da cidade. Não é fácil che­gar
aqui, mas eu precisava de um lugar isolado para pas­sar os dias.

- Você trabalha durante o dia - ela disse, como se
quisesse acreditar naquelas palavras.

- Eu durmo durante o dia. Tenho que dormir. E tra­balho
nas motos no começo da noite. - Encarou-a por um longo momento. - Aqui dentro
não chega traço de luz do sol durante o dia. É escuro e seguro. Fico muito
vulnerável durante o dia. Sou invencível, a não ser em se tratando de estacas
de madeira e luz do sol. O sol não me mata, mas dói para caramba. Mas uma
estaca no coração... me transformaria em pó antes que você pudesse piscar duas
vezes.

Porque ele era um vampiro.

A idéia lhe veio de repente, estimulada por pensa­mentos
que lhe entravam e saíam da cabeça. Os olhos. A sensualidade alardeante. O modo
como olhava profun­damente para ela, para dentro dela. Como se ele pudesse ver
todos os seus segredos enquanto ela não conseguisse ver nenhum dos dele. As
presas.

Não! Gritou sua consciência. Não podia ser. Ele não
podia ser.

- Onde está meu carro? - Ela perguntou, ansiosa, ao
pensar no assunto.

- No centro comunitário.

- Como chegamos aqui?

- Em minha moto.

- Mas ela estava em frente à minha casa. Como é
possível?

- Nós voamos.

Ela não estava ouvindo aquilo.

- Por que não me deixou lá? Por quê...? Por que es­tou
aqui?

- Eu não ia deixá-la na porta, e você nunca me con­vidou
para entrar. Entào a pus na minha moto e a trouxe aqui.

- Mas eu estava inconsciente.

- Eu a segurei com os dois braços. Não preciso
deles para guiar. Posso fazê-lo com a mente.

Porque ele era vampiro e não homem. Loucura.

Vampiros não existiam. Aquilo era coisa de filmes.
Mitos. Um pesadelo. E isto? Anahí fechou os olhos.

- Sei que é demais para entender de uma vez só. -
Abriu os olhos ao ouvir a voz rouca e profunda.

Ele não era como todo mundo. Era uma criatura das
trevas. Um bebedor de sangue.

Ela levou a mão ao pescoço, os dedos procurando
pela pele suave.

- Você não bebeu de mim.

- Bebi, sim.

- Mas...

- Vampiros não se alimentam só de sangue. Também
nos alimentamos de energia. Energia sexual.

O quê?

Ela começou a juntar as peças. Sexo.

Uma só noite.

Por isso ele estava na festa. Precisava de uma
mulher. E a escolhera.

-  Por quê? Você poderia ter qualquer mulher,
mas me escolheu. Por quê?

-  Por que você tem muito apetite sexual. Você
se reprimiu por muito tempo e parecia um vulcão prestes a explodir. Eu não
resisti.

- Em outras palavras, você me escolheu porque eu
estava desesperada.

- E você me escolheu porque eu estava desesperado.
Você foi até meu quarto de hotel por livre e espontânea vontade.

Porque ela achava que ele era um cara normal. Tem­porário.

- Eu sou temporário - ele disse, como se lesse seus
pensamentos.

Como se?

Ele estava lendo seus pensamentos.