Fanfic: Sedução Fatal (Terminada)

- E o que aconteceu depois que você conheceu Gar­ret
e percebeu que a situação era permanente?

- Eu aceitei meu destino. Tive de aceitar. Mudava
de uma cidade a outra, morando por um tempo, me mistu­rando, até chegar a hora
de partir. Em geral trabalhava com cavalos.

- Quando se interessou por motocicletas?

- Nos anos sessenta. As motos favoreciam meu es­tilo
de vida errante. Era meu destino viver assim, ao menos eu achava que era. Até
que conheci um cara. Crazy Cooter era como o chamavam. Ele me contou sua
história, de que fora um vampiro e se livrou da fome matando o vampiro que o
transformou. E ele es­tava dizendo a verdade, pois eu olhei em seus olhos e
soube. E então percebi que não precisava viver para sempre assim. Se
encontrasse o meu senhor, poderia me libertar.

- E o que você vem fazendo nos últimos dez anos?

- Procurando. Não tinha muito por onde começar. Só
um nome. Mas bastava. Procurei por todos os Sam Black daqui até...

- Espere aí - ela cortou. - Sam Black? Que fun­dou
esta cidade? Foi ele que o transformou? Mas ele é um herói.

- Deixou de ser herói no dia em que foi atacado e
morto por aqueles bandidos mexicanos.

- Quer dizer...?

- Eram vampiros. Eles não o mataram apenas. Eles o
transformaram. Por isso não encontraram o corpo. Ele foi transformado bem no
meio da cidade, e voltará aqui no domingo.

- Por quê?

- É o instinto. Todos nós temos isso. Todos os
anos, na data exata em que ocorreu a transformação, no exato momento, o vampiro
tem de voltar ao local em que a morte acabou e a vida recomeçou, e revive a
mesma dor da transformação.

- Que horror.

- É pior do que você imagina. Mas é necessário. Eu
me preparo para isso levando sangue para não machucar ninguém durante os poucos
segundos em que perco o controle.

- Levando sangue? Como assim?

- Um animal morto, ou mesmo algumas bolsas de
sangue de algum banco de sangue local. É difícil conse­guir, mas possível.
Garret estava saindo com uma mulher que trabalhava em um desses bancos no ano
passado, então eu tinha bastante quando chegou minha hora. Mas duvido que Sam
tome as mesmas precauções. Alguns vampiros gostam da selvageria do momento.

- Acha que Sam é assim? Mas ele... é um herói.

- A fome tem um jeito de transformar a pessoa. Mas
o fato é que Sam não poderá transformar mais ninguém. Porque eu estarei
esperando por ele desta vez.

Anahí sentiu um aperto no coração.

Ela bem que tentou ir a pé, mas ele obviamente não
deixou. Ela estava caminhando quando ele parou com a moto ao seu lado e ela
acabou cedendo. Montou na máquina.

Ao chegar à casa de Anahí, Alfonso segurou-lhe o
braço antes que ela entrasse.

- Eu tenho de lhe dizer uma coisa - ele disse.

- O quê?

- Eu não bebi seu sangue. - Olhou-a nos olhos. - Eu
quis, mas não bebi. Quis muito. Jamais senti nada pa­recido por outra mulher.
Sempre é uma questão de sexo ou sangue, nunca os dois. Até conhecer você.

Então ele deu as costas, montou na moto e deu a par­tida.

Deixe-o ir, ela pensou. Esqueça-o, como esqueceu to­dos
os outros.

Essa não.

A verdade se cristalizou ao vê-lo partir.

Ela o amava.

-  Alfonso! - ela gritou antes que ele saísse
com a moto.

Ele desligou o motor.

- Você não quer entrar um pouco?

Ele entrou.

E se amaram.

E
pela primeira vez ele provou de seu sangue.

posto só se tiver muito comentários.

obrigados a todos.

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Pescoços vermelhos e rosas