Fanfic: Uma Vez Amantes (TERMINADA)

Depois da volta no carrossel, decidiu
reencontrar Winona para conversar mais um pouco antes de retornar ao chalé, e
despediu-se dos Uckerman.

Lily Mae e várias outras mulheres
estavam sentadas na enorme mesa onde haviam deixado Winona. A viúva apresentou Anahí
a todas.

- Anahí é a agente do FBI investigando
o assassinato na reserva - ela informou, completando sua apresentação.

- Ainda não determinamos se foi
assassinato - Anahí apressou-se em corrigir.

- Ora, todo
mundo sabe que foi isso que aconteceu - retrucou Lily Mae, com ar de
autoridade. - Caso contrário, por que haveria um esqueleto ali?

- Pessoas morrem das causas mais
variadas - afirmou Alfonso, postando-se ao lado de Anahí. - Semana passada, uma
mulher se engasgou com um cachorro-quente, no Big Timber, e quase morreu
asfixiada antes que os paramédicos chegassem para socorrê-la.

Lily Mae fitou o próprio
cachorro-quente, e, depois, deu de ombros.

- Há mortes piores.

Ela pôs o resto do cachorro-quente na
boca, enquanto as outras mulheres riam ou olhavam para ela chocadas.

Anahí estava entre as que sorriram.
Pensou que talvez devesse convidar o pai para visitá-la e cozinhar algo para
ele e a viúva. Seus olhos fixaram-se em Alfonso. Não. Ele, Anahí não
convidaria.

- Winona, acho que vou para casa -
disse. - Que tal jantarmos fora amanhã à noite? Pensei em experimentarmos a
nova pizzaria perto da biblioteca.

- Por mim, está marcado. Passo na sua
casa por volta das 18h.

- Combinado. Bem, boa noite. Foi um
prazer conhecê-las.

Ela sorriu para o grupo e seguiu para
o carro. Alfonso a acompanhou.

- Está escuro - disse, quando ela o
fitou. - Uma mulher não deveria estar sozinha no estacionamento.

- Estou certa de que nenhum malfeitor
ousaria invadir o seu território.

Diante do tom zombeteiro, ele ergueu a
sobrancelha.

- A feira
costuma atrair muito forasteiros.

Ao chegarem aos carros enfileirados,
ela percebeu que Alfonso tinha razão. O estacionamento estava escuro e vazio.

- Como será que pessoas como Lily Mae
desencavam fofocas, ou, neste caso, a verdade?

- Tem provas de assassinato?

- Não. - Ela se deteve ao lado do
carro. - Mas, a visão de Winona... A pedra atingindo alguém. Acho que ela está
vendo algo conectado com os ossos. Já é a segunda vez que acontece, e as duas
situações ocorreram logo após eu ter manuseado os ossos. Acho que nossa vítima
misteriosa foi assassinada com uma rocha lhe esmagando a cabeça.

- Bem, se a vítima foi morta com uma
pedra, não faltam possíveis armas do crime na região. Ou no condado.

Com o bico da bota, Alfonso cutucou
uma pedra semi-enterrada no terreno do estacionamento.

Anahí bocejou. Não dormira direito a
semana inteira. Talvez hoje conseguisse descansar para valer, sem passar a
noite acordada, rolando de um lado para o outro, pensando no passado.

- Alfonso, eu queria agradecer pelo
que fez antes. Quando estávamos no carrossel - ela completou, diante do olhar
indagador do ex-marido.

O rosto de Alfonso ficou sério.
Dando-lhe as costas, ele afastou-se. Ela percebeu que ele tinha uma escuridão
na alma comparável à dela. E pensar que, outrora, houvera tanta alegria entre
os dois...

- É difícil não lembrar - ele disse
baixinho.

- Eu sei.

A solidariedade despertou no íntimo de
Anahí. A vida Podia ser dura para um homem com o temperamento de Alfonso. Ele
era um homem de ação, acostumado a fazer as coisas acontecerem. Mas, nem mesmo
ele fora capaz de salvar o próprio filho. Da mesma forma que ela, Alfonso pôde
apenas aguardar, andando de um lado para o outro no corredor do hospital,
enquanto os médicos operavam o pequeno Thadd.

Ela entrou no carro, despediu-se dele,
e arrancou com o veículo. Olhando pelo retrovisor, sentiu uma intolerável
pontada de dor no íntimo ao vê-lo observando-a se afastar. Se aquela tragédia
não tivesse acontecido, estariam indo para casa juntos.

comentem!!!