Fanfic: Uma Vez Amantes (TERMINADA)

Rafe apressou-se em abrir a porta.

- Entre, xerife.

- Obrigado - disse Alfonso, sorrindo
com frieza.

Anahí se perguntou se era imaginação
sua o lampejo de fúria nos olhos de Alfonso.

- Estávamos comendo biscoitos de
chocolate. Quer nos fazer companhia? - perguntou.

- Não, obrigado. Já sou grandinho
demais para isso.

- Xiii - Rafe sussurrou para ela. -
Acho que o chefe ficou zangado.

Ela se deu conta de que Alfonso
lançara um desafio e de que o jovem não estava disposto a recuar. Anahí não
sabia o que fazer.

Franzindo a testa, Alfonso olhou para Anahí.

- Estive aqui mais cedo para consertar
a torneira. Mas não havia ninguém em casa.

- Dei um pulo na loja de ferragens -
ela explicou, e, depois, franziu a testa.

Não lhe devia explicações. Irritada
consigo mesma, usou mais força do que o necessário para enxugar o chão.

- Já consertei a torneira - anunciou
Rafe.

Anahí notou que ele parecia estar
estudando atentamente Alfonso, como se quisesse avaliar a sua reação. Alfonso
permaneceu impassível, no controle de suas emoções.

O xerife fitou o bule de café.

- Se não for incômodo, eu aceito um
pouco de café.

- É claro que não é incômodo.

Ela serviu um pouco de café, esquentou
no microondas, e passou a caneca para Alfonso. Quando Anahí voltou para a mesa,
Alfonso a acompanhou, puxou a cadeira para ela se sentar e se acomodou na que
estava à direita dela.

- Fazendo um bico de encanador? -
perguntou para Rafe, depois de ver o jovem policial devorar dois biscoitos e se
servir do terceiro.

-Não. Na verdade, estava curioso sobre
os ossos achados na reserva. Anahí estava me explicando sobre investigações
forenses. Viu? - Rafe indagou, inocente. - Apenas assunto oficial. Não tem nada
clandestino acontecendo.

Anahí não pôde deixar de se espantar
com a audácia do jovem. Ela viu Alfonso lançar um olhar fulminante para Rafe,
tentou pensar em uma maneira de desfazer a situação potencialmente explosiva.

- Mas a reserva não faz parte de sua
jurisdição - comentou Alfonso.

- E nem da sua, xerife.

Em um embate silencioso, os dois
homens se entreolhararm.

- Preciso fazer compras, depois estava
pensando em dar um pulo na feira para ver os animais - apressou-se em dizer Anahí.
- Obrigada por consertar a torneira, Rafe. Lembranças para a sua mãe.

Ela se levantou, o que fez com que os
dois homens se pusesssem de pé, e empurrou o mais jovem na direção da porta..

Rafe sorriu e piscou para Anahí.

- Eu a vejo na feira. Que tal nos
encontrarmos perto dos currais dos novilhos, digamos... por volta das 13h?

- Tudo bem - disse ela, quase
empurrando-o porta afora...

Homens.

Um minuto mais tarde, escutou o motor
da caminhonete dele sendo ligado e o veículo se afastando. Com a testa f
franzida, virou-se na direção da mesa.

- O que aconteceu? - exigiu saber.

- O quê? Estes biscoitos estão muito
bons. Foi você quem a os fez?

- Não. Por que foi rude com Rafe?

Ele simulou uma inocência que chegou a
desconcertá-la. .

- Eu? Rude?

Como o pai, o filho dos dois costumava
fazer a mesma expressão quando queria se livrar de uma bronca.

- O que foi? - Alfonso perguntou,
pressentindo que algo estava lhe causando dor.

- Eu... Nada. Só uma lembrança. Ele a
fitou demoradamente.

- Como foi que Rafe apareceu, de
repente, para consertar a pia?

Ela explicou que os dois haviam se
encontrado na loja de ferragens.

- Costumava brincar com Rafe quando
ele era bebê. Eu o distraía, enquanto meu pai examinava os álbuns de família
dos Rawlings. É difícil acreditar que já faz tanto tempo. E que ele agora é
policial.

- Não parecia estar pensando nele como
um bebê quando marcou o encontro na feira - comentou Alfonso.

- Sou oito anos mais velha do que ele.
- Ela olhou confusa para Alfonso. - E não marquei um encontro com ele.

- Sou oito anos mais velho do que
você. E ele disse que a encontraria nos currais dos novilhos, por volta das
13h.

- Ah, isso. Ele estava apenas
provocando você. - Anahí inclinou a cabeça e analisou o ex-marido. - Será que
foi bem-sucedido?

- Claro que não.

Sem exibir nenhuma emoção, Alfonso
tomou calmamente um gole de café.

Ela ficou observando a garganta dele.
Houve uma época em que teria adorado beijá-lo ali, sentindo o ligeiro gosto
salgado de sua pele. Anahí desviou o olhar.

- Bem, tenho de fazer a lista de
compras - avisou. Alfonso ignorou a deixa para ir embora.

Ela deu início à tarefa, esforçando-se
para não prestar atenção no homem que a observava enquanto abria a geladeira e
os armários de suprimentos.

- Está pensando em visitar a feira,
hoje à tarde? - ele indagou, após um prolongado silêncio.

-Estou.

- Tenho de ir até Billings verificar
alguns itens roubados que foram recuperados. Pensei que poderia querer vir
junto. Costumava gostar disso.

Ela o fitou, tentando imaginar o
porquê do convite. Será que fora ciúmes o que vira nos olhos de Alfonso quando
ele chegara e a encontrara na companhia de Rafe?