Fanfic: Uma Vez Amantes (TERMINADA)
Decerto, não. Tirando alguns vestígios
de paixão fortes demais para serem esquecidos, não havia nada entre os dois.
- Eu... Eu ainda tenho muito trabalho
aqui. Tenho de arrumar a casa e... e fazer compras...
A enxurrada de emoções atingiu Anahí
com tanta violência separadamente que ela se viu incapaz de identificá-las
separadamente. Olhou na direção de Alfonso, que, impassível, permanecia imóvel
no mesmo lugar. Queria lhe perguntar o que ele estava pensando, por que a
convidara para o passeio, mas não o fez.
Há muito aprendera que Alfonso não
compartilhava seus sentimentos mais profundos. Quando precisou dele mais
desesperadamente, Alfonso lhe virará as costas. E isso destruiu algo no íntimo
de Anahí.
Ele assentiu e levantou-se.
- Tome. Eu lhe trouxe um temporizador.
Programe-o para ligar a luz da varanda no fim do dia.
Ele colocou o objeto sobre a mesa.
- Obrigada.
Ele foi embora, levando consigo sua
caixa de ferramentas e uma embalagem de carrapetas. Quando subiu na
caminhonete, ela pôde sentir a distância entre os dois aumentando, tornando-se
um abismo de total escuridão, largo demais para ser cruzado.
Alfonso amaldiçoou a si mesmo durante
todo o percurso até a delegacia. Por que havia convidado Anahí para
acompanhá-lo? Insanidade. Pura insanidade.
Ou teria sido ciúme?, parte dele se
perguntou.
Não queria pensar sobre isso.
Destrancou o seu escritório e pegou o inventário dos itens que ia buscar. Alfonso
estudou a lista. Ainda bem que a viagem poderia esperar até segunda-feira. Ou
poderia enviar um de seus delegados.
Olhando pela janela que dava para a
rua, Alfonso se deu conta de que estava ficando cada vez mais difícil manter
distância de Anahí, e de que ela ainda era capaz de minar o seu autocontrole.
Não tinha dúvida de que a desejava.
Ela o incendiava como uma chama constante, que se recusava a se apagar. Não
havia nada de errado com a paixão, mas um homem precisaria ser um tolo para se
envolver novamente com alguém com quem já compartilhara toda aquela bagagem
emocional.
Ele se sentou atrás da escrivaninha e
repassou na agenda a lista de casos em aberto. Alguns roubos de carro,
vandalismo envolvendo grafite, umas duas queixas de violência doméstica. Tudo
sendo resolvido ou sob investigação.
A questão mais proeminente era a dos
ossos encontrados na reserva. As visões de Winona o haviam convencido de que
era um caso de homicídio.
O que levava a Anahí. Ela era
independente demais. Não queria que Alfonso interferisse no caso dela.
No entanto, querendo ou não, o xerife
pretendia ficar de olho nela. Era o condado dele, o povo dele. Alfonso era
responsável por todos. E isso incluía Anahí, pelo menos enquanto ela estivesse
na região.
Irrequieto, verificou a hora e
dirigiu-se para a porta. Precisava falar com Winona. Aquela era uma
mulher que pensava como um homem - de modo prático e são. Com lógica, e não
emoção.
É, queria falar com ela sobre o caso.
Winona estava acabando de fechar um
negócio quando ele estacionou a caminhonete diante de sua propriedade. O homem
que saía cumprimentou Alfonso com um aceno da cabeça, ao passar por ele.
- Os negócios parecem estar indo bem -
ele comentou, vendo vários novos itens no pátio.
- E estão. Você é que parece estar de
mau humor. Venha tomar um pouco de chá de camomila com mel. Serve para acalmar
os nervos.
Alfonso a seguiu até o trailer. Ele
sempre se surpreendia como a moradia de Winona era limpa e organizada, quando
comparada com o pátio da frente. O quintal era um oásis de flores e paz.
Enquanto ela preparava o chá,
conversaram sobre o clima e a feira. Quando ela lhe entregou a xícara, seus
dedos roçaram nos dele. Ela puxou a mão para trás, como se houvesse se
queimado.
- Você esteve com Anahí - disse.
- É. Eu dei uma passada breve na casa
dela, hoje de manhã.
- Por que está
zangado com ela?
- Não estou... - Ele se interrompeu
bruscamente diante do olhar penetrante de Winona. O tipo de olhar que parecia
ser capaz de enxergar o fundo da alma. Alfonso engoliu em seco. - Ela estava na
companhia de Rafe Rawlings.
Winona acomodou-se na sua poltrona
favorita e fez um sinal para que ele também se sentasse. Ele puxou uma das
cadeiras de encosto alto que rodeavam a mesa para perto de sua anfitriã e
sentou-se.
- Não deveria ter deixado que ela se
fosse - Winona disse, gentilmente.
- Não vim aqui para falar sobre o
passado.
- Um passado que jamais foi esquecido.
Ele deu de ombros, sem querer se
aprofundar no assunto. Que benefício isso traria? Não havia como trazer o
passado de volta. Nem que quisesse fazê-lo.
- Quer saber se Anahí está correndo
perigo - presumiu corretamente Winona. - Está.
O coração dele disparou.
- Como? Quem? Ela sacudiu a cabeça.
- Não sei. É apenas o que pressinto.
Ela lhe contou sobre a primeira visão que tive, na noite em que veio jantar
aqui em casa?
- Não.
Winona relatou a visão da mulher de
duas caras.
- Muitas pessoas possuem duas caras -
ele comentou, quando ela terminou. - Fingem ser uma coisa, quando, na verdade,
são outra. Ou nunca dizem realmente o que Pensam.
Anahí sempre agira como se o amasse
mais do que a própria vida, no entanto, depois da tragédia que ocorreu em suas
vidas, dera-lhe as costas sem hesitar. Não que pudesse culpá-la. Fora ele quem
encorajara Thadd a ser independente e a não ter medo de nada.
Quando o médico saíra da sala de
cirurgia sacudindo a cabeça ao anunciar que o filho deles morrera, o amor dos
dois também morreu. Alfonso sentia-se como se jamais houvesse superado de
verdade os dois golpes - a perda do filho e a perda da mulher.
A mão de Winona tocou na sua.
Ele fitou os olhos castanhos e viu
solidariedade.
- Tudo vai dar certo - disse Winona.
Seu olhar ficou embaçado. - Prevejo escuridão. Anahí...
Ela se interrompeu, franziu a testa e
sacudiu a cabeça.
- O que você viu? - perguntou Alfonso,
alarmado.
- Nada. Só um pressentimento. - Ela
fitou o xerife. - Um dia, você vai ter que confrontar a sua dor.
Alfonso se sobressaltou, derramando um
pouco de chá quente na mão. Ele pegou um guardanapo para enxugá-la.
- Que dor? - perguntou, com pouco
caso.
- Existe um vazio na sua alma - Winona
murmurou, fechando parcialmente os olhos. - Ele pode ser preenchido. Mas
preenchê-lo será doloroso, e custará caro.
Alfonso sentiu um arrepio
percorrer-lhe a espinha.
- Gosto do vazio. Torna a vida mais
fácil.
- Sem dor?
- Isso mesmo.
- Mas também sem alegrias -
lembrou-lhe gentilmente a sábia mulher. - Enquanto ainda pode, não deixe e
alegria fugir. Eu abri mão dela. E, no fim, tive apenas um mês ao lado do homem
que amei.
Alfonso a fitou com surpresa. Jamais
pensara que Winona pudesse ter se apaixonado.
Ela sorriu com tristeza.
- É verdade. Até mesmo eu já me
apaixonei. Jamais havia contado para ninguém, e, no entanto, recentemente
contei para duas pessoas.
- Anahí - disse ele, adivinhando quem
era a outra pessoa. - Vocês duas têm uma relação especial. Certa vez, a mãe de Anahí
até chegou a dizer que se sentia um pouco enciumada por causa do vínculo que
você tem com a filha dela.
Winona simplesmente assentiu. Alfonso
suspirou e levantou-se.
- Vou até Billings pegar alguns itens
roubados que foram recuperados. Quer vir comigo? - Ele olhou ao redor. - Ou
será que também tem de arrumar a casa?
Ela riu diante do comentário irônico.
- Então, ela recusou o seu convite.
Não se deixe desanimar. Fique de olho nela. Já pressenti perigo ao redor dela
duas vezes. Fique por perto.
- Pode deixar - ele se escutou
prometer.
Mais tarde, voltando para Whitehorn,
com a caixa de armas roubadas no banco de trás, ele pensou na conversa que
tivera com a vidente. Meu Deus, ele falou como se estivesse jurando encontrar o
Santo Graal.
Seus sentimentos em relação a Anahí
eram resultado direto de dois fatos. Primeiro, como xerife do condado,
naturalmente agia de modo protetor com ela. Segundo, ainda havia vestígios de
paixão entre os dois.
Depois de deixar o material roubado
com o policial encarregado de guardar provas no porão da delegacia, ele seguiu
para a feira, oito quilômetros ao sul da cidade.
Encontrou Anahí no curral dos
novilhos, rindo, enquanto tentava acariciar um novilho que queria lamber seus
dedos. Rafe Rawlings estava de pé a seu lado, com uma das mãos na cintura dela,
enquanto Anahí curvava-se sobre a cerca baixa.
Uma onda de calor intenso percorreu o
corpo de Alfonso, substituída por uma frieza que lhe clareou os pensamentos. O
xerife seguiu na direção do casal.
Sentindo-se subitamente constrangida, Anahí
se endireitou e olhou ao redor. Seu olhar encontrou olhos sombrios e perigosos.
- Olá, Alfonso - cumprimentou.
- Ora, o homem da lei retorna - zombou
Rafe, o que lhe rendeu um sorriso sardônico por parte do xerife.
- Em carne e osso - este retrucou.
COMENTEM!!!
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Anahí lançou um olhar de aviso para cada um dos homens. Ela não era um osso para ser disputado por dois cães, ou, neste caso, dois policiais. Não conseguia entender esta territorialidade dos homens. Rafe fez milhares de perguntas a respeito de técnicas forenses e dos ossos que ela estava examinando. Ela prometeu deix&aac ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 87
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kikaherrera Postado em 15/04/2010 - 00:44:25
Amei a reação do Poncho.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
++++++++++++++++++++++++++
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:55
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:51:35
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:51:27
AYA se casaram novamente que lindo.Estou curiosa para saber a reação do Poncho.
POstaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
kikaherrera Postado em 05/04/2010 - 22:31:15
Que pedido lindo o que o Poncho fez para a Annie.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 05/04/2010 - 12:25:37
posta maissssssssssssss
pena q/ já tá no final -
rss Postado em 05/04/2010 - 12:25:37
posta maissssssssssssss
pena q/ já tá no final