Fanfic: Uma Vez Amantes (TERMINADA)
Ele a olhou de esguelha e sorriu,
daquela maneira que costumava lhe derreter o coração.
- São todos seus - disse, e recuou
alguns passos. Flashes de máquinas fotográficas dispararam diante dela, vários
microfones foram empurrados na sua direção.
Durante meia hora, ela respondeu perguntas
a respeito do vaqueiro e sua morte misteriosa. Ao término das entrevistas,
sorriu, assentiu graciosamente e seguiu para a porta da delegacia, que Alfonso
abriu para ela.
Na sala de reuniões, largou a bolsa
sobre a mesa e afundou em uma poltrona.
- Agora sei como celebridades devem se
sentir. Foi como enfrentar uma matilha de hienas famintas.
Com um sorriso nos lábios, Alfonso lhe
trouxe uma xícara de café.
- É o preço da fama.
Ela fez uma careta enquanto ele ria.
- E qual é o próximo passo na sua
agenda lotada?
- Os arquivos de pessoas
desaparecidas. Ele assentiu.
- Designei um policial para trabalhar
com você nisso. - Ele se interrompeu e lançou-lhe um olhar sarcástico. -
Adivinhe quem a prefeitura designou para a tarefa?
- Rafe Rawlings.
- Na mosca.
- E quem eu procuro? - perguntou ela.
- Vou apresentá-la para o encarregado
dos arquivos.
Ela passou o restante do dia revendo
os arquivos de pessoas desaparecidas em um período de dez anos, começando vinte
anos atrás. Ficou surpresa com o número de pessoas que simplesmente
desapareciam, mesmo em um condado pequeno como Whitehorn.
Para onde será que iam? Será que
repousavam em covas anônimas, como o jovem vaqueiro que haviam encontrado?
Ela sacudiu a cabeça diante da
injustiça da vida. Pensou nas pessoas deixadas para trás, sempre tentando
imaginar o que acontecera com os entes queridos, sem jamais descobrir.
Certamente um acontecimento como esse devia exercer um profundo efeito sobre
suas vidas.
- Anahí? -A cabeça de Alfonso apareceu
no vão da porta. - Está na hora de encerrar o expediente.
Ela fechou a última página do arquivo.
- Alguma possibilidade?
- Acho que não. Parecem ser, em sua
maioria, adolescentes ou homens em crise de meia-idade que desapareceram no
mundo.
- Alguma mulher?
- Hum, havia uma que parecia ser
interessante. Uma adolescente chamada Lexine Baxter. Ela estaria agora com a
sua idade. Não a conheci, mas me lembro do velho rancho dos Baxter. Os Kincaids
o compraram quando o sr. Baxter morreu. A filha tinha uma reputação meio
barra-pesada. A queixa do desaparecimento foi feita por uma tia. E não acho que
ela estivesse muito interessada que encontrassem a menina...
Ela se interrompeu quando Alfonso
sorriu do seu costumeiro jeito lento e sensual.
- O que foi? - perguntou ela.
- Você devia escrever um livro. Sua
infância lhe forneceu uma perspectiva única sobre todas as famílias do condado,
incluindo os cheyennes.
- Tem razão.
Conheço alguém de todas as famílias que já tiveram um papel importante na
história de Whitehorn. Por exemplo, você sabia que o primeiro Baxter foi um
minerador à procura de safiras?
- Não. Mas, isso não me surpreende.
Montana ganhou fama por suas safiras, não é?
Ela assentiu.
- Preciso voltar
ao local da escavação amanhã. Quero verificar bem o solo sob a saliência, antes
que chova.
- Por quê?
- Quero ver se encontro sangue, cabelo
ou algum vestígio de roupas. Estava ficando tarde, e Derrick achou melhor irmos
embora, de modo que não tive chance de fazer isso ontem.
- Talvez ele tivesse receio de que os
fantasmas dos antepassados pudessem se enfurecer com a sua presença - Alfonso
sugeriu.
- Talvez - Anahí retrucou, com o mesmo
tom cético.
- Bem, eu vou indo.
- Boa noite - Alfonso desejou, quando
ela passou por ele.
Anahí murmurou uma resposta e deixou
rapidamente a sala. Do lado de fora da delegacia olhou ao redor para a cidade
que conhecia tão bem quanto Missoula, onde morara durante os primeiros 19 anos
de sua vida.
Sentiu-se à deriva. Como se não
pertencesse a lugar algum. Era assustador ter 36 anos e sentir como se houvesse
realizado tão pouco, não pertencesse a lugar nenhum e não tivesse nenhum
vínculo com o futuro. Outrora tivera tantas expectativas para a sua vida.
Incapaz de encarar o chalé vazio,
seguiu para a lanchonete. Como já era de se esperar, Lily Mae estava lá.
- Anahí, venha se juntar a nós -
gritou a viúva do outro lado do salão, assim que Anahí entrou. A dona do
restaurante estava sentada na mesma mesa, ambas bebendo chá gelado.
Anahí as cumprimentou e perguntou:
- Vocês já comeram?
- Já, mas eu lhe faço companhia
enquanto come - ofereceu-se Lily Mae. - Soubemos do vaqueiro. Apareceu na TV,
hoje. Conte-nos, já tem alguma pista da identidade dele?
- Não. Estamos examinando os arquivos
de pessoas desaparecidas, mas ainda não achei ninguém que se encaixe no perfil.
Ela repetiu algumas das informações
que dera a Alfonso ainda há pouco.
- Que terrível! - exclamou Melissa.
- É mesmo - concordou Anahí, pensando
no jovem vaqueiro que morrera sozinho daquele jeito.
- Por que será que, em geral, são os
homens que não conseguem assumir suas responsabilidades? - prosseguiu a
garçonete. Eles fogem e abandonam as esposas e filhos sozinhos. - Ela se
interrompeu abruptamente. - Se me dão licença, tenho de cuidar da máquina
registradora.
Quando ela deixou a mesa, Lily Mae
inclinou-se na direção de Anahí.
- O pai dela abandonou a família, anos
atrás.
Anahí ficou curiosa.
- Há quanto tempo?
- Vejamos, acho que eu ainda estava
casada com o meu primeiro marido.
Era assim que Lily Mae registrava a
passagem do tempo. Época do primeiro marido, época do segundo e época do
terceiro. Será que Samuel Thaddeus Portilla se tornaria o quarto marido?
- Melissa deve estar na casa dos 30 -
continuou Lily Mae. - Ela não passava de um bebê quando tudo aconteceu.
- Cerca de trinta anos atrás? Quantos anos
tinha o pai dela quando foi embora?
Compreendendo o que estava se passando
pela cabeça de Anahí, Lily Mae sacudiu a cabeça.
- Os ossos não pertencem a Charles
Avery. Ele deixou a cidade com aquela menina dos Baxter.
- Lexine?
Anahí foi incapaz de ocultar sua
surpresa.
- Essa mesmo. A menina sempre foi
causadora de encrencas, sempre desejou mais do que tinha, e era metida a besta.
Anahí não estava interessada no
passado sórdido de Lexine.
- Não encontrei nenhuma queixa sobre o
desaparecimento de Charles Avery.
- Suponho que a esposa dele tenha
ficado envergonhada demais. Todo mundo sabia que ele andava de caso com Lexine
Baxter. Um dia, ele subiu na caminhonete e desapareceu. Lexine foi vista
dirigindo a caminhonete dele no mesmo dia. O condado todo se deu conta de que
os dois haviam fugido juntos. A esposa passou por maus bocados, foi humilhada e
teve que criar dois filhos sozinha...
Ela se calou quando Melissa se juntou
novamente a elas, e a conversa girou em torno de generalidades. Depois de
comer, Anahí aproveitou o ar fresco da noite para caminhar um pouco.
A história do pai de Melissa a
entristecia. As pessoas faziam escolhas tão tolas, cometiam erros tão imbecis.
Como ela fizera ao pedir o divórcio para Alfonso? Preferia não pensar no
assunto.
Havia caminhado meio quarteirão,
quando se deu conta da direção que estava seguindo. Continuou andando até
chegar à casa.
Pela primeira vez, avistou luzes
acesas na sala de estar e pode vislumbrar o seu interior. Deteve-se do outro
lado da rua, escondendo-se nas sombras. Queria ver a criança que morava ali, se
era menino ou menina.
Um menino de cerca de 10 anos saiu
correndo da casa ao lado e vasculhou o quintal com uma lanterna. Como não
encontrou o que estava procurando, seguiu para a porta da frente da casa que
ela e Alfonso haviam construído e tocou a campainha.
A porta se abriu e, de lá de dentro,
saiu Alfonso.
COMENTEM!!!
Autor(a): annytha
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 87
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kikaherrera Postado em 15/04/2010 - 00:44:25
Amei a reação do Poncho.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:55
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:51:35
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:51:27
AYA se casaram novamente que lindo.Estou curiosa para saber a reação do Poncho.
POstaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
kikaherrera Postado em 05/04/2010 - 22:31:15
Que pedido lindo o que o Poncho fez para a Annie.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 05/04/2010 - 12:25:37
posta maissssssssssssss
pena q/ já tá no final -
rss Postado em 05/04/2010 - 12:25:37
posta maissssssssssssss
pena q/ já tá no final