Fanfic: Uma Vez Amantes (TERMINADA)

Anahí fez o primeiro movimento ao
levar ambas as mãos ao peito dele. Não estava tentando empurrá-lo. A
necessidade de lhe sentir o calor e de acariciá-lo simplesmente era mais forte
do que conseguia resistir.

O mundo parecia ter parado, na
expectativa do acontecer. Ela também estava esperando.

Notou as veias saltadas do pescoço
dele, enquanto ele lutava para se controlar.

Alfonso retirou a mão do corrimão.

Anahí a sentiu gentilmente pousar em
sua cintura, grande, quente e, de certo modo, reconfortante. Trêmula, ela
suspirou, sabendo que estavam pisando em terreno minado, mas incapaz de se
forçar a recuar.

- Eu quero você - sussurrou. - Sei que
não devia... Mas eu quero.

A mão dele a apertou.

- Só um louco se envolveria assim
novamente - ele disse, com a voz rouca. - Já fui atingido pela flecha da paixão
antes. Não passa de artifício para a tristeza.

Ela ergueu as palmas das mãos, como se
houvesse sido atingida também, e tentou recuar.

Ele a manteve no mesmo lugar com as
mãos.

- Não, não fuja. É algo que tem de
acontecer. Talvez quando isto - ele olhou de um para o outro, indicando a
paixão que nenhum dos dois podia negar -, esta insanidade, houver seguido o seu
curso, poderemos ser livres. - Ele soltou uma breve gargalhada. - Ou talvez
acabemos condenados a permanecer para sempre neste círculo do inferno.

A amargura dele a magoou.

- Fuja - ela desafiou. - Fuja agora, e
acabe com tudo.

Alfonso sacudiu a cabeça.

- Tarde demais.

Ele abaixou a cabeça.

Anahí virou a cabeça para o lado.

- Não sei para onde este momento nos
levará... nem como terminará.

- E isso importa? - Ele parecia derrotado,
como se estivesse cansado de lutar contra a atração. - Não precisa levar a
lugar nenhum. Existe apenas o agora, este instante...

Ela sentiu a respiração dele em seu
pescoço. Estavam se falando sem olhar um para o outro, com as cabeças próximas,
como se estivessem sussurrando segredos no pé do ouvido.

Apelar para o bom senso em nada estava
ajudando. Cada centímetro do corpo dela desejava o que ele estava prometendo. Alfonso
acariciou-lhe as costas, exercendo um mínimo de pressão, no intuito de empurrá-la
para frente.

- E depois? - ela perguntou, baixinho.
- Precisamos encarar o amanhã.

A tristeza se acumulou no íntimo dela.
Queria mais do que apenas um mero instante. Queria o amanhã, e o depois de
amanhã, e o dia seguinte...

- Shh.

Os lábios de Alfonso roçaram nos
cabelos dela, na sua têmpora, na sua face.

Anahí permitiu que os olhos se
fechassem. Ele os beijou, depois o nariz, a têmpora.

Nas palmas das mãos sentiu o peito de Alfonso
estufar, quando ele inspirou profundamente. O som baixo e rouco do desejo
masculino preencheu-lhe os ouvidos quando ele exalou. Aparentemente por vontade
própria, suas mãos deslizaram para cima, envolvendo os ombros dele.

Espasmos de calor fundiram um ao
outro, seus seios de encontro ao peito dele. Força de vontade, bom senso e
precaução simplesmente foram consumidos pelas chamas. Ela buscou-lhe os lábios.

Ele permitiu que os lábios de Anahí
tocassem os dele, depois entreabriu os próprios lábios e lhe deu o beijo pelo
qual ela tanto ansiava.

Foi como se estivessem travando um
combate mortal. Ele movia impacientemente as mãos pelo corpo dela. Anahí fazia
o mesmo, lutando para se aproximar ainda mais. Mas, no final das contas, cada
novo abraço não era suficiente.

Ela se deu conta de que havia apenas
um nível de intimidade capaz de acabar com a voracidade dolorosa que tomava
conta deles... e preencher o vazio que tomara conta dela durante tantos anos.

Ela gemeu quando os lábios dele se
afastaram. Ele a beijou abaixo da orelha e seguiu para o pescoço, os lábios
quentes e úmidos percorrendo uma trilha até o primeiro botão de sua blusa.

Alfonso hesitou, mas como Anahí
permaneceu calada, desabotoou-lhe a blusa. Suas mãos foram descendo pelos
botões, seguidas pelos lábios.

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