Fanfic: Uma Vez Amantes (TERMINADA)
Em vez disso, o telefone tocou.
Ambos se sobressaltaram. Alfonso
praguejou. Irritado, olhou para o telefone.
- Tenho que atender.
Ela assentiu.
Ele retirou o aparelho do gancho,
disse o próprio nome, depois, escutou.
- Certo - disse. - Estarei aí em dez
minutos.
A magia evaporou. Um arrepio
percorreu-lhe a espinha, e Anahí sentou-se, cruzando os braços diante dos seios.
- Houve uma batida de carro séria. O
hospital está precisando de sangue. Tenho de ir.
Com visível impaciência, ele pegou a
camisa do chão e começou a vesti-la.
Ela olhou ao redor, procurando as
próprias roupas. Ele lhe entregou a blusa e o sutiã.
- Você vai ficar?
O tom de voz usado por Alfonso foi tão
baixo que ela teve de se esforçar para escutá-lo. Anahí hesitou, dividida entre
a vontade desesperadora de dizer sim e o alívio pela oportunidade de recuperar
a razão.
Ela sacudiu a cabeça.
- É melhor eu ir.
Ele assentiu.
- Eu a deixo em casa no caminho.
- Você acha que... eu devo ir ao
hospital? Se precisam de sangue... - Anahí acrescentou.
Ele deu de ombros.
- Acho que sim.
Ela desceu da cama e começou a se
vestir.
- Espero você na caminhonete - disse Alfonso,
seguindo para a escada.
Quando chegaram ao hospital, ela notou
duas ambulâncias diante da entrada de emergência. Outra podia ser vista, com a
sirene ligada, vindo do norte na estrada.
Ela e Alfonso entraram.
Christopher Uckerman estava lá dentro,
conversando com um médico. Quando Christopher saiu da frente, ela reconheceu
Kane Hunter. Conhecia Kane da reserva, e o jovem era um excelente médico.
- O que aconteceu? - perguntou Alfonso
ao se aproximar dos dois homens.
- Racha - retrucou Christopher. - Os
carros derraparam. Um capotou e o outro atravessou o canteiro, indo parar na
pista oposta.
- Garotos - concluiu Alfonso. Christopher
assentiu.
- E bebendo. Brancos e índios.
Kane praguejou baixinho. Anahí pôde
perceber sua frustração com seus companheiros de tribo e com a juventude em
geral. Ele estava à frente de um programa de prevenção ao álcool na reserva.
- Será que podem doar sangue? Vamos
precisar de uma grande quantidade.
Anahí e os dois homens se dispuseram a
doar.
A terceira ambulância chegou trazendo
mais feridos. Kane, encarregado da equipe de trauma, foi atender um jovem
coberto de sangue que parecia ter 17 anos. Uma garota segurando uma compressa
na cabeça desceu do banco da frente.
- Por aqui - Alfonso disse para Anahí.
Uma enfermeira os conduziu até outra
sala, onde, em poucos minutos, colocou-os em cadeiras reclináveis e conectou-os
às bombas de sangue.
Quando a notícia se espalhou, outras
pessoas apareceram. Depois de Christopher, outro doador se sentou no lugar
dele. Anahí sorriu ao reconhecer o amigo.
- Anahí, Alfonso
- cumprimentou Derrick Hawk. - Vejo que a emergência mobilizou todo mundo.
Anahí sentiu-se ruborizar. Pressentia
que Derrick havia visto muito mais. Não parou para pensar que a notícia de que
chegara ao hospital na companhia de Alfonso logo se espalharia pela cidade.
Retirando a agulha de seu braço, a
enfermeira a encaminhou, assim como Alfonso, à lanchonete do hospital, onde os
doadores poderiam encontrar café, suco de laranja e biscoitos para repor os
líquidos e reabastecer a glicose do sangue. Outras pessoas - membros das
famílias, e outros que não podiam doar sangue - também estavam reunidos lá.
Como no passado, uma emergência servia para aproximar os habitantes do condado.
Anahí lembrava-se de ter vindo a este
recinto várias vezes atrás de café, enquanto a equipe cirúrgica tentava salvar
Thadd. Naquela ocasião, a cidade também se mobilizara.
Ela se deteve para falar com vizinhos
que não via há anos.
- Obrigada - disse, quando Alfonso
colocou um copo de suco em suas mãos.
Com um aperto no coração, Anahí o
observou afastando-se. Ele continuava a se preocupar e a cuidar dela, mas
parecia se portar com mais cautela.
Ela podia entender o motivo. A cada
dia que passava, estavam mais imersos no caldeirão de desejo. Sem tirar os olhos
dele, ela circulou pelo aposento, cumprimentando antigos conhecidos, até se
sentar para comer um pedaço de torta na companhia de Lily Mae Wheeler.
- Esse Alfonso - Lily Mae disse, em
tom de aprovação. - Ele é um tipo raro de homem - suspirou, e olhou de esguelha
para Anahí. - Não vi o seu carro no estacionamento.
- Eu vim com Alfonso - admitiu,
olhando com inocência para Lily Mae.
- Trabalhando até tarde, não é?
Anahí reprimiu a vontade de mandar a
amiga fofoqueira cuidar da própria vida.
- Hum - disse vagamente, sem recorrer
a mentiras. Percebendo o quanto estava cansada, olhou ao redor.
Alfonso estava conversando com dois
casais, um branco, e outro indígena. Pais dos adolescentes feridos, ela
presumiu. Pareciam divididos entre a raiva e o desespero causados pela
impotência diante da situação. Ela conhecia bem a sensação.
- Ele é um homem bonito - prosseguiu
Lily Mae. -Mais cedo ou mais tarde, alguma mulher há de fisgá-lo.
Anahí forçou um sorriso.
- Ele não é um peixe para ser fisgado.
- Não, está mais para um garanhão,
inteligente e vigoroso. Mas pode acabar sendo laçado por uma mulher esperta.
Ele está solitário... e é um homem, do tipo que se sente responsável pela
parceira. Se for atraído até a cama, acabará se casando com a mulher... se ela
quiser. Ah, ali está a professora nova. Já foi apresentada a ela?
- Não - disse Anahí. - Acho que vou
para casa.
Ela viu Christopher Uckerman seguindo
para a porta. Talvez pudesse pegar uma carona. Pediu a Lily Mae para avisar Alfonso
de que ela estava indo embora, desejou boa-noite e correu para a porta.
- Christopher - gritou ao descer os
degraus diante do hospital.
Ele se deteve diante do carro.
- Será que pode me dar uma carona?
Ela usou a mão para se apoiar no
veículo. A corrida a deixara tonta.
- Cuidado - ele alertou. - Leva
algumas horas para o corpo repor o volume de sangue perdido.
- É, eu me esqueci. Já faz algum tempo
desde a última vez em que doei sangue - ela sorriu. - Agora estou melhor. Tem
tempo para me deixar no chalé?
- Claro. Entre.
Christopher abriu a porta para ela.
Quando alcançaram a rodovia e o carro
acelerou, Anahí se sentiu como uma criminosa abandonando a cena de um crime.
Poucos minutos mais tarde, ele estacionou diante do chalé.
- Dulce quer saber se você pode vir
jantar amanhã à noite...
- Ah, acabo de me lembrar. Fiquei de
ir à casa de Derrick. Eu não conheço a mulher dele.
- Hmm, acho que Dulce ficou de
convidá-los também. Vou perguntar a ela.
- Certo. Obrigado pela carona.
Assim que entrou, Anahí trancou a
porta. Sentia-se como se houvesse acabado de retornar da guerra. E tinha sorte
de estar inteira.
Tomou uma ducha e vestiu o pijama e o
robe, depois sentou-se no sofá da sala de estar e desligou a luz. Na escuridão,
repassou os últimos acontecimentos. Não estava inteira, percebeu. Perdera o
coração para aquele garanhão selvagem, o xerife do condado de Whitehorn.
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Anahí estava de pé no interior da câmara do conselho, com uma xícara de café nas mãos. Frank Many Horses estava sentado atrás de sua mesa. Discutiam o caso. - Então, não acha que os ossos pertençam a um índio? - indagou o chefe tribal. - Não tenho como ter certeza - ela indicou. - O f ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 87
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kikaherrera Postado em 15/04/2010 - 00:44:25
Amei a reação do Poncho.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:55
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:51:35
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:51:27
AYA se casaram novamente que lindo.Estou curiosa para saber a reação do Poncho.
POstaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
kikaherrera Postado em 05/04/2010 - 22:31:15
Que pedido lindo o que o Poncho fez para a Annie.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 05/04/2010 - 12:25:37
posta maissssssssssssss
pena q/ já tá no final -
rss Postado em 05/04/2010 - 12:25:37
posta maissssssssssssss
pena q/ já tá no final