Fanfic: Uma Vez Amantes (TERMINADA)
Anahí estava de pé no interior da
câmara do conselho, com uma xícara de café nas mãos. Frank Many Horses estava
sentado atrás de sua mesa. Discutiam o caso.
- Então, não acha que os ossos
pertençam a um índio? - indagou o chefe tribal.
- Não tenho como ter certeza - ela
indicou. - O fêmur possui uma ligeira torção, que indica pertencer a um
caucasiano, e não a um mongol, no qual a torção, em geral, é mais acentuada.
Mas isso são apenas suposições.
- Derrick me disse que você pode fazer
um teste de DNA?
Ela assentiu.
- Os pais estão ansiosos para
descobrir se os ossos pertencem ao filho. Ele desapareceu há 15 anos.
- Se puder encontrar o crânio, poderei
lhes dizer mais, sem ter que recorrer a testes.
- Eles pagarão os exames - acrescentou
Frank. - Se são os restos do filho deles, ele deve ser enterrado de maneira
apropriada.
- Kane pode extrair amostras de sangue
dos pais para comparar com a amostra da medula dos ossos - disse Derrick. -
Desde que aprove os testes, é claro.
- Sem problemas - Anahí murmurou.
Quando ela foi embora, Derrick a
acompanhou até o carro.
- Dulce ligou para Maite, perguntando
se não queríamos ir jantar na casa dela, em vez de fazer o churrasco. Ela disse
que Christopher já a havia convidado.
- Ele falou comigo no hospital, ontem
à noite.
- Ótimo. Christopher disse para
avisá-la de que Alfonso passará para pegá-la por volta das 19h. Tudo bem?
Anahí murmurou que sim, mas seu
coração disparou no interior do peito. Não passara no escritório naquela manhã
porque não quisera encarar Alfonso após o episódio tempestuoso em sua casa.
Agora, aparentemente, ele seria o seu acompanhante no jantar daquela noite.
E provavelmente, ela acabaria na cama
dele.
Depois de se despedir, Anahí
dirigiu-se para o local da escavação e seguiu direto para o lugar onde ela e Derrick
haviam encontrado o fêmur e o ílio. Pegando suas ferramentas, ela se pôs a
trabalhar examinando a terra. Duas horas mais tarde, começou a ter dúvidas se
esta havia sido uma boa idéia. Suas costas doíam, estava ficando com os olhos e
o nariz irritados por causa da alergia, e, para completar, o ar estava quente e
úmido.
Escutando um barulho, ela olhou para
cima. As nuvens que se espalhavam sobre as montanhas a deixaram apreensiva.
Voltou ao trabalho. Por fim,
encontrando uma porção de terra mais escura sob a saliência, ela colheu algumas
amostras. Após peneirar mais um pouco da terra escura, encontrou algo.
Um fio de cabelo.
Usando a pinça, ela depositou cuidadosamente
sua descoberta em um dos frascos de amostra e o guardou na mochila. Quando
voltou para o buraco sob a saliência, escutou um som parecido com um gemido.
Sentindo os cabelos da nuca se arrepiarem, ela olhou ao redor.
Um trovão ecoou ao longe.
Anahí olhou para as nuvens e voltou ao
trabalho. Sobressaltou-se diante do estridular de um esquilo. O som estridente
cessou subitamente.
Irritada, sacudiu a cabeça. Os nervos
estavam à flor da pele. Hoje vinha reagindo a qualquer coisinha.
Ao passar mais um pouco de terra pela
peneira, encontrou mais fios de cabelo. Curiosa, pegou a lupa e examinou a
evidência. Os cabelos eram curtos, castanho-escuros e cor de areia. De homem,
concluiu. Caucasiano. Clareados pelo sol. Talvez um vaqueiro.
Agora, se ao menos conseguisse
encontrar o crânio. Dentes representavam o meio de identificação visual mais
confiável.
Algo atingiu o seu ombro e rolou até o
seu colo. Uma pedra. Ela olhou para cima. O vento forte podia carregar uma
pedra por muitos quilômetros, até deixá-la cair em outro local. Mas não havia
nenhum vento soprando nos arredores.
Quando ela se voltou para a mata,
outra pedra a atingiu. Alarmada, levou a mão ao rosto. Quem estava atirando
pedras nela?
Olhou ao redor. Nada se mexia.
Seu coração começou a bater mais forte.
Tentou se convencer de que seus receios não passavam de tolice. Há dias que
trabalhava ali sem problemas. Não havia perigo algum na mata.
No entanto, estava chegando perto de
identificar o corpo. E todo mundo no condado sabia disso, após as transmissões
de rádio e TV do dia anterior.
Quando estava prestes para voltar ao
trabalho, escutou um tilintar de um sino vindo da mata. Anahí procurou se
esforçar para permanecer calma.
Ouviu o tilintar novamente, mas desta
vez vindo da esquerda. Olhou naquela direção, depois escutou o tilintar vindo
da direita. Ela virou a cabeça, mas não viu nada fora do normal.
O tilintar recomeçou, vindo de ambas
as direções ao mesmo tempo, e aumentando de volume.
Sem tirar os olhos da mata, ela puxou
a bolsa para perto de si e guardou o frasco contendo os cabelos.
O tilintar parou na mesma hora.
Anahí interpretou o silêncio como uma
ameaça. Ela ficou de pé, esforçando-se para determinar uma rota de fuga através
do terreno acidentado.
Voltou a ouvir o estrondo. Primeiro à
esquerda, depois à direita, a seguir vindo de ambos os lados. Depois escutou
uma gargalhada. Rouca e cruel, que ecoou nas rochas e árvores, até parecer
estar cercando Anahí.
Alfonso, socorro! pensou, dominada
pelo medo.
Como se o espírito do homem que, para
ela, significava segurança, subitamente estivesse presente, Anahí sentiu sua
calma retornar. Alguém estava tentando assustá-la, e ela estava deixando!
Endireitou-se, afastando a bolsa com o
pé. Não queria nada no seu caminho, se tivesse que se mexer rapidamente.
Quando a gargalhada e o tilintar foram
interrompidos novamente, Anahí estava preparada. Segurando a picareta com
força, aguardou, alerta e pronta para fugir, se tivesse a chance, e disposta a
lutar, se não tivesse outra opção.
A criatura saltou de dentro da mata,
uma kachina saída das lendas hopi, não das cheyennes. De modo que
não eram os índios tentando espantá-la de suas terras sagradas.
A pessoa usava uma máscara de lobo,
que lhe escondia ate o cabelo natural. Vestia colete, camisa e calça de pele de
cervo, com diversas penas e outros acessórios indígenas que combinados não
faziam o menor sentido.
Nada disso a assustou, mas as duas
facas afiadas, uma em cada mão, sim. Já vira Alfonso esfolar um cervo com uma
faca daquele tipo, e sabia o quanto elas eram perigosas.
O monstro veio na direção dela,
brandindo as facas sobre a cabeça.
Um relâmpago cortou o céu, seguido de
um trovão ensurdecedor. A criatura se assustou por um segundo, e Anahí
aproveitou a chance.
Sem olhar para trás, saiu em disparada
na direção da mata. Com o coração batendo forte, correu a toda, até chegar à
trilha que levava ao seu carro.
Apalpando os bolsos do jeans, sentiu
as chaves do veículo. Graças a Deus.
Ao chegar à clareira, ficou aliviada
ao encontrar apenas o pequeno carro azul estacionado. Abriu a porta e entrou,
trancando o veículo, logo em seguida. Com as mãos trêmulas, virou a chave. O
motor pegou. Sem olhar para trás, deu ré, em seguida, engatou a primeira,
girando desesperadamente o volante. Arrancou em meio a uma nuvem de cascalho e
poeira.
O monstro pulou de dentro da mata,
quando ela começou a descer a colina íngreme. A criatura ainda correu na
direção dela, e atirou uma das facas no carro.
A faca atingiu o vidro traseiro e
deslizou até o chão. Anahí pisou fundo no acelerador.
- Alfonso, Alfonso - sussurrava, como
uma prece por segurança em um mundo enlouquecido.
comentem!!!
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Alfonso atendeu o telefone após o segundo toque. - Herrera. - Alfonso... Ajude Anahí - pediu uma voz fraca do outro lado da linha. O xerife não a reconheceu. - Quem é? - Anahí... Encontre Anahí... Perigo... Ele percebeu que Winona estava tendo uma de suas visões. Estava lutando contra o transe para ligar para ele. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 87
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kikaherrera Postado em 15/04/2010 - 00:44:25
Amei a reação do Poncho.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:55
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:51:35
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:51:27
AYA se casaram novamente que lindo.Estou curiosa para saber a reação do Poncho.
POstaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
kikaherrera Postado em 05/04/2010 - 22:31:15
Que pedido lindo o que o Poncho fez para a Annie.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 05/04/2010 - 12:25:37
posta maissssssssssssss
pena q/ já tá no final -
rss Postado em 05/04/2010 - 12:25:37
posta maissssssssssssss
pena q/ já tá no final