Fanfic: Uma Vez Amantes (TERMINADA)
Alfonso atendeu o telefone após o
segundo toque.
- Herrera.
- Alfonso... Ajude Anahí - pediu uma
voz fraca do outro lado da linha.
O xerife não a reconheceu.
- Quem é?
- Anahí... Encontre Anahí... Perigo...
Ele percebeu que Winona estava tendo
uma de suas visões. Estava lutando contra o transe para ligar para ele.
- Pode deixar. Eu a encontrarei -
prometeu.
- Rápido... Lobo atrás dela...
- Descanse agora, Winona - pediu,
preocupado com o coração da mulher idosa. - Eu a encontrarei, não se preocupe -
disse, antes de desligar.
Como se estivesse sendo perseguido por
cães do inferno, Alfonso agarrou o coldre e o afivelou na cintura, depois
verificou o pente da arma. Retirou do armário um rifle e vários cartuchos de
munição. Em seguida saiu correndo porta afora.
De dentro do carro, seguindo a toda
velocidade para a reserva, ligou para Christopher e mandou que o detetive fosse
para lá. Queria reforços, mas não estava disposto a dar um alarme geral baseado
apenas nas visões de uma sensitiva.
Mal se afastara dois quilômetros da
cidade quando viu o carro azul passar por ele na direção oposta. Estava a Pelo
menos 140Km/h. Ele fez uma curva de 180 graus e seguiu atrás do veículo.
Depois de acionar as luzes azuis, ele
pisou fundo no acelerador. Enquanto alcançava o pequeno carro, ligou para Christopher
e lhe disse que Anahí estava bem. Emparelhou com o carro dela e apertou a
buzina.
Anahí virou o rosto, surpresa, mas
desacelerou o carro assim que o reconheceu e parou no acostamento. Antes que Alfonso
abrisse a porta da caminhonete, ela já havia descido de seu carro e estava
correndo na direção dele.
- Alfonso, graças a Deus. Graças a
Deus - disse, atirando-se nos braços dele.
Ele inalou o doce perfume dela, e
sentiu o impacto do corpo esbelto em cada célula do seu próprio.
- Conte-me o que a assustou -
murmurou.
- Um monstro... Um lobo...
O ligeiro palavrão dito por Alfonso ao
se lembrar da visão de Winona a interrompeu.
- Continue - ordenou. Pensou em Rafe
Rawlings, o "Menino Lobo" que agora era policial e fazia muitas
perguntas. Mas ele era jovem demais para estar envolvido. - Estava no local da
escavação na reserva?
- Sim. - Ela inspirou fundo e se
afastou, visivelmente constrangida pela sua demonstração de emoções. - Estava
examinando a terra sob a escarpa... Onde Derrick e eu encontramos o ílio e o
fêmur.
Ele assentiu, indicando que sabia do
que ela estava falando.
- Pensei ter escutado algo, mas depois
trovejou, e percebi que ia chover, de modo que voltei ao trabalho. Foi então
que uma pedra me atingiu, e depois outra. E o ruído começou... Como os sinos de
um trenó, ou coisa parecida.
- Os índios usam sinos em suas danças
- Alfonso comentou.
Ela assentiu e umedeceu os lábios.
- Os sinos pareciam vir de duas
direções diferentes. Foi aí que a gargalhada começou.
Alfonso se viu tomado de fúria. Quando
Anahí chegou à parte da criatura com as facas, ele só pensava em encontrar a
pessoa que a assustara.
- Deixei minha mochila para trás -
concluiu ela, aborrecida com a perda.
- Eu compro outra para você - prometeu
ele, distraído. A cabeça de Alfonso estava ocupada repassando todos os detalhes
conhecidos do caso.
- Não é isso - Anahí retrucou com
impaciência. - Eu havia encontrado mais evidências. Vários fios de cabelo
curto, provavelmente pertencentes à vítima, e um louro, comprido, com raízes
escuras. Eu os deixei na mochila. Preciso voltar antes que...
Ela se interrompeu abruptamente.
- Antes que o monstro destrua tudo?
Anahí assentiu.
Alfonso sacudiu a cabeça. Um trovão
ecoou sobre as montanhas.
- Vá para casa. Eu volto para pegar
suas coisas.
- Não pode ir lá sozinho. É perigoso
demais.
- Christopher ficou de se encontrar
comigo lá - disse ele, sem mencionar o fato de que cancelara o pedido de
reforço. - Vá para casa antes que a chuva comece a cair. Eu a vejo hoje à
noite, por volta das 19h.
- Tudo bem.
Ela voltou para o carro e arrancou com
uma velocidade mais moderada.
Alfonso voltou para o carro e seguiu
para a reserva. Pensou em ligar para Christopher, mas desistiu da idéia. O
pobre coitado vinha fazendo muita hora extra e deveria estar de folga naquela
tarde. O detetive precisava passar algum tempo com a mulher e a filha.
Na reserva, Alfonso seguiu para a
encosta, estacionou e desceu do carro. Vasculhou a área. A faca que fora
atirada em Anahí havia desaparecido. Eleja estava esperando por isso.
Silenciosamente, o xerife embrenhou-se
na mata. Encontrou os rastros de duas pessoas. Reconheceu os de Anahí pela
marca da sola dos tênis. Os outros rastros eram indistintos. Mocassins,
deduziu. Estudou uma das pegadas. Grande. Um homem.
Perto de onde a mata se abria, ao
redor da saliência, encontrou rastros perto de um arbusto. Examinando a
vegetação, notou um galho quebrado e encontrou um fio de tecido. Deduziu que um
dos sinos havia sido amarrado ali.
Deixando a mata, seguiu para a região
sob a escarpa. A mochila de Anahí não estava lá. Ele a avistou - ou o que
sobrara dela - a vários metros de distância.
A bolsa de lona havia sido praticamente
retalhada. As ferramentas de Anahí estavam espalhadas pelo chão. O frasco de
amostras fora estilhaçado, a evidência perdida, os cabelos provavelmente
levados pelo vento.
A frieza interior de Alfonso se
transformou em uma fúria glacial ao pensar no que poderia ter acontecido com Anahí
se ela não tivesse tido o bom senso de fugir.
Seguiu a trilha de pegadas até um
segundo arbusto. Podia ver claramente onde algo - provavelmente um segundo sino
- havia sido arrancado de um galho danificado.
A criatura havia tido o cuidado de
levar consigo todas as evidências. Um monstro astuto, pensou Alfonso.
O xerife
ficou de pé e fitou o magnífico pasto pertencente à reserva, uns 15 metros
abaixo. Anahí não acreditava que tivesse sido atacada por um dos índios.
- Afinal, um cheyenne conheceria
a própria cultura - dissera, indignada porque seu atacante não se vestira
corretamente.
Alfonso sorriu. Anahí era mesmo
detalhista. Aprendera com o pai.
O sorriso desapareceu. Ele adorara
fazer parte da família dela. Eles o haviam aceitado nos seus corações. Mesmo
após o divórcio, a mãe sempre lhe mandara presentes no Natal e no seu
aniversário.
De algum modo, Alfonso acreditava ter
desistido fácil demais. Talvez devesse ter confrontado Anahí ou ter lutado mais
por ela.
Mas havia um limite para o que um
homem podia fazer. Na época do divórcio, achara estar fazendo o certo. Agora
não tinha mais tanta certeza. Os dois ainda tinham sentimentos um pelo outro. Alfonso
só não sabia que sentimentos eram esses.
Bem, era melhor se concentrar no que
estava fazendo.
Antes que pudesse se virar e seguir
para a caminhonete, algo o atingiu na parte de trás do joelho. Alfonso perdeu o
equilíbrio.
Ele tentou se segurar, mas escorregou
em um pedaço de limo, caindo para trás. Uma pedra rolou o despenhadeiro, e Alfonso
percebeu que ele logo a acompanharia.
O instinto fez com que se agarrasse
desesperadamente a um arbusto. Ele agüentou o próprio peso por um instante, mas
não o suficiente para firmar os pés na pedra escorregadia. O galho se separou
do arbusto e o xerife se viu pendurado na borda do despenhadeiro.
Agarrou o tronco de uma pequena árvore
que estava crescendo de uma fenda. A vegetação agüentou o seu peso, mas não por
muito tempo. Quando a pequena árvore começou a ser arrancada pela raiz, ele enfiou
a mão na fenda e começou a procurar lugares onde apoiar o pé. Não conseguiu
encontrar um apoio capaz de lhe sustentar o peso. Foi tomado pelo desespero ao
sentir a árvore se soltar da fenda lentamente.
Quando a última raiz foi arrancada, Alfonso
não conseguiu se segurar na fenda estreita. Ao cair, seu último pensamento foi
como diabos as cabras de Winona haviam chegado à encosta.
Autor(a): annytha
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Anahí olhou para o relógio: 19h10. Alfonso estava atrasado. Será que deveria ligar para ele? Caminhou até a porta da frente e olhou lá para fora. Onde diabos estava Alfonso? Mordeu o lábio. Ele prometera ir buscar a mochila que continha suas ferramentas e evidências. Christopher deveria encontrá-lo no local. Mas ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 87
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kikaherrera Postado em 15/04/2010 - 00:44:25
Amei a reação do Poncho.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:56
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rss Postado em 08/04/2010 - 21:21:55
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:51:35
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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kikaherrera Postado em 08/04/2010 - 20:51:27
AYA se casaram novamente que lindo.Estou curiosa para saber a reação do Poncho.
POstaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
kikaherrera Postado em 05/04/2010 - 22:31:15
Que pedido lindo o que o Poncho fez para a Annie.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 05/04/2010 - 12:25:37
posta maissssssssssssss
pena q/ já tá no final -
rss Postado em 05/04/2010 - 12:25:37
posta maissssssssssssss
pena q/ já tá no final