Fanfic: Uma Vez Amantes (TERMINADA)

obrigados pelo comentários, saindo mais um capitulo.

Alfonso deixou o estacionamento em sua
caminhonete preta. Anahí o seguiu na direção de Pale Bluff Lane. A casa alugada
era um chalé branco de dois quartos, circundado por uma cerca de madeira também
pintada de branco.

Ele estacionou diante da casa,
enquanto Anahí parou o carro em uma vaga coberta ao lado do chalé. Alfonso a
encontrou em frente à porta, tirou a chave do bolso, abriu e deixou que ela
fosse a primeira a entrar.

- Eu contratei alguém para vir aqui no
sábado e dar uma geral. O lugar estava bem sujo.

- Obrigada. - Ela olhou ao redor, na
sala de estar. - Parece muito aconchegante.

- Vou buscar suas coisas.

- Deixe que eu ajudo - disse ela. - É
pouca coisa.

E era mesmo. Apenas uma mala com
rodinhas, uma bolsa e uma nécessaire. Ele as reconheceu mais tarde. Anahí
pedira o conjunto de Natal, anos atrás. Ele e Thadd haviam escolhido. Era
surpreendente que ela ainda tivesse o conjunto, e que o usasse, pensou Alfonso.

Ele também tinha sua relíquia. Há
cerca de dois anos, recomprara a casa na qual viveram como marido e mulher.
Aquele era o único lugar onde ele fora, de fato, feliz. Será que ela sabia...?

Duvidava que Anahí quisesse saber
qualquer coisa sobre ele após deixar a cidade. Após deixar o país, depois
do divórcio.

Ele se recordou subitamente de um
momento no passado. Tomada de fúria, Anahí dissera para ele:

- Diga-me como deixar de sentir! - ela
gritara. - Nosso filho está morto. Diga-me como parar de sofrer!

Ele não soubera como responder. A dor
era intensa demais. Não pudera falar no assunto. Simplesmente afastara-se.

Mais tarde, sabendo que a
decepcionara, ele tentou abraçá-la, numa tentativa de fazer amor para aliviar
tanta dor e amargura, mas ela o rejeitara com frieza. Naquele instante, ficara
bem claro que Anahí o culpava pela morte do filho.

Ele mesmo se culpava. Fora ele quem
rira dos temores dela, quem encorajara Thadd a passear pela floresta, para
observar os animais e aprender como funcionava a natureza.

O menino teve o pulmão perfurado por
um tiro de um rifle de alta potência, disparado de quase meio quilômetro de
distância. Provavelmente o caçador jamais soube ter atingido um alvo, muito
menos um menino de 8 anos que seguia um cervo.

- É só isso - disse ela. - Alfonso?

Ele piscou e assentiu, voltando ao
presente. Carregando a mala e a bolsa, ele a acompanhou até a casa e entrou em
um dos quartos de dormir. Olhando ao redor, Alfonso sentiu-se satisfeito. Ele,
a sra. Johnstone - sua faxineira - e o filho haviam passado o sábado inteiro
trabalhando duro na faxina, mas pelo menos o resultado valera a pena. O chalé
estava limpo e perfumado e Anahí não ficara desapontada.

- Pode deixar as bolsas em qualquer
lugar - disse ela.

- Vou ao banheiro lavar o rosto e já
volto.

- Fique à
vontade. Vista algo mais confortável, se quiser. Aqui, no interior, ainda somos
bastante informais.

Não sabia por que acrescentara o
último comentário. Talvez porque ela parecesse tão sofisticada, tão... intocável... naquele conjunto de seda.

Ele colocou a bagagem sobre a cama,
que estava começando a povoar sua mente de fantasias proibidas, e se retirou.

Dirigiu-se para a porta dos fundos,
abriu-a, e recostou-se na lateral do batente, admirando a vista do condado que
se estendia diante de seus olhos.

O seu condado. Seu domínio e sua
responsabilidade.

Estava preocupado. Anahí podia estar
oficialmente encarregada, mas o caso ainda era dele.