Fanfic: Uma Vez Amantes (TERMINADA)

- Ela é a nossa melhor chance. Se
optarmos por escavar até o menino, teremos de escorar o túnel todo.

- Podemos alargar o poço de ventilação
- decidiu Alfonso. Ele olhou para Christopher. - Vai ser perigoso.

O detetive sequer hesitou.

- Não tem problema.

- Não! - exclamou Anahí, zangada. - O
buraco pode desmoronar se tentarem alargá-lo. Eu vou.

- Não, não vai mesmo - proibiu Alfonso.
Ela se virou para ele.

- Tem uma criança lá embaixo - disse
baixinho.

Sem nem piscar, eles se fitaram nos
olhos.

- Uma criança - repetiu ela. Por fim,
ele assentiu.

- Fará exatamente o que mandarem. Se o
túnel começar a ruir, nós a içaremos. Sem discussões - avisou ele, quando ela
abriu a boca para protestar. - Christopher, você comanda a operação.

- Quero que você o faça - Anahí
insistiu.

Alfonso olhou para as nuvens, e,
depois, assentiu. Ela se virou para o engenheiro.

- Com o quê devo me preocupar?

Enquanto ele lhe explicava a
composição do solo instável, Alfonso e Christopher planejavam a descida.

Alfonso a ajudou a vestir o
equipamento de alpinismo. Depois, mancou até a borda do poço de ventilação,
onde a mãe gritava palavras para tranqüilizar o filho. O xerife pôde escutar
Jimmy chorando no fundo do poço.

- Anahí está descendo para buscá-lo -
avisou a mãe.

- Jimmy - gritou Alfonso. - É o
xerife. Preciso saber de uma coisa. Sua cabeça está para cima ou para baixo?

- Meio que para baixo - respondeu o
menino. - Estou virado de lado.

- Sente alguma coisa quebrada?

- Acho que o braço. Está doendo muito.
- Ele começou a chorar novamente. - Quero sair daqui. Quero ir para casa.

- Pode deixar. Anahí está descendo.
Ela vai tirá-lo daí.

Segurando a corda para Jimmy em uma
das mãos, ela fez sinal de que estava pronta. O engenheiro ajustou o ângulo da
lanterna na cabeça dela. Anahí se deitou sobre um tapete de lona na borda do
buraco e começou a se arrastar para dentro do túnel.

Duas mãos fortes seguraram-lhe as
pernas e as elevaram no ar.

- Puxe a corda quando estiver pronta
para subir - Alfonso disse - Ou se tiver problemas.

Ela o fitou nos olhos. Eu amo você,
disse silenciosamente. Depois, manteve os braços próximos ao corpo e fez sinal
para que começassem a descê-la.

Alfonso começou a girar a manivela do
guincho que a desceria à escuridão do interior da terra. Christopher a guiou
até ser forçado a soltá-la.

Anahí estava por conta própria.

Alfonso observou os pés de Anahí
desaparecerem na borda do buraco. Ele lutou contra a vontade de girar a
manivela ao contrário e trazê-la de volta à segurança. A mão de Christopher
pousou no seu ombro.

- Deixe que eu assumo a operação -
sugeriu ele. -Você fica na borda do poço e mantém uma das mãos na corda. Desse
modo saberá se algo tiver acontecido.

Alfonso assentiu. Ele deixou que o
detetive assumisse o guincho. Seguiu para o buraco e sentou-se na lona. Ao
colocar as mãos na corda, sentiu-se imediatamente conectado a Anahí.

Esta podia ser a melhor chance de
salvar o menino, mas também a colocava em um perigo muito real.

Se ela morrer...

Deus, não queria nem pensar nisso. Se
algo acontecesse a ela...

Ele se forçou a completar o
pensamento. Se algo acontecesse a ela, tudo também estaria terminado para ele.
Era simples assim.