Fanfic: Aquele Olhar - VONDY | Tema: RBD - Vondy

– E... Eu não quis dizer... E... Não... – May não sabe o que dizer e eu sinceramente não sei também.

– Olha, May... Eu te entendo, a gente nem devia ter te pedido isso. Só pensamos porque você ajudou na liberdade do Christopher. – Anahí diz finalmente acabando com aquele momento constrangedor.

– É May. Não é por eles, é pela gente. – Digo.

– Não sei como eles podem ter sido tão sortudos de conseguir garotas tão legais como vocês e vocês terem sido tão azaradas de gostarem de caras tão idiotas como eles. – May revira os olhos. – Vocês deviam ser mais inteligentes.

– Que? – Pergunto perplexa.

– É verdade Dulce! A verdade dói amiga, eu sei.

– Você fala tanta verdade que deve ser por isso que você deve estar sozinha até hoje não é mesmo? – Rebato, agora tão seria quanto Maite.

– Ei, ei, ei meninas! – Exclama Annie tentando apaziguar a conversa que acabou levando um rumo errado. – Vamos esquecer isso? Deixa pra lá. Pode deixar o Chris onde está e vamos dar um jeito. Não precisamos brigar, ok?

– É e acho que já deu minha hora né? – Maite diz se levantando do sofá e pegando sua bolsa.

– A Dul volta a trabalhar amanhã Maite? – Anahí pergunta sem pudor nenhum enquanto se levanta do sofá. Depois dessa resposta que eu dei a ela vou trabalhar só se for limpando os banheiros.

– Sim! Boa noite meninas! – Diz Maite assentindo apenas com a cabeça e Annie abre a porta para que ela saia, mas antes a abraça e posso ouvir baixinho que ela diz “Tudo bem, sem problemas.”.

De nós três a Annie sempre foi a que levou tudo mais na boa. Sempre foi a que se recupera fácil dos relacionamentos, a que não gosta de brigas, a que quer ajudar, a que geralmente consegue tudo o que quer.
Quando Annie fecha a porta ela abre aqueles olhões dela e diz baixinho “Que noite!”, eu sorrio com sua expressão e logo em seguida vejo se formar um sorriso em seu rosto também.

– Pensei que você estava a fim de perder o emprego. – Ela me diz sentando-se ao meu lado.

– Annie, para que ela tenha respeito ela precisa nos respeitar também. Sei que ela não disse nenhuma mentira, mas não tinha necessidade de falar daquela forma. – Digo.

– Se mandássemos em quem queremos amar, seria tudo mais fácil. – Annie diz e percebo que ela está referindo-se a Christian.

– Relaxa Annie! Vamos dar um jeito de tirar o Chris de lá. Não se preocupe! Ele vai sair dessa e você vão se curtir muito. – Sorrio.

– Não vejo a hora. – Annie conclui.

Annie e eu fomos dormir, pois no outro dia acordaríamos cedo para estar no Banco Central e devíamos estar apresentáveis. Eu queria voltar ao banco com o mesmo vigor com que eu ia antes de toda a minha vida mudar por completo após o assalto, então me forcei a pegar no sono o mais rápido possível
.
Eu e Anahí acordamos bem cedo, descansadas e dispostas. Nos arrumamos com calma e paciência, pois estávamos com tempo de sobra. Nos sentamos a mesa, já arrumadas para tomarmos o nosso café da manhã e antes de terminarmos Annie sentiu-se mal e foi vomitar. Eu já estava desconfiada de que Annie estava grávida desde o dia em que ela estava com dores lá na casa de minha mãe, mas mesmo desconfiada eu prefiro acreditar que minhas conclusões estão sendo precipitadas sobre isso. 
Claro que uma criança é muito melhor do que qualquer doença, mas acho que esse não é o melhor momento para Annie estar grávida e tenho certeza de que se ela estiver ela vai pensar o mesmo e isso não pode acontecer. A criança, mesmo que ainda no ventre ou mesmo que não esteja cem por cento formada ela precisa sentir-se bem vinda, protegida, recebida, amada e eu temo que Annie não sinta-se assim por não ter Christian por perto, ou pior por Christian não querer assumir, não poder sustenta-la.

Seguro o cabelo de Annie para trás, já que ela está apoiada na boca da privada colocando todo seu café da amanhã para fora. Amigas são para isso né? Acompanhamos em todos os momentos, nos bons, nos ruins, nos cafés da manhã e nos vômitos também. Quando ela termina vejo que seu rosto está todo rosado e seus olhos vermelhos.

– Tá melhor? – Pergunto e ela assente positivamente e levantando-se do chão e indo até a pia para lavar a boca.

– Estou bem melhor! – Ela sorri.

– Eu sei que está. – Concordo com ela – Sempre quando colocamos tudo para fora depois nos sentimos melhor.

– Exatamente! – Ela exclama – Vou escovar os dentes para a gente sair, ok?

– Ok. – Respondo.

Eu não iria entrar em um assunto tão delicado com ela nesse momento. Estamos saindo para trabalhar, então preciso achar o momento certo para entrarmos nesse assunto que não é fácil. Ainda mais se ela estiver em negação, o que eu tenho quase certeza, e o que é muito pior.

*****

Chegamos à porta do banco com uns 15 minutos de antecedência e para minha surpresa quem está na porta do banco a minha espera é ele mesmo Christopher. Sorrio para ele assim que o vejo e ele logo retribui com aquele sorriso encantador que deixa qualquer mulher sem folego algum. Ele está simples vestindo apenas uma camisa branca e uma calça jeans e está usando um óculos escuros. E claro, não posso esquecer-me do que ele está segurando. Um buquê de flores simples, mas com lindas rosas, o que me faz recordar o dia em que o ele veio ao banco pela primeira vez, não como assaltante, mas como cliente. Assim que cheguei mais perto o abracei.

– O que faz aqui cedo amor? – Pergunto sorridente e logo em seguida selando nossos lábios.

– Vim te receber né? Já que não pude te trazer. Não tenho mais aquele carrão né? – Ele sorri um tanto sem graça e logo me entrega o buquê. – Flores para a mais linda flor.

– São lindas meu amor. Obrigada! E olha... Deixa de ser bobo, logo logo vamos ter um carro e você vai poder me levar pra cima e pra baixo e pra onde quiser. – Sorrio olhando para o buquê e logo me afasto para que ele e Annie se cumprimentem.

– E aí loira? – Brinca Christopher puxando Annie para um abraço – Tá tudo bem?

– Tá tudo ótimo – Annie solta aquele sorriso contagiante e ela retribui o abraço.

– Como sabia que eu ia chegar cedo aqui? – Perguntei, porque pelo visto Christopher havia chegado ainda mais cedo.

– Te conheço. Te estudei antes de ficar com você, né ruiva? – Ele respondeu

– Ah seu bobo! – Sorrio com sua resposta.

– Ah loira! – Chrisotpher vira-se para Annie – Vou visitar Christian hoje. Quer que eu leve algum recado? – Christopher pergunta.

– Não... Eu... – Anahí muda no instante em que Christopher toca no nome de Christian – Só avise que eu vou vê-lo no sábado, ok?

– Ok! É o único dia que você pode mesmo! – Christopher diz.

– Hã, seu besta! – Anahí debocha.

Maite finalmente chega e nos olha com um tanto de desdenho. Nos cumprimenta educadamente e vai em direção a porta do banco para abri-la. Me pergunto onde está a minha amiga Maite de antes? Amigos não estão com você mesmo quando você comete atitudes erradas? Não acredito que ela tenha tirado Christopher da cadeia para me ajudar a ficar bem com a presença dele para agora ela se afastar de mim. 
May abre a porta do banco e entra e logo em seguida Annie se despede de Christopher e entra também junto com mais 2 funcionários que estavam na porta esperando.

– Aconteceu alguma coisa? – Christopher me pergunta, me abraçando.

– Eu e May nos desentendemos ontem. – Respondi.

– Quer conversar sobre isso depois? – Christopher pergunta.

– Não quero conversar. Temos que conversar Christopher. – Digo séria.

– Ei, espera aí! Não tem nada a ver comigo não né? – Ele pergunta se afastando e olhando em mês olhos já que não está mais com os óculos escuros.

– Amor, Eu, você, Anahí, Christian e Maite somos um pacote fechado ligados a um problema chamado Assalto ao Banco Central, né? – Eu respondo – Maite tem um problema e eu estou preocupadíssima com Annie.

– Mas o que houve com a Annie? – Ele pergunta esquecendo-se por completo da May.

– Quando formos conversar eu te conto. – Respondo. – Agora tenho que ir.

– Mas só vamos ter tempo no sábado e domingo a tarde. – Ele diz meio confuso.

– Então só sábado você saberá. – Digo, dando um selinho em Christopher para me despedir e logo em seguida entro no banco.