Fanfic: Noiva Por Correspondência *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Os dias seguintes passaram voando, enquanto ela explicava sua situação a seus pais e começava a se preparar.

Antes que ela pudesse se diminuir o ritmo o suficiente para que as coisas se acalmassem, ela estava sentada em um trem, olhando pela janela para partes do país que ela nunca havia visto antes.

Apesar de ser tudo muito diferente do que qualquer coisa que ela havia experimentado, a paisagem e estilo de vida de seu destino pouco significavam para ela.

Tudo o que importava era ganhar a confiança e o amor de uma menina a qual esperava que logo a chamasse de "mãe".

Quando Anahí acordou depois de mais uma noite de viagem, ela se surpreendeu ao ver que a paisagem havia mudado bastante.

As árvores e planícies do dia anterior tinha sido substituídas por areia e artemísia. Ao longe, havia montanhas ainda cobertas com a última neve que ainda não tinha derretido.

Anahí podia sentir seu coração batendo enquanto o trem desacelerava para a parada. Ela logo foi conduzida até a porta de seu vagão, onde um atendente esperou por ela com seus pertences.

Ao pisar na plataforma da estação, uma agradável brisa quente a cumprimentou, carregando com ela o aroma fresco de artemísia.

Logo que seus olhos se ajustaram à brilhante luz do sol, levou apenas alguns segundos para ela encontrar o Sr. Herrera esperando na sombra próxima à estação.

Ele era um homem alto, quase trinta centímetros mais alto que sua altura. Espiando por trás dele estava uma linda garotinha em um luminoso vestido azul.

Anahí respirou fundo e se aproximou.

- Olá, Sr. Herrera. - ela sorriu. - Eu sou Anahí Portilla.

Alfonso endireitou-se, parecendo um pouco atordoado. Anahí deu-lhe um sorriso hesitante.

- É um prazer conhecê-la, senhorita. - disse ele. - Por favor, me chame de Alfonso.

Sua voz havia soado um pouco trêmula no início, mas talvez Anahí estivesse imaginando coisas, porque ele limpou a garganta e continuou com uma voz mais firme. Ela era baixa e opulente, como a pradaria sob as luzes das estrelas.

Ele tirou o chapéu, deixando os seus cabelos escuros, brilhar sob o sol do meio-dia.

- Estou muito feliz em conhecê-lo. - disse Anahí.

- Esta é a minha filha, Rosa. - disse ele, apontando para a garota que agora estava agarrada à sua perna.

- Olá, Rosa. - disse Anahí suavemente. - Meu nome é Anahí. Eu fiquei tão feliz ao receber sua carta.

Rosa não disse nada, mas manteve-se escondida atrás de seu pai. Anahí sorriu para ela na esperança de se conectar com a garota.

Ela era uma menina bonita. Seus longos e escuros cabelos caiam em suas costas e flutuavam gentilmente na brisa ao redor do rosto.

- Ela é muito tímida. - Alfonso disse para Anahí enquanto suavemente confortava Rosa. - Mas eu acho que ela vai se afeiçoar a você antes do tempo. Se você já está com todos os seus pertences, nós podemos seguir.

Ela assegurou-lhe que tudo estava lá. Ele pegou suas malas e abriu o caminho para uma charrete do outro lado da estação.

Depois de ajudar Anahí e Rosa a subir nos assentos, ele colocou suas coisas na parte de trás e subiu ao lado Rosa.

Eles estrondavam ao seguir o caminho profundamente esburacado. Não muito longe, Anahí podia ver a pequena cidade. Não havia muito por lá, apenas um alguns edifícios. Estava muito longe de ser a barulhenta e excitante cidade que deixou para trás.

Mas isso pouco importava para Anahí. Tudo o que realmente importava agora era a garotinha sentada ao lado dela.

Eles não haviam ido muito longe até Alfonso parar a charrete ao lado de um salão.

- É isso, senhorita Portilla. - Alfonso disse, pulando para fora da charrete com facilidade. - Eu possuo o salão, e nós vivemos no apartamento no andar de cima.

Ele ajudou Anahí e Rosa a descer da charrete.

- Por favor, me chame de Anahí. - ela sorriu.

- Receio que tenhamos apenas dois quartos. - disse Alfonso enquanto mostrava a Anahí o andar de cima atrás do salão. - Eu tirei as minhas coisas do meu quarto e você pode ficar por lá. Espero que esteja tudo bem para você.

- Sim, claro, obrigada. Mas onde você irá ficar?

- Eu tenho uma cama estreita montada na sala de estar. Eu acho que vai ser a melhor solução para o momento.

- Muito obrigada. - ela disse enquanto ele colocava suas malas em seu novo quarto.

- Eu tenho certeza que você está cansada de sua viagem. Rosa e eu vamos deixa-la se instalar. - disse ele, retirando-se educadamente.

Anahí sentou-se na cama para assimilar seu novo ambiente. Foi quando um pensamento lhe ocorreu.

O que será que aconteceu com a esposa dele? Há quanto tempo ela se foi? Será que Rosa ainda lamenta a perda?

Ela procurou ao redor do quarto qualquer evidência de um toque feminino.

As paredes estavam vazias e as cortinas eram simples. A única fotografia no cômodo era de Rosa.

Não parecia que uma mulher havia vivido aqui faz algum tempo.

Isso soou como um alívio para Anahí, não porque ela queria sofrimento para eles, mas porque ela não queria relembrar feridas já curadas.