Fanfic:  Step-Lover-Ponny/Adp | Tema: AyA

Prólogo 

Pingos de chuva continuam caindo em minha cabeça...

Não há nenhuma razão para que uma música deva tocar várias 

vezes em sua cabeça quando algo terrível está acontecendo com você. 

Não há razão, ainda que elas toquem. As músicas de sua vida, as 

canções sobre o momento, as canções que estão lá por razão nenhuma, 

exceto para torturá-la. A partir desse momento para o resto de sua vida, 

cada vez que você ouvir a música que atormenta você, ela aterroriza sua 

vida e você vai ser sempre levada de volta, como se você nunca tivesse 

saído. Forçada a reviver tudo de novo.

Eu não sei por que razão era essa música em particular. Talvez

fosse a batida da chuva que caía lá fora. Talvez fosse o momento do 

sangue escorrendo no meu rosto. Talvez ela estivesse tocando no rádio. 

Eu não sabia. Eu sabia que estava em um carro - isso é o que eu sabia. 

Um carro que estava retorcido tanto que eu não conseguia mais ver os 

meus pais na frente.

Eu estava tão aterrorizada. Minha mãe estava gritando. A chuva 

estava batendo no teto, fazendo um rugido horrível que misturava com 

seus gritos ensurdecedores para criar um barulho que eu nunca vou 

esquecer.

Lembro-me de meu corpo ser esmagado em uma posição com 

raiva, minhas pernas retorcidas, minha cabeça inclinada para trás, 

meus braços preso entre pedaços de metal curvado. Minha irmã, que 

estava ao meu lado, segundos antes, rindo e rindo sobre uma piada 

boba que meu pai tinha feito, de repente estava mortalmente quieta. Eu 

gritei, muitas vezes, mas tudo o que eu queria gritar, não saía, a voz 

que eu tinha estava presa na minha garganta. Mesmo quando o 

desespero tomou conta, e eu fiquei nervosa, o silêncio permaneceu.

— Por favor, acorde. — eu nunca vou esquecer a minha mãe 

gritando. — Jayden! Milly! Anahi! Por Favor. 

Havia muito sangue. Estava no meu rosto, no meu corpo, nos 

dedos quando eu tentei movê-los. Pânico foi algo que se tornou muito 

familiar naqueles momentos terríveis. Em seguida, tinha a minha irmã. 

O que eu vi sempre ficará preso em minha memória. Isso nunca vai 

sair. Ela estava torcida, tão torcida que eu sabia que não havia  nenhuma maneira disso ser normal. Sua cabeça estava virada para o 

lado, de frente para mim, e seus olhos estavam arregalados e abertos, 

sem vida.

Eu gritei para ela, mas, mais uma vez a minha voz me 

decepcionou. Em vez disso, eu fiquei olhando para a vida que não 

estava mais presente nos olhos azuis que eu adorava tanto. Minha irmã 

estava morta. Não importava que eu fosse jovem e não deveria ter visto 

isso. Não importava. Eu sabia.

Luzes e sons perfuraram o ar, mas já era tarde demais. Minha 

mãe parou de gritar, eu parei de lutar, e através da chuva e do terror, 

eu os ouvi falar. — O pai foi jogado para fora do carro, está uma 

bagunça. Ele se foi. Nós tiramos a mãe para fora, mas há duas crianças 

na parte de trás ainda. Uma está morta, Deus, é uma bagunça. Eu 

nunca vi algo tão horrível na minha vida. 

Horripilante.

Algo macabro como isso não poderia ter acontecido com a gente. 

Não nós. Não nesta família. Éramos felizes. Nos amávamos. Coisas 

assim não acontecem com famílias felizes.

Eu estava errada.

Acontece, e aconteceu.