Fanfic:  Step-Lover-Ponny/Adp | Tema: AyA

— Então, Ripley, como vai a escola? — minha mãe pergunta 

quando estamos comendo peixe fresco, salada e pão caseiro mais tarde 

naquela noite.

— Eu odeio a escola. — diz Ripley, bebendo mais um gole de sua 

cerveja.

— É uma pena. Você parece um garoto esperto. 

Ele sorri para a minha mãe, então se vira para mim. — Não tão 

inteligente quanto a minha irmã mais velha. 

Eu tremo. Por que ele continua apontando o óbvio?

— Eu não sou sua irmã. — ralho.

Todos me olham, e eu noto Poncho se remexendo, divertido.

Imbecil.

— Anny. — a mamãe diz baixinho. — Não há nada de errado com 

ele te chamar de sua irmã. 

— Sim, existe. — murmuro. — Porque eu não sou. 

— Querida. — mamãe diz suavemente.

Poncho ri alto, se divertindo. Isso me irrita, e percebo que há uma 

emoção desconhecida subindo no meu peito. Eu não preciso de Poncho. 

Eu não preciso de seus irmãos. Eu não preciso de uma família 

substituta. — Uma irmã é alguém com quem você crescer junto, com 

quem tem um vínculo; alguém que você ama e cuida. — eu sussurro, 

com a cabeça baixa. — Não alguém que você ganha durante a noite. Eu 

não sou sua irmã e eles não são meus irmãos. É preciso muito mais do 

que o casamento de vocês para usar essa palavra. Gostaria que todos 

parassem de jogar uma palavra para mim, que, francamente, não 

significa nada. 

Eu olho em volta da mesa e seis faces atordoadas olham para 

mim. Eu afasto minha cadeira. — Desculpem.

Então eu me viro e caminho pela varanda. Maite está atrás de 

mim em questão de segundos, seguindo-me, enquanto eu caminho 

apressadamente pela trilha que leva ao lago.

— Você está bem? — pergunta ela depois de alguns instantes.

— Sim. — eu suspiro.

Nós caminhamos para o grande píer e nos sentamos, balançando 

as pernas. É lindo e a noite está fria. As estrelas estão brilhando, a lua 

brilhando sobre a água dando-lhe um toque prateado. Os pássaros 

cantam e os peixes nadam, procurando por um canto para dormir. A

risada soa do outro lado do lago e fogos crepitam ao longo das margens, 

onde as pessoas do acampamento estão.

— Isso foi um pouco explosivo...

Eu suspiro e abaixo a minha cabeça. — Eu sei. Eu não queria que 

isso acontecesse. Eu só... Eu sinto que eles estão tentando me lembrar 

que eles são minha nova família, quando não é assim que eu quero. Eu 

perdi a minha família; eu os vi morrer. Eu não quero que tentem

substitui-los. Eu tinha uma irmã, eu era uma irmã, e eu perdi tudo. Eu 

não quero ser uma irmã de novo. 

— Oh, querida. — diz ela, me abraçando.

— Eu não estou tentando ser uma vaca, mas não é apenas o fato 

de que estão me colocando em uma posição para a qual eu não estava 

pronta, mas o fato de que... — eu paro de falar e respiro fundo. — Ele 

era importante para mim, Mai. Eu me preocupava com ele. Agora ele 

acha que tudo é piada e não está escondendo isso.

— Poncho? 

— Sim. 

— Sinto muito. 

— Eu dormi com o meu irmão adotivo e, pior, eu me preocupo 

com ele. O quão errado é isso? 

— Você tem que parar de pensar dessa forma, porque a situação 

não era assim naquela época.

— Não. — eu suspiro. — Você está certa. Não era. 

— Noite, senhoras.