Fanfic:  Step-Lover-Ponny/Adp | Tema: AyA

AGORA

Eu não sei há quanto tempo estou sentada, mas não deve ser 

muito tempo, porque ouço os rangidos de madeira e me viro para ver 

Ripley vindo em minha direção. Eu rapidamente enxugo minhas 

lágrimas, mas ele não se deixa enganar. Ele me dá um olhar caloroso e 

senta-se ao meu lado. Ele está perto, mas não perto o suficiente para 

nos tocarmos.

— Você é ela, não é? 

— P-p-perdão? 

— A garota que ele conheceu quando ele estava fora há um ano. 

Eu estremeço. Ele suspira.

— Eu o vi te beijar antes. Eu estava vindo até aqui e eu vi. Depois 

da maneira que vocês dois têm se tratado, eu coloquei dois e dois 

juntos. Estou certo? 

Eu abaixei a cabeça. — Sim. 

— Deus. — ele murmura. — Porra, que azar.

— Nem me fale. — eu digo, antes de me virar para ele. — Você 

não pode contar a ninguém, Ripley. Eu não quero isso para minha mãe 

e Carlos. Eles merecem ser felizes. 

— E você não? 

Eu desvio os olhos. — Ele é meu irmão adotivo. Isso é errado. 

— Vocês não tem parentesco. Honestamente, eu acho que é uma 

palavra estúpida. Isso devia ser chamado algo como ‗seu pai casou com 

minha mãe, mas não somos irmãos‘. 

Eu ri baixinho. — Isso pode ficar confuso. 

— Ainda assim, vocês não estão fazendo nada de errado. Você 

sabe disso, certo?

— No fundo, sim, eu sei, mas você não entende. Jack é a melhor 

coisa que aconteceu com a mãe desde que perdemos a nossa família. 

Eu não quero estragar isso. 

— Você não estragaria. — diz ele. — Ela ainda pode amar Jack; 

isso não afetará esse sentimento. 

— Mas poderia. Por mais de um motivo. Em primeiro lugar, 

imagine o que as pessoas iriam dizer. Eles zombariam deles, e os 

rumore começariam. Depois, há o risco de algo dar errado com Poncho e 

eu... E se terminasse muito mal? Isso afastaria nossas famílias. Ou e se 

mamãe e Carlos não derem certo? 

— Esses são suposições grandes. Você realmente acha que sua 

mãe se importaria? 

— Eu não sei e não vou descobrir. Poncho concorda. O que tivemos

foram ótimas noite; está terminado. Eu preciso seguir em frente. 

— Isso é uma mentira. Eu sei que foi mais do que um pouco de 

diversão e você também. 

— Não importa. 

Ripley fica em silêncio por um tempo. — Você merece a felicidade, 

mas não vou forçá-la. Eu sei o quão difícil é admitir algo quando você 

está com medo das consequências. 

Eu levanto minhas sobrancelhas e olho para ele. — Quer 

compartilhar?

Ele me estuda. — Posso confiar em você? 

— Claro. — eu assinto. Ele pode confiar em mim. Eles todos

podem. Eu não vou contar nada sobre a história de Blody e tudo o que 

Ripley me contar eu não vou compartilhar também.

— Eu não... Eu não contei a ninguém antes. 

— Você não precisa contar se não quiser, mas se quiser, estou 

ouvindo.

Ele fica quieto por um tempo e eu acho que ele vai embora, mas 

acaba dizendo: — Eu sou gay. 

Eu me viro e volto para ele, chocada. — Desculpe?

Ele desvia os olhos. — Eu sei há muito tempo. Eu não sei como 

contar a eles... Papai é tão viril e Brody e Poncho são também. Eles 

nunca iriam entender. 

Oh, deus, pobre Ripley.

— Você pode se surpreender. — eu digo suavemente. — Você não 

pode esconder isso para sempre. Isso vai quebrar você. 

Ele olha para mim, e eu quero abraçá-lo. — Você acha que é 

horrível? 

Meus olhos se arregalaram. — Jesus, não. Se é quem você é, 

então é quem você é.

Ele sorri. — Sério? 

— Claro. Sem julgamentos aqui. 

— Você não vai contar a eles? 

Eu balancei a cabeça. — Não. É você quem tem que contar. Eu 

não vou contar a ninguém. 

E eu não vou.

— Obrigado. — diz ele. — Eu acho que eu poderia gostar de ter 

uma irmã. Mas não tanto quanto Poncho. 

Empurro seu ombro e ele rio alto, passando o braço em volta de 

mim.

Droga. Esses meninos estão me afetando.

— Você está bem? — diz a mãe, abraçando-me.

— Eu estou bem. É apenas um arranhão. 

Carlos disse a ela que cai do jet ski, mas ele não lhe disse que eu  estava bêbada. O corte na minha cabeça não é mais que um arranhão 

que só sangrou bem por causa da água. Eu nem acho que ele merece 

um Band-Aid. Ainda assim, minha mãe se preocupa, e eu me odeio por 

ter feito algo tão imprudente. Não era justo, porque se algo tivesse 

acontecido, iria destruí-la. Vou pensar antes de agir da próxima vez.

— Você me deixou preocupada. — diz ela, nós duas sentamos no 

sofá. — Carlos me contou o que aconteceu esta manhã. Eu estava fora de 

mim. 

— Eu estou bem. — eu digo, e eu estou falando sério. — Eu 

estava apenas... Foi difícil de lidar, mas eu estou bem. Os caras 

entendem agora, e hoje eu tive um grande avanço com... Bem, todos 

eles. 

Ela sorri. — Isso me deixa tão feliz. 

Eu a abraço. — Me desculpe por eu ter te preocupado. 

— Nunca se desculpe, querida. 

— Aí está você! 

Nós duas nos viramos para ver Maite correndo pela porta. Ela 

joga contra mim, fazendo-nos cair para trás no sofá. — Nunca mais me 

assuste assim. Eu não conseguia encontrá-la e ouvi o que aconteceu. 

Poxa, mulher. 

Eu a empurro e me sento, mas eu dou-lhe um sorriso. — Sinto 

muito. 

— Você vai deve sentir mesmo. — diz ela, balançando o dedo na 

minha cara. — Vai sentir!

Mamãe se levanta. — Vou deixá-las sozinhas.

Maite se ajeitou ao meu lado. — O que aconteceu? 

Eu dou de ombros. — Nada. Eu tive um sonho, Carlos disse a eles 

sobre isso e eu surtei. 

— Brody passou o dia com você. — diz ela.

Concordo com a cabeça. — Sim, passou. Fico feliz por isso, 

também. 

— Ele falou bastante?

Eu balancei a cabeça. — Não, nós só ficou bêbados e falamos

merdas aleatórias. O que é exatamente o que eu precisava. 

Ela suspira. — Eu estou morrendo de ciúme. Você tem três caras 

impressionantes em sua vida. 

Eu sorrio. — Sim, eu tenho.