Fanfic:  Step-Lover-Ponny/Adp | Tema: AyA

SEGUNDA PARTE - UM ANO DEPOIS

Eu cambaleio pelo corredor ao tentar vestir o sapato ao mesmo 

tempo em que vou em direção à porta da frente. Maite está na 

cozinha quando passo por lá. Ela me olha com um sorrisinho afetado

no rosto. Estamos morando juntas há seis meses. Alugamos um 

apartamento pequeno perto da faculdade e, até agora, tem sido muito 

bom. Minha mãe mora aqui perto e Carlos está na casa dele; só que agora

Ripley mora com ele.

Brody conseguiu um emprego e mora em um apartamento há dez 

minutos daqui. Poncho nunca mais voltou. Eu não o vi nem recebi 

notícias suas desde aquela noite horrível, há um ano. Eu sei que ele fala 

com seus irmãos o tempo todo, mas eu faço questão de nunca 

perguntar sobre isso. Eu fiz o meu melhor para seguir em frente. Eu 

namoro outro homem, e tem sido assim pelos últimos três meses.

Ele é um cara bom.

Eu superei Poncho? Eu honestamente não sei se algum dia vou 

superá-lo, mas eu estou seguindo em frente, e isso é um bom começo.

A faculdade me mantém ocupada e, entre as aulas e meu 

trabalho no bar da rua, eu não tenho tempo para pensar. Ficar ocupada

me ajudou, e Yates também. É um nome estranho, eu sei, mas o meu 

novo namorado é mesmo um tipo diferente. Ele provavelmente não é o 

que eu teria escolhido, mas eu o conheci na faculdade e começamos 

uma amizade que, lentamente, virou algo mais.

Yates é tranquilo. Ele está estudando para ser um médico e ele 

vai ser um dos bons. Ele é um garoto bonito... Pelo menos, é como

Brody o chama. Ele tem cabelo castanho e profundos olhos castanhos. 

Ele é magro, mas em forma, e nunca o vi em um par de jeans 

desgastados. Você certamente não iria vê-lo com uma tatuagem. Ele 

não gosta de Brody, mas gosta de Ripley. A mamãe e Jack acham que 

ele é bom, então está tudo bem.

Certo?

— Você está atrasada ou algo assim? — Maite pergunta quando 

eu continuo pulando até que bater na parte de trás do sofá.

— Sim. — respondo. — Eu dormi demais. 

Ela ri. — Bem, melhor você correr. 

Eu me viro e pego o café que ela me oferece em um copo de papel, 

antes de pegar minhas chaves e correr para a porta. Saí do apartamento

antes que ela possa dizer outra palavra. Eu dirijo rapidamente em 

direção à faculdade e, quando eu encontro uma vaga, eu praticamente 

tropeço para fora do carro correndo em direção à ala da Biologia. Chego 

à sala de aula assim que Professor 'Mathias' Ericson começa seu 

discurso.

Eu paro de correr e lhe dou um sorriso.

O professor Ericson é gostoso. Eu não digo isto da boca para fora. 

Ele é um deus de trinta anos de idade que caiu do céu, rolou em 

chocolate, coberto com granulado, e foi colocado em minha sala de 

aula. Eu não vou mentir... Eu faço até o impossível para nunca perder

uma aula de Biologia, porque secá-la durante a aula toda é o ponto alto 

da minha semana. Para não mencionar o fato de que ele é inteligente 

como o inferno e faz com as aulas fossem divertidas.

Ele cerra os olhos para mim, enquanto eu me sento na minha

cadeira. E que os olhos! Ele tem os olhos verde-esmeralda que são 

estupidamente hipnotizantes e você só quer olhar para ele até que você 

derreta com tanta intensidade. Seu cabelo não é o cabelo do típico 

professor. É bagunçado e quase, bem, como um dreadlock. Eu não 

posso explicar, mas ele tem essa coisa de ser meio fodão. Sua pele é 

bronzeada, e ele tem covinhas assassinas e um corpo que é um arraso. 

É quase como se ele pertencesse a um palco, com uma guitarra e uma 

jaqueta de couro, e não em uma sala de aula.

Não que eu esteja reclamando.

— Não é comum você se atrasar, Anahi. Está tudo bem? —

pergunta ele com aquela voz. Orgasmos cobertos de chocolates.

Concordo com a cabeça, sorrindo. — Sinto muito, senhor. Eu 

pensei que tinha tempo, mas fiquei presa no trânsito porque eu saí

alguns minutos tarde demais. 

Ele assente e sorri, antes de volta-se para a classe. Não é uma 

classe enorme, e eu fico junto com a maioria das pessoas aqui, exceto 

Twisted Sister na parte de trás. Há uma menina nesta turma e eu 

realmente não tenho ideia por que ela está aqui. Quero dizer, ela é 

obviamente inteligente, porque ela passa isso, mas ela é assim...

Sombria e sinuosa. Ok, ela não é sombria, ela é realmente 

impressionante, mas há algo sobre ela.

Ao pensar nela, eu me viro e a vejo sentada no lugar de sempre, 

no canto esquerdo, no fundão da sala. Há pelo menos cinquenta lugares 

entre ela e o resto da classe. Hoje, seu cabelo loiro está ondulado sobre 

seus ombros. Como sempre, porém, ela tem um capuz puxado para 

cima, cobrindo maior parte do rosto. Há rumores de que ela foi vista

com hematomas em seu rosto. Ela tem um corpo maravilhoso; bunda 

redonda e cintura fina, mas ela o esconde com casacos e jeans. Seus 

olhos são a combinação mais intensa de amarelo e verde que eu já vi, e 

se ela não fizesse cara feia para todo mundo de uma forma que lhes diz 

que ela está pronta para apunhalar, então ela seria realmente uma bela

garota.

— Certo, classe, seria maneiro se vocês pudessem continuar de 

onde paramos na semana passada.

O bom e velho professor Ericson. Qualquer pessoa que diga 

―maneiro‖ é muito legal, em minha opinião.

— Ei, Anahi! 

Viro-me e sorrio ao ver Yates andando em direção a mim. Quando 

ele me alcança, ele se inclina e beija minha testa. Ele não é um 

verdadeiro fã da velha demonstração pública de afeto. Ele coloca uma 

mecha de cabelo atrás da minha orelha, enquanto me estuda. — Como 

foi a aula hoje? 

Eu dou de ombros, mas mantenho o meu sorriso. — Ótima. Foi 

bem tranquila. 

— Boa garota. 

Ele nos guia em direção ao refeitório e conversamos sobre as 

aulas até chegarmos. Depois de pegarmos nosso almoço, nos juntamos 

ao nosso grupo de amigos.

— Mathias estava muito gostoso hoje? — minha amiga, Julie,

suspira.