Fanfic:  Step-Lover-Ponny/Adp | Tema: AyA

Mais silêncio.

— Ela não é você, Anahi, mas ela significa algo pra mim e eu não 

quero machucá-la. 

— Eu não estou pedindo para você fazer isso. 

Ele olha para mim e estende a mão, tocando meu queixo. — Não, 

mas a cada vez que você está no mesmo quarto que eu, eu penso sobre 

o quão difícil é. Se eu estou com você... Estou arriscando a machucá-la. 

— Você quer que eu fique longe. 

Não é uma pergunta. É um fato.

Ele abaixa a mão e a cabeça. — Eu não sei o que eu quero. 

Eu não consigo evitar. As lágrimas brotam dos meus olhos e eu 

estou chorando. Isso não é justo e eu não posso lidar com isso. Ele tem 

todo o direito de me pedir para ficar longe e eu não estou brava com ele 

por isso, eu só estou com raiva que, depois de todo esse tempo, eu não 

consigo olhá-lo e não desejar estar em seus braços.

— Eu deveria ir. 

— Anahi. — diz ele, estendendo a mão e pegando meu pulso. —

Porra, se você soubesse o quão difícil isso foi. 

Me viro para ele. — Você está certo. Nós dois temos 

relacionamentos e ficar nos esbarrando não está ajudando. Eu vou ficar 

fora do seu caminho, Poncho. 

Ele parece triste. — Querida...

— Boa noite e obrigada por hoje. 

Eu torço meu pulso e ele me solta, e eu corro para a porta antes 

que ele possa dizer qualquer outra coisa. Corro pelo corredor e no 

momento que eu volto para a cama com Mai e eu me enrolo nela e ela se 

agarra a mim, enquanto eu choro até dormir.

Juro. Amanhã, quando eu acordar, eu não vou derramar uma 

única lágrima por Blade.

Nem mais uma lágrima.

Eu abro os olhos e demoro um momento para perceber onde 

estou. Quarto de Brody, deitada ao lado de Maite. Eu viro e vejo que 

ela ainda está dormindo, então eu saio da cama. Com um bocejo, eu me 

espreguiço e percebo que não tinha dormido mal, afinal. Isso 

provavelmente tinha algo a ver com o fato de que eu chorei até dormir.

Eu me asseguro que minhas roupas estão ok, antes de prender o

cabelo e ir para a cozinha. Brody e a Poncho estão acordados, sentados à 

mesa, bebendo café. Os olhos de Poncho encontram os meus e eu sei, eu 

só sei o que tenho que fazer. Para mim, para ele, para a minha mãe e 

para a família que temos agora. Eu tenho que parar de forçar essa 

situação. Eu tenho que colocar um ponto final e eu tenho que deixá-lo 

seguir em frente.

Isso vai rasgar o meu coração, mas é o único caminho.

Então eu faço a única coisa que eu posso.

— Poncho, podemos ter uma palavra? 

Ele me estuda, e eu serei amaldiçoada se não houver dor nas 

profundezas lindas de seus olhos. Brody me olha com curiosidade, mas 

eu ignoro e vou para fora. É uma manhã fria e lufadas de ar fresco 

passam sobre o meu rosto. Respiro fundo, controlando minhas 

emoções. Eu não posso ceder; eu tenho que fazer isso e eu tenho que 

seguir em frente. Quando a porta range, eu me viro e vejo Poncho de pé 

do lado de fora.

— Anahi, olhe...

— Não, por favor. — eu digo suavemente. — Apenas deixe-me 

falar, Poncho. 

Ele assente e fecha a boca. Eu vou até ele, estudando o seu belo 

rosto. Ele é devastador e não importa quantas vezes eu o olhe, isso 

nunca vai mudar. Eu só tenho que aprender a lidar com isso.

— Sinto muito. — eu começo. — Eu sinto muito por fazer isso 

mais difícil do que precisa ser. Você está certo e por mais difícil que 

seja, eu sei que precisamos fazer o que é melhor. Você tem uma 

namorada e eu tenho um namorado, não importa quanto tempo isso

possa durar. Mas não é apenas isso e nunca foi. É a nossa família; é 

tudo o que poderia ser quebrado pelo o que fizemos. 

Eu me aproximo, lutando contra as minhas emoções. Eu ergo as

mãos e toco suas bochechas. — Você foi a primeira pessoa que eu amei

e eu não me arrependo disso, você está me ouvindo? Mas eu não posso 

fazer isso com minha mãe e eu não posso fazer isso comigo ou com 

você. Eu nunca vou esquecer o que nós compartilhamos e eu nem sei se 

a dor vai embora, mas eu vou lutar por esta família que foi criada em 

torno de nós, porque eu não quero perdê-los. Então, eu vou me afastar. 

Eu vou ficar fora do seu caminho, mas se nós estivermos no mesmo 

lugar, fique tranquilo, porque eu não vou causar problemas. 

Eu me inclino e pressiono um beijo suave e rápido em seus

lábios. — Obrigada por mudar algo em mim. Eu realmente espero que 

você encontre a felicidade, porque você merece. 

Então eu abaixo as mãos, passo por ele e entro na casa. Um peso 

foi tirado do meu peito, apenas para ser substituído por outro. Luto. 

Agonia. Perda. Eu me recomponho e sorrio para Brody, que ainda está 

me estudando ainda.

— Obrigada por me deixar ficar na noite passada. Eu vou indo. 

Eu tenho que estudar. 

Ele assente, dando-me um olhar curioso. Quando Poncho entra e 

desaparece no final do corredor, ele o olha antes de se voltar para mim. 

— Você não está enganando ninguém, sabe? 

Eu forço um sorriso. — Não, mas não é da conta de ninguém e 

está acabado. Para o bem de todos, fique fora disso, Brody. 

Ele balança a cabeça, inteligente o suficiente para saber onde é

seu lugar.

— Eu vou embora. Você quer que eu acorde a Mai? 

Ele balança a cabeça. — Deixe-a. 

Eu luto contra um sorriso.

Ele percebe e murmura: — Nem começa. 

Eu coloquei minhas mãos para cima. — Eu não disse nada. 

Seus lábios se contorcem e eu me aproximo, passando os braços 

ao redor de seu pescoço. — Mas eu ficaria meio que feliz se você talvez,  acidentalmente se deitasse na cama com ela.