— Ah, Poncho. — eu gaguejo.
Ele me solta e dá uns passos para trás. Não. Fique perto. Eu não
posso me conter agora. Meus olhos correm por ele. Sua camisa está
suada e colada ao seu corpo, mostrando claramente que o homem tem
um impressionante físico. Droga. Eu finalmente olho para o seu rosto,
também suado que só o faz parecer melhor. Seu cabelo está escondido
por um boné de beisebol, que ele usa com a aba para trás.
Sexy, gostoso.
Super gostoso.
— O que você está fazendo aqui, Anahi?
— Eu, ah... — Deus, eu vou gaguejar. — Meu carro quebrou.
Ele franze o cenho. — Seu carro quebrou.
— Sim. — eu digo, cruzando os braços. — No final da rua. Eu
estava indo para a faculdade. Esta era a oficina mais próxima.
Ele me estuda, mas percebe que estou perturbada o suficiente
para que isso seja uma mentira e ele concorda. — Onde?
— No fim da rua...
Ele me dá um olhar impaciente. — Querida, esquerda, direita,
para frente, para trás... Há uma abundância de rua.
Direita.
— Ah, eu posso mostrar a você.
Ele balança a cabeça e se vira para a recepcionista. — Eu já volto.
Ela está nos estudando e apenas assente e sorri docemente. Saio
correndo e começo a correr pela calçada como se minha bunda
estivesse pegando fogo. Poncho está atrás de mim, mas eu não paro para
ver o quão perto ele está. Eu estou no meio do caminho quando eu
tropeço. Eu caio lentamente, com as mãos pra frente e atinjo a calçada
com um baque e um grito.
Alguém me odeia hoje.
Poncho está lá antes mesmo de eu ficar de joelhos e ele põe a mão
sob minhas axilas e me puxa para cima. Isso poderia ficar pior?
— Jesus, você está bem?
— Eu estou bem. — eu gaguejo.
Ele me vira para ele e olha para baixo. — Os seus joelhos estão
fodidos.
Eu olho para baixo e amaldiçoo o sangue escorrendo pelas
minhas canelas. Dói muito.
— Incrível. — eu bufo.
— Se você não estivesse correndo como uma louca em direção ao
carro, você não teria caído.
Eu o olho e ele sorri.
Desgraçado.
— Eu te deixo nervosa, Tulipa?
— Vai se foder, Poncho.
Ele sorri agora, um grande sorriso de lobo. — Já fiz isso.
Viro-me e coloco minha bolsa de volta debaixo do braço, antes de
continuar andando em direção ao meu carro.
— Você não vai me deixar limpar esses joelhos?
— Não.
— Querida...
Ele está se divertindo. Merda.
Nós alcançamos o meu carro e eu aponto para ele. Ele dá uma
olhada e cai na gargalhada. — Bem, não a porra de uma surpresa que
tenha quebrado. Quantos anos tem essa coisa? Porra, parece que ele
estava engatado na parte de trás de um cavalo.
Cruzo os braços e olho para ele. — Só pra que você saiba, Suzie é
bastante fiel.
— Seu carro se chama Suzie?
Eu dou de ombros.
— E só Deus sabe como Suzie se manteve fiel, porque ela parece
que está prestes a explodir apenas para sair da agonia que ela está.
— Ha ha. — eu digo suavemente. — Você pode consertá-la?
— Eu posso queimá-la, isso serve?
Viro-me para ele e seu corpo está tremendo de tanto rir. — Eu
não sei o que é tão engraçado. Este é o único carro que eu tenho, Poncho.
— O meu pai viu esse lixo ambulante?
Concordo com a cabeça sem jeito. — Ele também acha que Suzie
deve ter uma morte em chamas.
Poncho bufa — Não é de surpreender. Por que você está dirigindo
essa coisa?
Meu rosto se abate. — Era do meu pai.
Seu rosto se suaviza. — Merda, eu sinto muito.
Eu dou de ombros e olho para longe. — Eu sei que é hora de
seguir em frente, mas...
— Eu entendo. — diz ele. — Eu vou pegar os caras para dar uma
olhada, ver o que podemos fazer. Nesse meio tempo, você tem algum
lugar para ir?
Eu balancei minha cabeça. — Não. Estou livre durante todo o dia.
— Bom. Vamos limpar seus joelhos.
— Ah, eu posso fazer isso sozinha, obrigada.
Ele me olha com impaciência e, em seguida, indica a oficina com
a cabeça. — Anda, vamos lá.
Eu o sigo sem muito protesto. Quando voltarmos para a oficina,
ele me leva a um grande escritório. Ele fecha a porta e aponta para uma
cadeira. — Sente-se.
— Você tem seu próprio escritório? — pergunto, sentando-se na
cadeira.
Ele fuça em um armário. — Sim, eu sou o gerente, por isso faz
sentido.
— Você... Você é o gerente? — ofego.
Ele assente. — Sim, eles precisavam de um e eu tenho
experiência. Eu comando o show por aqui.
— Sozinho?