Fanfic: Lazos Del Destino <3

- Anne, Anne minha filha! Acorde! Oh, Deus como pode estar acontecendo tudo isso!?

Abri meus olhos lentamente, eu me lembrava de tudo, do encontro com papai e mamãe, pra mim tudo estava claro naquele momento. Eu apenas sorri ao ver Dona Mia.
- Calma Dona Mia, está tudo bem.
- Como eu queria que estivesse tudo bem. Como voce quer a calma nessas horas? seu pai se foi e (...)
- Eu sei. Eu intendi tudo o que está acontecendo. Papai se foi e agora está junto com mamãe, estou triste sim por ele não estar mais aqui comigo. Agora tenho que ser forte, chorar não trará ele de volta e eu sei que eles estão comigo. - Dona Mia me olhava com admiração e surpresa.
- Eu estive com eles enquanto estava desmaiada. - Eu disse sorrindo.
- Queria ter sua força.. - Disse Dona Mia.

O telefone toca, era uma assistente social do juizado de menores.

- Como voce é menor de idade, terá que ficar com seus avós maternos. Já os deixei ciente sobre o acontecido. Amanhã 15:30h estarei aí, arrume suas coisas, vamos pegar o primeiro vôo das 17:00h para a Espanha, onde seus avós moram.

Avisei dona Mia e disse que mesmo ela deixando de trabalhar aqui em casa, eu não a deixaria na mão. Enquanto ela me ajudava a arrumar minhas coisas, dei a ela uma caixa ao qual desde pequena costumava guardar dinheiro. Havia uma grande quantia ali, ela poderia comprar até um apartamento de luxo. Não a deixaria sem nada depois de tudo que ela fez por mim.
Veio em minha cabeça a possibilidade de meus avós me aceitarem de volta, mas é claro que eles me aceitariam, eu estava indo morar com eles! De vez em quando me sentia sozinha, queria que papai estivesse ao meu lado e que nada daquilo estivesse acontecendo, mas depois me lembro do encontro que tive com ele e mamãe e acabava ficando mais tranquila.
Me despedi de Mia, deixando com ela uma cópia da chave de casa, se por acaso acontecesse algo poderia ficar com ela. Fui dormir, ou melhor, tentei dormir...

Passei a maior parte da noite em claro, imaginando como seria a viagem, minha vida na Espanha morando com meus avós, estava com grandes expectativas de morar com eles, ficava imaginando eu os abraçando e eles me desejando boas vindas. Não teria problemas sobre a cultura de lá e nem com a língua. Havia feito um curso de espanhol avançado durante 6 anos, sabia lidar fluentemente com tudo. Mergulhada em meus pensamentos, adormeci.
Acordei 9:00h mais ou menos. Arrumei os últimos detalhes para a viagem, claro, não pude esquecer a foto de mamãe e papai comigo. - era a única lembrança que tinha dos dois - guardei ela dentro do meu diário secreto pois sabia que ali ninguém ia mexer. Preparei algo para comer e saí, fui ao supermercado e comprei algumas barrinhas de cereais para comer durante a viagem se tivesse fome. Em certos momentos confesso que chorava um pouquinho com saudades dos meus pais.. tinha orgulho deles, eles lutaram por mim, acreditaram que o amor não morre mesmo quando acontece algo de ruim.
Chegando em casa, fui tomar banho, vesti minha calça skinny preta, uma blusinha amarela com várias estampas de coração, calcei minha melissa, arrumei meu cabelo deixando os com meus cachinhos bem soltos, não gostava de grandes penteados, rs. Sentei no sofá da sala esperando a assistente social chegar.
15:30 em ponto o carro já estava na porta buzinando. Abri o portão.
- Voce foi pontual ! - brinquei.
- Pontual é meu sobrenome, rs ! Meu nome é Laura Módica.
- Prazer Laura! Ah, voce já deve saber meu nome e minha história.. não preciso ficar `` no repeat``. - Ela riu com prazer, parecia ser bem simpática.
- Então, vamos?!
- Sim né.. - Eu disse meio cabisbaixa.
Ajeitamos as coisas no porta malas e saimos em destino ao aeroporto. Chegando lá, alguns funcionários me olhavam com pena, fato, todos sabiam que eu era a filha de René Fenelón ao qual trabalhara naquela empresa. Logo vieram aquela muvuca de repórteres como enxame de abelhas atacando sua presa. Os seguranças logo os afastaram, evitando aquele enrredo todo em cima de mim. Tudo bem, eu entendo que é o trabalho deles entrevistar vítimas de casos polemicos, mas acho que deveriam ter um pouco de respeito.