Fanfic: Meio Sangue | Tema: RBD - Percy Jackson e os olimpianos

Capítulo 5 - Azul é a cor mais quente? 

Annie     

Luzes coloridas.

Som extremamente alto.

Jovens dançando. 

Muitos jovens dançando.

-E então? Já se decidiram? Não tenho muito tempo, preciso vender e se vocês não quiserem...-Falou a mulher que tinha um olhar frio e distante antes de ser cortada.

-Vamos querer! -Uma das garotas respondeu. Ela era muito bonita e chamava atenção de todos com seu cabelo azul e olhos de esmeraldas. O cabelo azul... Annie se lembrava do dia que Emma havia resolvido pintar seus fios naturais loiros claríssimos por causa do filme Azul é a cor mais quente. E com certeza Emma havia ficado mais linda do que nunca.

-Do que estamos falando? - Annie sussurra no ouvido da Garota que pega dois envelopes pequenos da mão da mulher. Essa que desaparece após receber o dinheiro pelos pacotes. 

-Annie. Annie. Já te falei que precisa confiar mais em mim. Isso aqui...-Sacudiu os envelopes.- É a nossa diversão da noite.

-Mas que merda é essa? -Indagou com a voz mais alta.

-Shiuuuuu! -Emma tampa a boca de Annie, gesto inútil já que com o som tão alto ninguém por perto o suficiente das duas ouviria.- Vamos para o banheiro.

Seguiram para o corredor tendo que passar entre vários adolescentes dançando, o que deixava difícil a travessia. Quando chegaram ao corredor que havia os banheiros, o som diminuiu consideravelmente assim como o número de pessoas.

Emma foi a primeira entrar no banheiro feminino, ela foi direto as cabines. Olhou uma por uma até ter a confirmação que estavam sozinhas.

-Tranque a porta, Annie.- A situação incomodou a garota, não porque sua amiga era bissexual e a havia pedido para se trancar com ela no banheiro. Annie sentiu que algo estava errado. Não se lembrava de como tinha chegado naquela festa. -Anda logo com isso, Anahí.

-O que estamos fazendo aqui?

-Eu apenas quero usar meu pacotinho sem que algum bêbado ou alguma idiota entre aqui.

-Pronto. Está trancada.-Annie revirou os olhos.- Agora você me mostra o que tem dentro deles.

Emma sorriu ao ouvir a amiga. Pegou um dos envelopes e entregou nas mãos de Annie, que imediatamente o abriu e se deparou com um estranho pó branco. 

-Emma, isso é droga? Mas claro que é droga! Não podemos usar.

-Eu pedi para confiar em mim.

-Não! Você está pedindo para eu me drogar! -Annie fala mais alto.

-Eu só quero aproveitar o momento com você, Annie! Isso não é errado.-Emma grita.  

-Quando envolve drogas sim!

-Você é a culpada.

-Emma? Do que está falando?

-Já se esqueceu? Não importa! Eu te perdoo, apenas junte-se a mim. -O olhar esmeralda de Emma começam a se tornar negro. Annie toma um susto e se afasta da garota. -Algum problema, Annie?

E nesse momento Annie se lembra da cena. Emma pendurada na árvore aberta e sem vida. Emma estava morta.

-Merda! O que está acontecendo?!

O mundo de Annie começa a dar voltas. Ela se sente tonta e as coisas perdem a clareza. Ela grita, mas não escuta sua própria voz.

-Preciso de você.- A escuridão invade completamente o olhar de Emma. E sua doce voz se torna grave e aterrorizante. -Junte-se a mim. Filha de...

-O que foi, Annie? -Uma voz não tão familiar surgi. -Acorde! Por que não para de gritar? Está tudo bem.

Annie então fecha seus olhos e quando os abre novamente encara um Ucker preocupado. Tudo foi um sonho, mas era tão real. Tão real como esse acampamento em que se encontrava.

-Annie! Fala alguma coisa!

-Eu... -As lágrimas tomam conta do rosto delicado de Anahí. -Foi horrível! 

-Está tudo bem aqui? - Poncho aparece ao lado da cama.

-Você não está vendo ela? -Ucker grita com o garoto. -Claro que não está bem! 

-Okay! Foi uma pergunta estúpida.-Poncho encara Annie.-Foi apenas um sonho, Annie. Passamos por muita coisa por tão pouco tempo. Sei que não sou a melhor pessoa para falar disso, mas não gosto de te ver assim. Nem eu, nem Ucker e nem ninguém. Pode contar conosco não importa se mal nos conhecemos, estamos nisso juntos.

E eles realmente estavam.

*

-Olha, daqui a pouco Christian deve voltar com as camisas para depois irmos a fogueira. Posso ficar com você aqui caso não esteja afim de socializar. –Ucker fala e depois se volta a Poncho, o encarando como se pedisse ajuda.

-É... Podemos ficar aqui. Talvez Chris traga alguma coisa para comermos. –Poncho concorda com Ucker, apesar de Annie perceber que não era exatamente aquilo que ele queria.

-Não sejam tolos. -Annie se levanta da cama e seca as últimas lagrimas que ainda insistiam em cair de seu rosto. –Não preciso de babás e também não ficarei aqui me lamentando. Vou tomar um banho... Mas obrigada por se preocuparem. Sério mesmo. –A garota dá um pequeno sorriso antes de deixar os dois garotos surpresos sozinhos no quarto bagunçado por diversas peças íntimas. Eles não esperavam que Annie respondesse dessa forma, na verdade nem ela. Mas ela sabia que não poderia se deixar abalar, tinha que ser forte pelo menos em frente aos outros.

Quando entrou no pequeno banheiro do chalé percebeu que era bastante organizado, bem diferente de todo o resto. Se lembrou das informações de Christian. Cada chalé possuía um banheiro próprio, além do grande vestiário do acampamento que fornecia água quente. Annie concluiu esse ser o motivo da organização do cômodo, a maioria utilizava o banheiro comunitário por ter melhores condições do que o privado.

Trancou a porta do banheiro e encarou o pequeno espelho que lá havia. Seu nariz assim como seus olhos estavam vermelhos devido seu choro, abriu a torneira e tocou na água fria que saia da bica. Não tinha roupa além da que vestia, e isso não a agradava. Levou a água gelada em seu rosto. E voltou a encarar o espelho.

-Pare de se fraca, Anahí. -Sussurrou ao reflexo.

Retirou a roupa que vestia e entrou no pequeno box. Logo a água gelada percorria o seu corpo. Era como se toda e qualquer fraqueza e medo fossem embora junto com a água que deslizava sobre a garota até o ralo.

-Annie? –Escutou após algumas batidas na porta. –Chris chegou com algumas roupas.

Anahí desligou o chuveiro imediatamente, puxou a toalha e a enrolou em seu corpo ainda molhado. Seguiu rapidamente até a porta e a abriu.

-Uma bela imagem. Com todo respeito é claro... –Poncho sorria encarando a garota.

-E as roupas?

-Ah, certo. As roupas. –Poncho entregou um embrulho.

Assim que Annie o pegou fechou a porta.

-Sem ao menos uma despedida?

-Vai embora, Poncho. –A garota escutou a risada do garoto se afastando da porta. E não demorou muito para perceber que mais vozes surgiram no chalé.

Depois de terminar de se arrumar destrancou a porta novamente e antes de abrir, um vulto passou correndo pela porta, fazendo Annie se esquivar.

-Por que demorou tanto? –Falou o vulto que nada mais era um garoto de cheios cabelos cacheados e com um sorriso idêntico ao de Chris. –O vestiário estava lotado. –O garoto pouco se importou com a presença de Annie e abriu seu zíper para urinar. –Hm... Pode me dar uma licencinha?  

Annie ainda surpresa com a atitude do garoto apenas saiu o mais rápido que podia do banheiro.

-Olha ela aí! –Chris gritou ao ver Annie. –Então queridos irmãos além desses dois, essa é a garota que dividiremos nosso humilde chalé.

Annie ficou sem jeito com as dezenas de olhares em sua direção.

-Oi... Anahí, prazer.

Todos pareciam não se importar, fazendo Annie ficar mais constrangida ainda.

-Esse são meus irmãos... –Começou Chris apontando para cada um e os nomeando. –E claro o resto são como vocês, sem pais conhecidos, ainda.

-Cara. O próximo que usar o banheiro vai ter que dar uma lavada... –O garoto de cabelo cacheado disse ao sair do banheiro.

-E esse idiota é meu irmão Jack. –Falou Chris revirando os olhos.

-Meio-irmão. –Jack rebateu.

-Que seja.

Annie se juntou a Ucker e Poncho que já estavam arrumados e se perguntou se realmente havia demorado.

-O que estamos esperando? Temos pegadinhas para fazer! –Disse a garota alta de cabelos curtos e castanhos, que Chris apresentou como Beth.

-Sábia palavra. –Outro dos irmãos de Chris falou.

-Certo. Certo. Vamos pegar leve hoje, afinal temos novatos. –Jack sorriu.

Todos gargalharam, deixando os três sem entender nada. E sendo arrastados pelos filhos de Hermes para a saída. Quando saíram do chalé, Annie pode finalmente perceber o grande movimento de pessoas no acampamento. Assim como o Chalé 11, o qual teria que residir até saber de quem é filha, vários jovens e até crianças saiam de outros. Todos indo na mesma direção e ao mesmo lugar. A fogueira.

Respondendo:

Jéssica Nascimento Herrera: Sobre a Mai e o Poncho não posso afirmar nada, pode acontecer algo ou também nada. Aquilo foi apenas uma apresentação, sem nada definido. (Admito que gosto de praticamente todos os traumas, então pode ter um pouco de tudo mas isso não significa relacionamentos amorosos). E sim maldito Ucker! Não podia ter esperado só mais um pouquinho?! rs. Logo você saberá! Obg por comentar.

heloisamelo: Sim! Principalmente esse ínicio de capítulo! Espero que tenha gostado dele e da continuação também! Obg por comentar.

Furacao Maite: Seja Bem-Vinda! Sério muito obrigada por aparecer por aqui! Fiquei bem feliz ao saber de sua presença. Conte o que está achando da fic e claro como sei que é uma escritora de diversas fics boas, se acha que preciso melhorar em algum quesito. Qualquer crítica construtiva vindo da sua parte será muito bem-vinda.

Já vou informar que o próximo capítulo será "dividido" pelo ponto de vista de todos. Todos que agora se resumem em Annie, Ucker e Poncho. Mas logo que os 6 aparecerem também teremos da Mai, Dulce e Chris, e falta bem pouco para isso. Espero que tenham gostado do Capítulo, eu gosto muito do ínicio. Qualquer duvída e conselhos sobre a fic nos comentários. Beijos e até a próxima!