Fanfic: Maquiagem Borrada (songfic) | Tema: Rebelde, Portiñon

E como eu poderia negar algo vindo dela? Como eu poderia dizer que não ficaria, se tudo que eu queria era ficar? Será que se ela soubesse que eu ficaria sempre, todo dia, toda hora, pra sempre, ela ainda me pediria pra ficar? Eu precisava tanto daquela garota. Eu poderia dizer que meu coração bate por ela, mas não, tudo que eu faço, absolutamente tudo, é por ela. Eu a abracei, e enquanto a abraçava pensava em como seu corpo se encaixava no meu. E como seu rosto molhado se secava na minha camiseta branca. 

- Any, eu não posso deixar aquele idiota te tratar assim. Tenho que falar com ele. 

Any: Não precisa, Dul. Ele vai vir falar comigo. E vai ficar tudo bem entre nós dois. 

A soltei de imediato. Eu vi desaparecer toda a magia que estava sentindo ao abraça-la. Como assim? 

- Pretende voltar com ele? Mesmo depois do que ele falou? 

Any: Ele não fez por mal. Ele é ciumento e impulsivo. Não foi a intenção dele.

- Você é louca? Ele te humilhou na frente de um tanto de gente. Não pode voltar por ele! 

Any: Sou louca de amor por ele, Dulce. Eu entendo ele. Ele me ama e eu sou apaixonada por ele. 

- Anahí, ele te tratou mal...

Any: POR AMOR

- EU NUNCA TRATARIA ALGUÉM QUE EU AMO DESTA FORMA! 

Any: Dulce... por favor, entenda ele, ele não fez por mal. Ele me ama. E é isso que importa pra mim. 

- Okay, Anahí. Você sabe bem o que você faz da sua vida. 

Olhei as horas. O tempo havia passado rápido demais. Já eram 17:30. Tinha que ir pra casa pra me arrumar pro jantar e ajudar meu irmão com as coisas.

- Você vai no jantar de hoje a noite? 

Any: Não tô com cabeça pra isso. Sem o Poncho, não tem graça. 

- Tá, eu tenho que ir. A gente se vê. 

Eu sai de lá sem demonstrar nada. Mas eu nunca me senti tão triste, tão desolada, sozinha e massacrada como agora. "Sou louca de amor por ele". Essa frase se repetia todo o tempo enquanto eu ia até a empresa pegar meu carro. Droga, porque justo com ela? Porque não com outra garota qualquer? Porque justo com a cunhada do meu irmão? 

- Se acalma, Dulce, não vai chorar no meio da rua.

Eu repetia pra mim mesma. E eu não iria. Entrei no meu carro e fui direto pra casa. Quando eu cheguei somenta May havia chegado. Ela estava lá jogando aqueles games estranhos dela. Disse oi e fui pro meu quarto tomar um banho. Um banho gelado pra resfriar a mente.

Mais tarde, o jantar começou. Veio Mari, sua mãe, também chamada Marichelo e Diana, irmã do meio de Mari. Elas eram lindas. Mas senti falta de Any ali. Ficamos conversando até sair o jantar e eu estava fingindo muito bem uma felicidade que, naquele momento, não existia. 

O jantar saiu e logo depois de comer, eu disse que estava "indisposta" e subi novamente pro meu quarto. Já eram 23:30 e tudo o que eu queria era dormir e esquecer daquele dia. Fui ao banheiro, limpei meu rosto maquiado, troquei de roupa e escovei meus dentes. Deitei-me. Virei pra um lado, virei para o outro. E o sono nunca vinha. Me levantei novamente e fui até a varando do meu quarto. A lua estava linda naquela noite. Any amava a Lua, ela dizia que era algo espiritual. A Lua te escutava se você falasse com sentimento.

- Lua... protege ela. Você mais do que ninguém sabe o quanto aquela garota é importante pra mim. O quanto ela me faz bem. Mas protege ela daquele babaca. Ela o ama de verdade e ele não merece um terço do amor que ela sente. Não irei pedir ela comigo, apesar de ser tudo o que eu quero. Tê-la comigo toda manhã, sentir o hálito fresco dela quando acorda, tê-la em meus braços, mas se isso não é possível, peço que não deixe ela sofrer, peço que ela seja feliz. Ela é espetacular, é linda, e merece ser feliz. A quero, mas, acima disso, a quero bem. 

Algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Abaixei minha cabeça em forma de agradecimento e abracei a mim mesma querendo sentir alguém que esta hora da madrugada estava esperando a ligação de um qualquer... Eu superaria.. Ou não.