Fanfic: Broken heart | Tema: Youtubers, drama, romance,
— O que você está fazendo na minha casa? Eu pedi uma pizza.
Como era complicado explicar para as pessoas que não se pode confiar em tudo que se vê na internet.
— Eu sei, e tadã, eu estou aqui... Da próxima vez vê se não compra qualquer coisa pela internet.
— Não foi qualquer coisa foi uma pizza! – começo a tirar a minha roupa, como diz o “contrato”- coloca sua roupa menina, cadê seus pais? Eles ficariam orgulhosos disso?
— Meus pais... — olho para o chão, desolada, “como eu vim para aqui?”.
Um ano atrás.
Eu estava em casa, ao lado de minha mãe, no sofá. Meu pai chega bêbado, quando ele chega assim não é bom, mando minhas duas irmãs menores subirem, chamo Karla em um canto e mando-a ir chamar o Mauro.
— ONDE VOCÊ ESTAVA TRASTE?! QUEM VOCÊ PENSA QUE É? — minha mãe estava gritando e botando o dedo no peito largo do meu pai, eu o vejo levantando a mão para minha mãe o intervenho entrando na frente dele, mas ele não se conteve e o murro que este iria deferir em minha mãe acerta meu rosto, é a primeira vez que meu pai me bate, ouço o Mauro, meu irmão, gritar com meu pai, eles discutem novamente, meu irmão já havia saído de casa devido à violência de meu pai. Ele não admitia violência.
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Ana Paula (Minha mãe): 1m65cm, olhos castanhos e cabelos da mesma cor, uma mulher religiosa e casada desde seus dezesseis anos com o primo, Joelson, ela o odiava, já que ele desde novo já tinha problemas com a bebida, ela sentia nojo de seu rosto, do jeito e o cheiro constante de bebida e suor a fazia ter pequenos arrepios. Mas ela repetia para mim e meus irmãos “O amor não existe, a gente aprende a amar com o tempo”. Eu e minhas irmãs fomos ensinadas a obedecer desde muito cedo, ela reforçava isso para mim, já que eu era a mais velha das irmãs e a que estava mais próxima de se casar, provavelmente com um primo.
Joel (meu pai): alto, 1m73cm, cabelos negros e olhos verdes, três anos mais velhos que minha mãe, alcoólatra, ele havia parado de beber a dois meses, mas em momentos difíceis ele voltava a beber, muito.
Mauro (meu irmão): os cabelos castanhos (como o de mamãe) e os olhos verdes (como o de papai), 1m69cm, ateu, o que provocava mais discórdia dentro de casa, dois anos mais velho que eu, 17, temperamento forte, não morava mais em casa devido às brigas com papai, meu irmão odiava o fato dele descontar os problemas na mamãe, e ele odiava mais ainda papai ter obrigando-a a abortar um bebe, seriamos seis. Meu irmão era o mais próximo que eu tinha de amigo, quando ele saiu de casa eu queria ir junto com ele, mas ele me convenceu a ficar por causa da nossa mãe.
Karla (Irmã do meio, mais nova dois anos); 13 anos, 1m54cm, a mais parecida com papai, tanto no comportamento quanto na aparência.
Ana Maria e Ana Clara: 8 anos, 1m30cm, gêmeas, elas nasceram parecidas com um tio irmão da mamãe, acho que este é o único motivo para meu pai não ter pedido o teste de DNA com as duas. Elas loiras, olhos cor de mel, eu diria que os seus olhos se aproxima de um âmbar.
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— Você está bem querida — minha mãe me pegara nos braços.
— Olha o que você fez! Seu monstro! — desta vez era o Mauro, me levanto com dificuldades, o rosto ardia do lado em que meu pai tinha desferido o soco.
— Se ela não tivesse se intrometido — meu pai se aproxima de mim, os passos pesados e vacilantes, ele não conseguia se manter de pé, eu tinha medo, me afastei rápido, escutei o choro das gêmeas ao fundo.
— Meninas, está tudo bem aqui, leve elas para a cama Karla, não saiam do quarto ate que eu permita.
— Até quando isso pai? – Mauro se aproximava de meu pai, com os punhos serrados, eu via uma veia em seu pescoço saltar, minha mãe se põe entre os dois – mamãe sai da frente, já passou da hora dele perceber que quando ele bebe não faz mal so a ele, você quer mesmo que a Fernanda cresça apanhando do meu pai, depois do marido dela?
— Para Mauro, papai não fez por mal, você está fazendo a mamãe chorar! — eu gritava afita, minha mãe tinha a saúde fragilizada devido o aborto mal feito, ela quase morreu ao fazer o procedimento em uma clinica clandestina.
Mauro não me escuta e dá um soco no rosto do papai, meu coração gela, ele nunca foi tão violento ao ponto de agredir alguém fisicamente. Meu pai socou a minha mãe, ele sabia que se batesse em Mauro não faria diferença, ele sabia que tinha que machucar alguém que nós amávamos. Ele estava tentando colocar Mauro contra nós.
**
— Mamãe está muito tempo no quarto não acha? — minha irmã mais nova pergunta enquanto espera a van do carro, estava distraída.
— Ela está de luto. E a sua van chegou. — eu disse abrindo a porta da sala, minhas três irmãs passaram por mim dando um aceno. Acenei quando a van partiu, faz exatamente dois dias que meu pai morreu, faz dois dias que a mamãe está no quarto. — É maninha, daqui uns dias ou você para de estudar ou você vai ter que ir a pé para a escola. – disse para mim mesma enquanto fechava a porta.
Ajeito a casa a deixando organizada e limpa, dês daquela noite a casa estava com um cheiro de tristeza.
Ouço alguém batendo na porta, desesperadamente. — Já vou calma eu sou só uma! — abro a porta e vejo Márcia Gomes, ou como costumo chama-la, vovó.
— Cadê a sua mãe, ela matou meu filho! — a voz embargada e os olhos fundos e vermelhos denunciavam choro, o odor de álcool atingiu minhas narinas. Dou um passo à frente e fecho a porta atrás de mim.
— Você não sabe mesmo o que aconteceu? – ele me olha sem entender nada, o olhar vago e vermelho é deprimente a ponto de me dar vontade de chorar. Conto tudo, desde o murro que levei até a hora que ele saiu de casa, logo em seguida escutamos um estrondo, ele bateu em um poste a cem metros de casa.
— Como vocês estão financeiramente?
— Pior que antes, aceita uma água?
— Não... – vou em direção à pequena cozinha de casa, abrindo a geladeira. — Você sabe que se eu pudesse eu ajudaria vocês, mas... Eu poderia dizer que estamos em época de vacas magras. — revirei os olhos, ela nunca nos ajudara em nada, agora vem com esse papinho.
— “Vacas magras” – faço aspas com as mãos – e no tempo das vacas gordas, vai nos ajudar? Bom, eu respondo, NÃO, por que sempre foi assim, Ai não dá, estamos em crise ou pior não temos como enviar dinheiro, não eu confio nos bancos – imito a voz da minha avó – por gentileza, não finja compaixão, não na minha frente. — minha avó aperta os lábios, me olhando como se não esperasse as palavras.
— Sei que não fomos presentes, mas eu não pensava que vocês estivessem passando por tanta dificuldade, me desculpe – ele fita os próprios pés.
— Ok, hoje já foi o bastante. – abro a porta e me recosto no batente – se a senhora se retirasse seria um alivio, não quero que minha mãe se estresse mais.
— Ela não é uma santa, saiba disso.
— Como assim?
— Uma palavra: I-N-C-E-S-T-O – Ela soletrou, fico paralisada a vendo sair pela porta, “Será que a historia que minhas irmãs são filhas do meu tio é verdade, não pode ser”.
Toc-toc. Abro a porta, minha mãe está sentada no chão com o telefono no ouvido, entro silenciosamente, o olhar perdido indica que algo muito ruim estava para acontecer. Ela percebe minha presença.
— Venha para cá hoje à noite, tenho uma solução para o nosso problema. — ela me olha novamente, me provocando arrepios.
— O que foi mãe? Quem é?
— Saiba que é necessário. – uma lagrima escorre pelo rosto magro. – mas o que você queria princesa? – ela enxuga a própria lagrima.
—Minha avó estava aí... Mãe, a vovó disse que você ficou com seu irmão. – a expressão de minha mãe mudou de repente. – me diga que é mentira mãe, você não pode ter feito algo tão nojento, MÃE! FALA ALGUMA COISA!
— Não me julgue eu estava bêbada... Suas irmãs são um castigo de Deus, pois todas as vezes que eu olho para elas eu me lembro de quão suja eu sou. – levanto-me do chão, onde eu estava sentada. – aonde você vai?
— Fique tranquila, vou à casa do Mauro... Relaxa – eu disse vendo a expressão preocupada em seu rosto. – Eu também não vou contar nada a ele – digo saindo do quarto.
~~~
— Mãe, trouxe o Mauro para jantar aqui em casa! —quando eu entro na sala vejo um homem alto, os olhos castanhos escuros, vestia terno, me pergunto como ele estava se sentindo já que ali fazia muito calor.
— Filha, bom... Este é o senhor Fred, bom... Ele é o dono da casa. – eu aperto a mão dele exibindo meu melhor sorriso, Mauro faz o mesmo. – Mauro, que surpresa, porque veio comer em casa hoje? Você nunca vem...
— ué mãe, eu morava aqui se lembra? – o Mauro da um beijo na bochecha de minha mãe e a abraça, ela continua parada, era como se ela tivesse planejado a noite e tudo tivesse se transformado em pó.
— Bem Fernanda – balanço a cabeça, a voz grave do Fred me causava arrepios. – sua mãe está me devendo mais de um mês de aluguel, e você sabe... O mundo é movido a dinheiro, Mauro solta a minha ma para escutar melhor o homem. — Mas, a outras maneiras de quitarmos dividas e uma das maneiras que mais se adequou a divida criada, foi... A sua venda.
— O que? Como assim? – começo a rir de nervoso. – você está brincando comigo né?
— É necessário, Fernanda não tínhamos outra saída...
— Ah! Claro, porque vender a filha é uma ótima ideia né mamãe! –Mauro se exaltou.
Depois de um tempo tudo que eu conseguia ouvir eram ruídos, sim ruídos ao invés da voz de minha mãe implorando por compreensão e a voz do Mauro que gritava com o Fred.
— Tudo bem, ma para eu ir eu tenho condições... — todos na sala pararam para me ouvir, minha mãe parecia mais aliviada. – condição numero um: você senhor Fred vai ter que ajudar a minha família, condição numero dois: mãe, você vai tira a bunda daquele quarto imundo e começar a cuidar de suas filhas, das três, não importe o quão dolorido seja olhar para a Karla e lembrar de meu pai, não a deixe se aproximar das drogas, não falhe como mãe. Condição numero três: você vai contar tudo para o Mauro mãe, tudo o que você me contou hoje. E condição numero quatro: você senhor Fred, vai deixar eu falar com minha família todos os dias, e você mãe vai deixar que eu converse com minhas irmãs e meu irmão.
Minha mãe acena a cabeça continuamente.
— Sejam fortes meninas, maninha vai voltar...
— Vamos logo Fernanda, temos que sair desse buraco antes de escurecer.
— Mauro, cuide bem das meninas. Principalmente das gêmeas.
— Tá bom – ele me dá um abraço apertado e forte, eu não quero mais ir, mas me lembro de que não estou fazendo isso por mim e sim por minhas irmãs.
Entro no carro e aceno uma ultima vez. Uma lagrima desce pelo meu rosto.
A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração.
Fênix Faustine
Autor(a): Yuno Gasai
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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— Você não vai dizer nada? — Eu deveria? – respondo seca, ainda olhando a rodovia pela janela, imaginado os motivos pelo qual minha mãe pensou que me vender seria uma boa ideia. — Não quer saber para onde vai? — Para o inferno, presumo. Um cara que compra uma adolescente não é uma pessoa confiá ...
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