Fanfics Brasil - É difícil guardar um segredo. A colecionadora de cicatrizes

Fanfic: A colecionadora de cicatrizes | Tema: Once upon a time


Capítulo: É difícil guardar um segredo.

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"É só mais uma história de amor que não deu certo. Não é longa, nem emocionante. Acredite." -A seleção ( Kiera Cass)


                                                      ♛ ♛ ♛


  Eu estava olhando a prateleira de livros de Killian, quando, por algum motivo desconhecido, virei-me para ver como Emma estava. Para minha surpresa ela estava abrindo os olhos.


-Olá bela adormecida. –Cumprimentei-a cruzando os braços.


  Observei seu olhar perdido, tentando entender o que estava acontecendo.


  - Você se recuperou mais rápido do que imaginei. – comentei observando-a com um sorriso no rosto. – É uma garota forte.


  Emma ainda parecia confusa. Caminhei vagarosamente até ela, entrando em seu campo de visão.


-Regina? –Indagou franzindo a testa.


  Ri um pouco de sua lentidão, com toda a certeza era um efeito colateral das minhas poções.


-Eu mesma. –Confirmei sentando-me na beirada da cama de Killian.


   Ele ainda estava extremamente irritado com a estadia de Emma ali, principalmente depois dos delírios da noite anterior, quando passamos metade da noite tentando encontrar uma solução e no fim Emma parou de gritar sem precisarmos fazer nada.


- Consegue se lembrar do que aconteceu? –Perguntei mais séria, isso poderia ajuda-la a se situar um pouco, a acordar por inteiro.


  Emma franziu a testa e virou a cara para o outro lado. Fiquei esperando pela minha resposta, mas ela não veio. Provavelmente ela não conseguia se lembrar e não queria admitir.


-Emma? –Chamei.


-Lembro que fiquei muito tempo sem comer, subi naquela cadeira para falar com Killian e acabei perdendo o equilíbrio. –Respondeu apoiando os braços na cama para se levantar.


  Antes que eu pudesse alertá-la, a menina fez uma careta de dor, soltou um gemido e se deixou cair deitada novamente.


-Cuidado! –Alertei preocupada. – Foi mais ou menos isso. Porém você ficou desacordada por todo esse tempo por ter escondido esse ferimento aí. –Disse indicando seu braço com o queixo. –Acabou ficando seriamente infeccionado.


  Emma olhou para o braço enfaixado, depois voltou a olhar para mim, com a cabeça levemente abaixada.


-Eu ia contar.


-Pois é, ia. O que significa que não contou. –Eu disse séria, fazendo Emma encolher-se envergonhada. – Mas agora já estou resolvendo isso. Tomando essas poções aqui - Apontei para as poções que estavam no criado mudo. - direitinho, você logo estará novinha em folha.


- Pensei que piratas não tivessem sentimentos.


  O comentário tão espontâneo da loirinha me fez rir. Ela era muito simpática.


  -Bom, eu não sou uma pirata. - Revelei arrumando o cabelo.


  Realmente não sei por que contei aquilo á Emma, já que mal a conhecia. Porém algo na menina parecia me fazer sentir próxima dela, como se já nos conhecêssemos.


-Não? –Perguntou completamente surpresa.


  Sorri e respondi com um toque de mistério:


-Digamos que estou aqui só de passagem.


-Então, onde está o capitão?


-Fazendo o trabalho dele. –Disse sorrindo sem mostrar os dentes enquanto diluía um pouco da poção azul num copo d’água.


-Então, você é de onde?


-Nossa! Você é bem falante! –Brinquei. – Eu nasci num pequeno reino do sul.  –Respondi, entregando-lhe o copo, enquanto erguia a sobrancelha esquerda.


  Emma bebeu todo o líquido de uma só vez e, ao entregar-me o copo vazio, fez uma careta da qual não consegui não rir.


-Eca, esse troço é horrível. –Reclamou.


 Ainda tentando parar de rir, respondi:


-Sim, mas se quiser um braço curado terá que beber isso três vezes ao dia.


 -Minha vida melhora a cada segundo. –Ironizou.


-A, com toda certeza. –Disse e ri mais um pouco. Só então percebendo há quanto tempo não fazia isso, rir sinceramente.


-Bem, quanto tempo fiquei desacordada? –Emma tagarelou.


-Uns dois dias, mais ou menos.


-Hm. –Murmurou.


  Logo em seguida Killian entrou no lugar mal encarado, como sempre. O capitão simplesmente caminhou até sua escrivaninha e permaneceu lá, sem trocar uma palavra comigo ou com Emma.


  Eu e a loira trocamos um olhar do tipo: “O que foi isso?”.


-Bom, eu vou indo Emma. Lembre-se antes de dormir tome uma dose da poção verde, Killian sabe a quantidade. –Recomendei e saí porta afora.


  Então essa era Emma Swan? A menina mimada, fria e cínica? Por que ela não me parecia nada com a descrição que Killian havia me dado sobre ela antes de realizarmos o sequestro?


  Algo estava muito errado. Aquela menina não merecia estar ali. Ela era amável, gentil e simpática. Deveria estar feliz com seu noivo, aproveitando algum baile, não deitada em uma cama no meio de um navio pirata enquanto toma remédios por causa de um corte que jamais devia ter sido feito.


  Eu estava considerando a possibilidade de conversar com Killian para rever o que fazíamos, porém e se Emma estivesse fingindo? E se fosse exatamente isso o que ela queria? Fazer-me acreditar que é uma boa pessoa apenas para voltar para casa e aproveitar sua vida cheia de luxos?


  Não tinha como saber no momento. Talvez depois de algum tempo convivendo com ela, aí sim, eu pudesse dizer com precisão que tipo de pessoa ela é. Portanto a única coisa que eu faria agora era esperar.


-Pode deixar comigo Smee. –Falei tocando o ombro do homenzinho gordo, que sorriu e me deu lugar para usar o timão.


                                                    ♛


-Regina, isso é perigoso. –Daniel disse assim que soltei-o de um abraço.


-Eu não me importo, Daniel. -Segurei seu queixo, fazendo-o olhar para mim. - Quantas vezes terei que dizer que é o que quero?


-Deixar sua família? Deixar uma vida boa para trás em troca de um futuro incerto? Tem certeza que é isso que quer?


  Revirei os olhos.


-Eu te amo Daniel. Desistiria de qualquer coisa por você.


  Ele me olhou profundamente. Senti-me dentro de seus olhos castanhos, de sua alma.


-Ah, minha morena, eu também a amo.


  Eu sorri. Não sabia o que dizer, então apenas aproximei meu rosto do dele.


  Nossas respirações se misturavam. Nossos olhos se cruzaram, cheios de desejo, e iniciamos um beijo lento.


-Eu ainda tinha esperanças de que sua irmã estivesse mentindo. –Ouvi uma voz muito conhecida atrás de mim.


  Imediatamente soltei Daniel, praticamente jogando-o longe. Virei-me para a minha mãe e falei a coisa mais genial que podia falar:


-Não é nada disso, mãe.


  Daniel parecia apavorado um pouco atrás de mim.


-E o que eu estou pensando, Regina? –Ela perguntou cinicamente. – Com certeza você estava só conversando com o seu amiguinho, não?


-Senhora Mills, nós só... –Tentou Daniel, sendo imediatamente interrompido.


-Poupe-me rapaz. –Minha mãe fulminava-o com o olhar, a mão erguida autoritariamente. –Sei muito bem o que aconteceria se eu não tivesse chegado.


  Corei imediatamente.


-Mãe! Não é nada disso!


-Então o que é Regina?!


  Abri a boca para responde-la, porém fechei-a novamente sem saber o que dizer. Era exatamente aquilo. Eu amava Daniel e provavelmente não demoraria para irmos um pouco além dos beijos.


  Suspirei fechando os olhos com força.


-Vamos para dentro agora Regina! Você está noiva de um homem de posses! Não pode ficar se esfregando por aí como se fosse uma mulher da vida!


  Ela segurou - me braço e começou a arrastar-me a força para fora do celeiro. Quando dei por mim já estávamos  saindo do local.


-Eu não vou a lugar algum! –Falei com raiva.


  Soltei-me de minha mãe com dificuldade.


-Ah, você vai sim. Vai entrar naquela casa, ir para o seu quarto e permanecer lá até o dia de seu casamento! –Rosnou.


  Senti meu sangue ferver. Eu já não fazia mais a mínima ideia de onde Daniel estava. Provavelmente lá dentro ainda.


-Não, não vou. –Respondi quase num sussurro.


  Minha mãe riu forçadamente.


-E o que você vai fazer? Você não sabe fazer nada Regina! É uma tolinha, realmente. Não percebe que só quero o seu bem? –Ela fez biquinho. – Eu quero tantas coisas para a sua vida...


-Eu não me importo com o que quer para a minha vida, mãe!- Gritei interrompendo-a. - Me importo com o que eu quero para ela. E, definitivamente, casar com aquele velho não está nos meus planos.


  Antes que minha mãe revidasse, ou usasse sua magia,  Daniel gritou meu nome desesperadamente.


  Virei-me e o vi cavalgando até mim. Como se tivéssemos planejado aquilo, levantei o braço assim que ele passou ao meu lado. Daniel puxou-me para cima do cavalo, quase deslocando meu braço.


  Logo já estávamos bem longe. Ainda assustados, cientes de que nossas vidas tinham acabado de mudar drasticamente para sempre, porém felizes como nunca havíamos estado antes.


                                                    ♛


  Caminhei até a cabine de Killian. Eu não poderia ficar com Emma no dia seguinte e não tinha a mínima ideia de como lhe diria isso.


  A loira provavelmente não estaria completamente recuperada em tão pouco tempo. Provavelmente ainda teria que permanecer alguns dias deitada e Killian não iria gostar de permanecer um dia inteiro ao lado da mesma.


-Capitão? –Perguntei entreabrindo a porta de sua cabine.


  Emma estava deitada com uma cara de tédio que me fez sentir pena e Killian estava absorto em seus vários mapas na escrivaninha.


  Entrei, mesmo sem permissão, e caminhei até o pirata.


-Killian? –Chamei com a mão em seu ombro.


  Seus olhos azuis logo encontraram os meus. Eu não conseguia entender o que as meninas viam neles.


-Diga Regina. –Bufou.


-Precisamos conversar.


  Ele revirou os olhos.


-Era só o que me faltava, conte logo.


  Cocei a nuca, nervosa.


-Eu... érr... não vou poder cuidar de Emma amanhã.


  No instante seguinte o capitão me fuzilava com o olhar. Ele se levantou e cruzou os braços.


-Posso saber o motivo?


  Fiquei muda. O que eu ia dizer? A verdade? Eu não podia fazer isso. Tinha que mentir. Mas, então, o que eu iria falar? E se Killian percebesse que era mentira?


-Regina, você tem em mente que não vou permitir isso, a menos que tenha um motivo muito bom, não?


  Assenti.


-É que eu, érr, vou estar, não, vou não, eu estou meio mal.


-O que? –Emma perguntou parecendo confusa.


-Cale a boca, garota. –Killian disse grossamente.


  Emma corou, olhou para mim desconfiada e desviou o olhar.


-Tudo bem Regina. Eu vou deixar passar dessa vez, mas não pense que será sempre. E só farei isso por ter se esforçado tanto em recuperar a mercadoria.


 Eu odiava isso. Quando ele chamava Emma de mercadoria. Ninguém é uma mercadoria, as pessoas têm sentimentos. Não nasceram para serem usadas e depois jogadas fora.


-Certo, senhor. Muito obrigada.


  Killian então voltou a sentar-se e focar nas suas rotas de navegação e eu saí apressadamente da cabine. Tinha coisas sérias para resolver. Coisas, na verdade, não era a palavra apropriada e eu esperava que, algum dia, não tivesse que usá-la ao conversar com alguém.


                                                    ♛



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Autor(a): TrisDosAnjos

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