Fanfics Brasil - Filha de crocodilo, patinha é. A colecionadora de cicatrizes

Fanfic: A colecionadora de cicatrizes | Tema: Once upon a time


Capítulo: Filha de crocodilo, patinha é.

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"Espero que encontre uma pessoa sem a qual não possa viver. E desejo que nunca precise saber como é tentar viver sem ela." -A seleção ( Kiera Cass)


                                                                                          ⚓ ⚓ ⚓


  Entrei em minha cabine depois que finalmente passamos por aquela tempestade horrível. Nunca tinha visto algo como aquilo, como se a tempestade soubesse exatamente onde nos atacar. Por sorte conseguimos escapar sem muitos problemas.


  Eu me lembrava muito bem da última vez que tínhamos sido atingidos por uma tempestade como aquela.  Ela estava lá, sorrindo com seus dentes perfeitos, os olhos claros pareciam aquecer minha alma.


  Aquela chuva maldita tinha tirado minha Millah de mim, e eu jamais seria o mesmo homem. Jamais me permitiria amar novamente, ou ser gentil, muito menos bom.


  Sentei em minha cama. Eu tinha algum tempo para descansar.


  Olhei para o lado, vendo a janelinha que dava para o cubículo onde Swan estava. Um pequeno quarto que somente meu navio tinha, já que a minha especialidade era sequestrar princesinhas mimadas.


  Ouvi os passos de Emma em sua pequena prisão. Menina irritante. Porém devo admitir o quão bela é. Aqueles olhos verdes combinados à pele de porcelana e os fios de ouro poderiam fazer qualquer homem cair aos seus pés.


  Mas nenhuma mulher, jamais, chegaria aos pés de Millah. Droga, por que diabos ainda penso nela o tempo todo?


  Swan deu duas batidinhas na porta. Fingi que não ouvi e me deitei. Poderia deixa-la algum tempo sem comida para aprender a me respeitar, onde já se viu me chamar pelo primeiro nome?


-Sei que está aí, capitão. Posso vê-lo pela janela. –Disse com sua vozinha irritante.


  Revirei os olhos e continuei deitado, brincando com meu gancho. Lembrei-me do feitiço usado por Regina para escondê-lo no dia do baile. Talvez ela ainda me fosse útil em sequestros futuros.


-Também sei que está me ouvindo.


-Cale a boca Swan.


-Quando você abrir a porta para me trazer comida eu calo.


- Senhor. –Corrigi olhando-a do outro lado da janelinha. Ela estava com a cabeça encostada no parapeito da mesma, os olhos focados nos dedos que brincavam com alguns fios de seu cabelo. Desviei o olhar.  - Mais respeito Swan, não sou seu amiguinho.


  Ouvi-a suspirar alto. Mais passos.


-Ó magnifico senhor capitão Killian Jones, poderia, por compaixão, trazer comida para essa garota esfomeada? –Disse debochando.


-Não me faça ir até aí.


  Ela bufou.


-Tudo bem, então. Eu dou um jeito. Eu sempre dou mesmo. –Disse como se não se importasse, porém eu pude sentir uma pontada de tristeza em sua voz.


  Talvez ela não estivesse se sentindo bem. Ela poderia não estar acostumada com aquele balanço do navio, ou talvez fosse o pequeno rasgo que eu havia feito em seu braço que a incomodava, talvez fosse apenas fome ou sede, como ela havia dito. Por um instante cogitei a possibilidade de levar ao menos uma fruta para ela.


  O problema não é seu Killian. Ela deveria ter pensado nessa possibilidade antes de me faltar com o respeito. Pensei espantando aquela ideia, junto á minha breve pena.


  Eu não fazia a mínima ideia do porquê eu tinha vontade de ser gentil algumas vezes. Talvez fossem resquícios do antigo Killian. Ou talvez eu não estivesse pensando direito.


  Ajeitei-me na cama e aproveitei os poucos minutos que teria para dormir.


                                                                       ⚓


  Caminhei até a porta do pequeno quarto onde Emma estava. Eu tinha resolvido acabar com o castigo da menina. Já era o suficiente pra que ela me respeitasse. Dois dias sem comer e beber podem ser perturbadores, pode acreditar.


  Porém assim que abri a porta tive uma surpresa: Swan estava caída no chão, sem qualquer cor na face.


  Se ela estivesse morta Regina iria me incinerar, e isso não ia ser nada agradável.


  Pus a bandeja com a refeição de Swan em meu criado mudo e caminhei até a garota.


-Hey, Swan, Pare de palhaçada e acorde, eu trouxe sua comida. – Falei chacoalhando a garota. Não obtive qualquer resposta. Merda.


  Caminhei até a porta da cabine e dei de cara com um homenzinho gorducho usando um gorro vermelho.


-Smee, mande Regina vir aqui agora.


-Mas senhor eu ia dizer que...


-Vá. –Cortei-o, Smee obedeceu e eu me perguntei como explicaria para Regina o que tinha acontecido.


  Voltei para dentro da cabine e fiquei observando a monstrinha desacordada. Era absolutamente injusto que ela estivesse viva e Millah não.


  Millah era uma mulher tão doce, carinhosa e boa. Essa garota... bem, ela com certeza era fútil e só se importava consigo mesma, assim como o pai. Eu estava ansioso para que ele respondesse á nossa tentativa de acordo para poder me livrar logo dessa pata.


  Ouvi passos pesados se aproximando, em seguida a voz grave e acusadora de Regina:


- O que diabos você fez dessa vez?


  Virei-me surpreso com sua ousadia. Por mais que ela fosse poderosa, também me devia respeito.


-É assim que você fala com o capitão?


-Faça-me o favor Killian! Diga logo: o que houve com Emma?


-Como sabe que é com Emma? –Perguntei com o cenho franzido. Regina pôs as mãos na cintura me olhando impaciente.  -Veja você mesma. – Disse ao abrir a porta coçando a nuca, preocupado como destino do meu dinheiro e da raiva de Regina.


  A mulher entrou no quartinho e ficou parda olhando para Emma completamente confusa. Após alguns minutos ela se virou para mim com os olhos faiscando.


-Se ela estiver morta eu acho bom você aprender a se tele transportar. –Avisou com ódio.


-Ele não precisa saber. Se dissermos que a garota está viva, crocodilo acreditará.


-Já parou para pensar que estamos lidando com alguém extremamente poderoso?


-Céus Regina, até parece que é só você que acaba na pior! –Retruquei nervoso.


  Regina me deu as cotas e foi até onde estava Emma, abaixou e checou seu pulso.


-Está viva. – informou. - Deve ter desmaiado de fome. Mas já devia ter acordado.


  Com cuidado a pirata virou Emma para cima e logo rasgou a manga da blusa da mesma. Em seguida praguejou.  A princípio não entendi  porquê fazia aquilo, até ela me chamar.


 -Venha aqui Killian.


-O que foi?- Perguntei sem entender o que estava acontecendo, foi aí que vi o corte horrível no braço de Swan. - Ah...


   Fiquei ainda mais nervoso. Eu tinha feito aquele corte e agora o meu baú do tesouro estava morrendo. Isso não era nada bom. Comecei a passar as mãos pelo cabelo repetidas vezes.


-Quando foi que isso aconteceu? –Perguntou Regina com a mandíbula cerrada.


-Faz uns dias. Mas não é profundo. –Tentei me justificar, mas não estava me soando muito convincente. -  Regina, era só uma liçãozinha.


-Liçãozinha? –Rugiu. – Poderia tê-la matado seu idiota!


  Joguei charme tentando desviar sua atenção.


-Eu sei exatamente o que faço com o meu gancho, amor.


-Eu poderia jogá-lo para os tubarões agora!


  Então minha ficha caiu. Quem Regina estava pensando que era para falar assim comigo? Por que eu estava tentando me explicar para ela? Aquele navio era meu! Eu podia fazer o que quisesse sem dar satisfação á ninguém!


-Mas não vai. Sabe por quê? Porque você precisa de mim. –Falei em tom de ameaça.


  Eu sabia muita coisa sobre Regina. Bastaria um estalar de dedos e eu jogava todo o futuro dela no lixo.


  Vi sua raiva aumentar, mas Regina serrou os punhos e disse:


-Me ajude a leva-la para a cama.


-Oi?! –Exclamei incrédulo.


  Ela só podia estar de brincadeira!


-Obedeça. –Ordenou rangendo os dentes.


  Eu não estava com vontade de começar uma nova discutição. Por mais que pudesse fazer aquilo tudo sozinho, Regina me ajudava demais e eu havia me acostumado a ter ela ali resolvendo todos os meus problemas enquanto eu descansava, coisa que eu quase não conseguia fazer antes de sua chegada.


-Vou preparar algo para ajuda-la. Enquanto isso cuide da febre, suponho que pelo menos com isso o senhor saiba lidar. –Regina me alfinetou depois de termos posto Emma em minha cama. Contra a minha vontade, claro.


  Regina nem mesmo esperou que eu respondesse, saiu batendo os pés porta afora.


                                                                                  ⚓


 Lá estava eu, o pirata mais temido dos sete mares, cuidando de minha própria prisioneira adoentada. Isso era absolutamente ridículo. Ela não precisava estar viva para fazermos um acordo idiota. Crocodilo estaria tão desesperado para ter de volta sua monstrinha que nem mesmo se preocuparia em usar sua magia. Eu tinha certeza disso.


  Se bem que, como Regina tinha dito, ele era um homem poderoso e nada burro. Era provável que eu estivesse errado quanto á vida de Swan não ser importante.


  Olhei para Emma procurando algo de Rumple em sua aparência. Não encontrei. Ela parecia um anjo, algum ser mágico e de bom coração.


  No entanto uma maçã nunca cai longe do pé, essa era só sua aparência exterior.


  Tirei a toalhinha da testa da monstrinha e molhei com água fria, colocando-a novamente sobre sua testa em seguida.


-Como ela está? –Perguntou Regina ao entrar na cabine com zilhôes de ervas e vidrinhos.


-Na mesma. –Respondi com falso ar de desanimo. –Faz só algumas horas, ela não iria melhorar de uma hora para outra.


  Regina me olhou com raiva. Devolvi o olhar na mesma intensidade.


-Eu fiz algo que vai ajuda-la. –Prosseguiu. – Vou ficar com ela durante o dia e você durante a noite, portanto pode ir fazer seu trabalho, capitão, ficarei com Emma até escurecer.


-Então quer dizer que agora terei que ficar acordado olhando para a cara dessa menina idiota durante sei lá quantas noites?


  Regina olhou-me com um sorriso falso.


-Exatamente senhor delineador.


  Bufei e saí dali. Precisava trabalhar isso me acalmaria, com toda certeza.


                                                                        ⚓


  Algumas horas já tinham se passado. Eu estava exausto, mas não podia dormir, graças aquelas malditas rotas que eu tinha de traçar.  E também tinha aquela monstrinha ocupando a minha cama. Eu não iria dividir meu leito com ela. Jamais.


  Concentrei-me em meu trabalho. Aquele monte de mapas já estava me deixando tonto. Esfreguei os olhos bufando.


-Não... –Ouvi alguém murmurar.


  Olhei para trás, Emma continuava exatamente como estava duas horas atrás. Voltei a olhar minha mesa e, quando estava prestes a retomar o trabalho, ouvi de novo. O que diabos era aquilo?


  Levantei e fui até a garota. Só podia ser ela. Esperei alguns minutos, confirmando minhas suspeitas.


-Por favor... eu não fiz nada... Neal –Ela murmurava virando a cabeça com dificuldade de um lado para o outro.


-... para onde você foi...mamãe... mamãe, cuidado! –De repente ela começou a gritar, seu semblante apavorado me dava calafrios.


  Os fios loiros grudavam em sua testa ensopada de suor. Regina dissera que aquilo era bom. Eu deveria ficar feliz por isso, significava que meu dinheiro estava garantido.


-...mamãe... pai! Não faça isso!... –Ela gritava desesperadamente. Eu não sabia o que fazer. Não iria conseguir trabalhar com ela gritando, também não ia conseguir dormir, mas também não sabia o que fazer para calar a boca dela.


-Killian,  que gritaria é essa? –Regina perguntou entrando de qualquer jeito no local. Eu deveria puni-la por isso.


-Sua amiguinha está tendo umas viagens. –Informei-a apontando para Emma.


  Regina engoliu em seco e olhou para a garota.


-Acho que ela está delirando. Bem que eu tinha escutado uns murmúrios hoje mais cedo.


-Certo, e o que podemos fazer?


-Nada. –Ela respondeu segurando um riso ao ver minha cara de desespero.


-Você está brincando, não é?


-...MÃE!.. –Emma gritou fazendo eu e Regina pularmos de susto.


  Devo ter xingado tudo o que existe no mundo.


-Na verdade não. Realmente não sei se há algo que possamos fazer. Minha mãe me ensinou poucas coisas, como o senhor sabe. Mas posso procurar em alguns de meus livros, talvez aja alguma solução.


-Faça isso. –Ordenei.


  Regina virou-se e eu fiquei ali. Obrigado a ver a filhinha idiota do meu arqui-inimigo se contorcendo e gritando e, principalmente, me impedindo de fazer alguma coisa útil.


                                                                                   ⚓


    



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Autor(a): TrisDosAnjos

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