Fanfics Brasil - 001- Super Estrela ou Super Herói. Beleza Perdida || Vondy

Fanfic: Beleza Perdida || Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: 001- Super Estrela ou Super Herói.

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Primeiro dia de aula - Setembro de 2001


O ginásio da escola estava tão barulhento que Dulce teve de se inclinar para baixo ao lado da orelha de Christian e gritar para ser ouvida.


Christian era mais do que capaz de manobrar a cadeira de rodas através da multidão de alunos, mas Dulce o empurrava para que pudessem ficar juntos mais facilmente.


— Você vê a Anahí? — Ela gritou, os olhos agitados. Anahí sabia que tinha que se sentar na arquibancada inferior, a fim de Christian se sentar perto delas.


Christian apontou, e Dulce seguiu seu dedo para onde Anahí estava acenando freneticamente, fazendo seus seios saltarem e seu fofo cabelo loiro balançar descontroladamente ao redor de seus ombros.


Eles fizeram o seu caminho até ela, e Dulce deixou Christian assumir o controle de sua cadeira quando subiu até a segunda fila, sentando logo atrás de Anahí, assim Christian poderia posicionar sua cadeira no final do banco.


Dulce odiava comícios. Ela era pequena e tendia a ser empurrada e esmagada não importando onde sentasse, e tinha pouco interesse em aplaudir e bater os pés. Suspirou, acomodando-se para meia hora de gritos, música alta, e jogadores de futebol em frenesi.


— Por favor, levantem para o Hino Nacional —, uma voz explodiu, e o microfone gritou em protesto, levando as pessoas a se encolher e tapar os ouvidos, mas efetivamente acalmou o ginásio. — Temos algo especial para hoje, meninas e meninos. — Eduardo Vilard, também conhecido como Eddy, estava segurando o microfone com um sorriso malicioso no rosto.


Eddy estava sempre aprontando alguma coisa, e tinha a atenção de todos instantaneamente. Era parte Irlandês, parte hispânico, e seu nariz-torneado, olhos castanhos brilhantes e sorriso diabólico estavam em desacordo com a sua coloração acinzentada. E ele era um conversador, então era óbvio que aproveitava seu tempo ao microfone.


— Seu amigo e meu, Christopher Uckermann, perdeu uma aposta. Ele disse que se nós ganhássemos o nosso primeiro jogo, iria cantar o Hino Nacional para esta assembleia animada. — Suspiros foram ouvidos, e o volume na arquibancada se levantou imediatamente. — Mas nós não apenas vencemos o primeiro jogo, vencemos o nosso segundo jogo também!


O público gritou e pisou seus pés.


— Então, por ser um homem de palavra, aqui está Christopher Uckermann, cantando o Hino Nacional — disse Eddy e acenou com o microfone em direção ao seu amigo.


Eddy era pequeno. Embora estivesse no último ano, era um dos menores jogadores da equipe e era mais adequado ao wrestling do que ao futebol.


Christopher também estava no último ano. Mas não era pequeno. Ele elevou-se acima de Eddy, um de seus bíceps era quase tão grande quanto a cabeça de Eddy, e ele parecia um daqueles caras na capa de um romance. Até mesmo seu nome soava como um personagem de uma leitura quente.


E Dulce sabia. Tinha lido milhares delas. Macho Alfa, abdominais apertados, olhares ardentes, felizes para sempre. Mas ninguém nunca tinha realmente se comparado com Christopher Uckermann. Não na ficção ou nem mesmo na vida real.


Para Dulce, Christopher Uckermann era absolutamente belo, um deus grego entre os mortais, o cara dos contos de fadas e telas de cinema. Ao contrário dos outros meninos, ele usava o cabelo escuro em ondas que roçavam os ombros, ocasionalmente empurrava-o de volta para que não caísse em seus olhos castanhos, amarrando fortemente.


A ponta quadrada de sua esculpida mandíbula impedia de ser bonito demais, isso e o fato de que tinha 1,92 cm, pesava 98 Kg com a idade de dezoito anos, e tinha um esculpido corpo com músculos de seus ombros até as suas panturrilhas bem torneadas.


O rumor era que a mãe de Christopher, Alexandra Casillas, tinha se enroscado com um modelo italiano de roupas íntimas, em Nova York, durante sua busca para encontrar a fama. Ela foi rapidamente desmascarada quando ele descobriu que estava carregando um filho dele.


Chutada e grávida, ela foi para casa e acabou nos braços reconfortantes de seu velho amigo, Victor Uckermann, que de bom grado se casara com ela e saudara seu bebê seis meses depois. 


A cidade dara especial atenção para o bebê e mais tarde ao menino bonito quando cresceu, especialmente quando o diminuto, loiro, Victor Uckermann acabara tendo um filho musculoso, com cabelos e olhos escuros e uma construção digna de, bem, um modelo de roupa íntima.


Quatorze anos depois, quando Alexandra deixou Victor Uckermann e se mudou para Nova York, ninguém ficara surpreso que Alexandra estivesse voltando para encontrar o verdadeiro pai de Christopher. A surpresa veio quando, aos quatorze anos de idade, Christopher ficara em Hannah Lago, com Victor.


Por esse tempo, Christopher já era um objeto na pequena cidade, e as pessoas especulavam que fora a razão pela qual ele ficou. Ele poderia jogar um dardo como um guerreiro mítico e cortar os adversários no campo de futebol, como se fossem feitos de papel. Ele armou a sua equipe da liga júnior para um campeonato do distrito e podia enterrar uma bola de basquete desde que tinha quinze anos.


Todas essas coisas eram notáveis, mas em Hannah Lake, Pensilvânia, onde a cidade fechara suas lojas para duelos locais e seguiam os rankings estaduais como números vencedores da loteria, onde a luta era uma obsessão que rivalizava com o futebol no Texas, foi a capacidade de Christopher no tatame, que fez dele uma celebridade.


A multidão ficou instantaneamente quieta quando Christopher pegou o microfone, à espera do que, com certeza, seria um hino bem hilariante. Christopher era conhecido por sua força, sua boa aparência e sua capacidade atlética, mas ninguém nunca o tinha ouvido cantar.


O silêncio estava saturado com vertiginosa expectativa. Christopher empurrou o cabelo para trás e, em seguida, enfiou a mão no bolso como se estivesse desconfortável. Então fixou os olhos na bandeira e começou a cantar.


— Oh, diga que você pode ver pela luz adiantada do alvorecer... — Mais uma vez, houve um suspiro audível da plateia. Não porque era ruim, mas porque era maravilhoso.


Christopher tinha uma voz que completava o pacote. Era suave e profunda e incrivelmente rica. Se o chocolate preto pudesse cantar, soaria como Christopher Uckermann.


Dulce estremeceu quando a voz dele a circulou como uma âncora, alojando-se no fundo de sua barriga, puxando-a para baixo. Ela fechou os olhos atrás dos óculos de lentes grossas, e deixou que o som jorrasse em cima dela. Era incrível.


— Sobre a terra dos livres... — A voz de Christopher alcançou o cume, e Dulce sentiu como se tivesse escalado o Everest, sem fôlego, efervescente e triunfante. — E o lar dos bravos! — A torcida vibrava em torno dela, mas Dulce ainda estava pendurada na mesma nota final.


— Dulce — A voz de Anahí a puxou para fora. Ela empurrou a perna de Dulce. Dulce ignorou. Dulce estava tendo um momento. Um momento com, em sua opinião, a mais bela voz do planeta.


— Dulce teve seu primeiro orgasmo. — Uma das amigas de Anahí riu.


Os olhos de Dulce se abriram para ver Anahí, Christian e Belinda Schull olhando para ela com grandes sorrisos em seus rostos. Felizmente, os aplausos e os vivas impediram que as pessoas ao seu redor ouvissem a avaliação humilhante de Belinda.


Pequena e pálida, com cabelo vermelho brilhante e características esquecíveis, Dulce sabia que era o tipo de garota facilmente esquecida, facilmente ignorada, e nunca sonhada. Ela tinha flutuado ao longo da infância, sem drama e com pouco alarde, fundamentada em uma perfeita consciência de sua própria mediocridade.


Como Zacarias e Isabel, pais de João Batista da bíblica, os pais de Dulce foram muito além de suas idades férteis, quando de repente se viram criando uma família.


Com cinquenta anos, Fernando Saviñon, pastor popular na pequena cidade de Hannah Lake, ficou mudo quando sua esposa há 15 anos, entre lágrimas, lhe disse que ia ter um bebé.


Seu queixo caiu no chão, suas mãos tremiam, e se não fosse pela alegria serena estampada no rosto de 45 anos de sua mulher Blanca, ele poderia ter pensado que ela estava fazendo uma brincadeira pela primeira vez em sua vida.


Dulce nasceu sete meses depois, um milagre inesperado, e toda a cidade comemorou com o casal bem-amado. Dulce achou irônico que ela fosse considerada um milagre desde que sua vida tinha sido tudo, menos milagrosa.



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Dulce tirou os óculos e começou a limpá-los na barra de sua camiseta, efetivamente cegando-se aos rostos divertidos ao seu redor. Deixe-os rir. Porque a verdade era que ela se sentia eufórica e tonta tudo de uma vez só, do jeito que ela, às vezes, se sentia depois de uma cena de amor particularmente satisfatória em seu romance ...


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Comentários do Capítulo:

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  • millamorais_ Postado em 05/11/2016 - 10:17:35

    Continuaaaa

  • candy1896 Postado em 30/10/2016 - 19:32:15

    Continua


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