Fanfic: Beleza Perdida || Vondy | Tema: Vondy
Dulce tirou os óculos e começou a limpá-los na barra de sua camiseta, efetivamente cegando-se aos rostos divertidos ao seu redor. Deixe-os rir. Porque a verdade era que ela se sentia eufórica e tonta tudo de uma vez só, do jeito que ela, às vezes, se sentia depois de uma cena de amor particularmente satisfatória em seu romance favorito.
Dulce Saviñon amava Christopher Uckermann, o amara desde que tinha dez anos de idade e ouvir a sua voz cantando um tipo muito diferente de música, e naquele momento, ele chegara a um novo nível de beleza, e Dulce ficou cambaleando e atordoada que um menino pudesse ser dotado de tanto talento.
***
Agosto de 1994
Dulce foi até a casa de Christian, entediada, tendo terminado todos os livros que ela tinha pego na biblioteca na semana anterior. Ela encontrou Christian sentado como uma estátua nos degraus de cimento que levava à sua porta da frente, olhos fixos em algo na calçada em frente a ele.
Saiu do seu devaneio apenas quando o pé de Dulce por pouco não amassou o objeto de seu fascínio. Ele gritou e Dulce gritou quando viu a enorme aranha marrom a apenas alguns centímetros de seus pés.
A aranha continuou em seu caminho, atravessando lentamente o longo trecho de concreto. Christian disse que a tinha seguido por meia hora, nunca ficando muito perto, porque afinal de contas, era uma aranha e era nojento.
Era a maior aranha que Dulce já tinha visto. Seu corpo era do tamanho de uma moeda, mas com as pernas desengonçadas era facilmente tão grande quanto uma moeda de cinquenta centavos, e Christian parecia impressionado com ela. Afinal de contas, ele era um menino, e era nojento.
Dulce sentou ao lado dele, observando a aranha tomar seu tempo cruzando calçada da frente de Christian. A aranha serpenteava como um homem velho em um passeio, sem pressa, sem medo, sem nenhum objetivo aparente em mente, um cidadão temperado com, membros delgados longos, desdobrando cuidadosamente cada perna a cada vez que dava um passo.
Eles assistiram, encantados com sua beleza aterrorizante. O pensamento pegou Dulce de surpresa. Era linda, embora a assustasse.
— Ela é legal — ela ficou maravilhada.
— Dããh! Ela é incrível — disse Christian seus olhos nunca vacilando. — Eu gostaria de ter oito pernas. Me pergunto porque o Homem Aranha não conseguiu oito pernas quando foi mordido por essa aranha radioativa. Deu-lhe grande visão e força e a capacidade de fazer teias. Por que as mais pernas não? Hey! Talvez veneno da aranha cure distrofia muscular, e se eu deixar esse cara me morder vou ficar grande e forte — Christian falou coçando o queixo como se estivesse realmente considerando.
— Hmm. Eu não iria arriscar. — Dulce estremeceu. Voltaram ao transe, mais uma vez, e nenhum deles percebeu o menino que chegava pela calçada, em sua bicicleta.
O menino viu Christian e Dulce sentados tão imóveis, tão silenciosos, que seu interesse foi imediatamente despertado.
Ele desceu da bicicleta e colocou-a sobre a grama, seguindo seus olhares para onde uma enorme aranha marrom se arrastava ao longo da calçada em frente da casa. A mãe do menino ficava petrificada com aranhas. Ela sempre o fazia matá-las imediatamente. Ele matara tantas que não tinha medo delas mais.
Talvez Christian e Dulce estivessem com medo. Talvez eles estivessem morrendo de medo, tão assustados que não conseguiam nem se mexer. Ele poderia ajudá-los. Ele correu até a calçada e esmagou a aranha sob seu grande ténis branco. Pronto.
Dois pares de olhos horrorizados o fitaram.
— Christopher! — Christian gritou, horrorizado.
— Você a matou! — Dulce sussurrou, chocada.
— Você a matou! — Christian gritou, empurrando-se sobre os pés e tropeçando na calçada. Ele olhou para a bagunça marrom que tinha ocupado a última hora de sua vida. — Eu precisava de seu veneno! — Christian ainda estava em suas próprias fantasias de curas de aranha e super-heróis. Em seguida, Christian surpreendeu a todos por explodir em lágrimas.
Christopher ficou boquiaberto com Christian, e depois observou quando ele caminhou com as pernas bambas até os degraus e entrou em sua casa, batendo a porta atrás de si. Christopher fechou a boca e enfiou as mãos nos bolsos de sua bermuda.
— Sinto muito — disse ele a Dulce. — Eu pensei... Pensei que estivessem com medo. Vocês estavam apenas sentados ali olhando para ela. Eu não tenho medo de aranhas. Eu só estava tentando ajudar.
— Devemos enterrá-la? — Perguntou Dulce, seus olhos tristes por trás dos óculos grande.
— Enterrá-la? — Christopher perguntou atordoado. — Ela era um animal de estimação?
— Não. Acabamos de nos conhecer — disse Dulce séria. — Mas talvez vá fazer Christian se sentir melhor.
— Por que ele está tão triste?
— Porque a aranha está morta.
— E daí? — Christopher não estava tentando ser um idiota. Simplesmente não entendia.
E a pequena cabeça vermelha, com os cabelos bagunçados e encaracolados, estava em uma espécie de pânico. Ele a tinha visto antes na escola e sabia o nome dela. Mas não a conhecia.
Perguntou-se se era especial. Seu pai disse que ele tinha que ser bom para as crianças que eram especiais, porque elas não poderiam mudar o jeito que eram.
— Christian tem uma doença. Faz os músculos fracos. Poderia matá-lo. Não gosta quando as coisas morrem. É difícil para ele — disse Dulce simplesmente e honestamente. Ela realmente parecia meio inteligente.
De repente, os acontecimentos no campo de luta antes do verão fizeram sentido para Christopher. Christian não podia lutar, porque tinha uma doença.
Christopher se sentiu mal de novo e sentou-se ao lado de Dulce.
— Eu vou ajudá-la a enterrar.
Dulce levantou e correu pela grama, para sua própria casa, antes que as palavras deixassem sua boca.
— Eu tenho uma caixinha perfeita! Veja se você pode raspá-la da calçada — gritou por cima do ombro.
Christopher usou um pedaço da casca do canteiro de flores para recolher os restos da aranha. Dulce estava de volta em trinta segundos. Segurou a caixa branca, de anel, aberta enquanto Christopher depositava a corajosa aranha no algodão intocado.
Dulce colocou a tampa e fez um gesto para ele, solenemente. Ele a seguiu até seu quintal e, juntos, escavaram punhados de terra em um canto do jardim.
— Isso deve ser grande o suficiente — disse Christopher, pegando a caixa da mão de Dulce e colocando-a no buraco. Eles olharam para a caixa branca.
— Devemos cantar? — Perguntou Dulce.
— Eu só sei de uma canção de aranha.
— A Dona Aranha?
— Sim.
— Eu sei essa, também. — Juntos Dulce e Christopher cantaram a canção, sobre a aranha que era derrubada por uma enxurrada e tinha uma segunda chance para subir, quando o sol saísse novamente.
Quando a música acabou, Dulce colocou a mão em Christopher.
— Devemos dizer uma pequena oração. Meu pai é um pastor. Eu sei como, então vou dizer.
Christopher se sentiu estranho segurando a mão de Dulce. Estava úmida e suja de cavar a sepultura e ela era muito pequena. Mas antes que ele pudesse protestar, ela estava falando, com os olhos fechados bem apertados, o rosto em concentração.
— Pai Celestial, estamos agradecidos por tudo o que você criou. Amamos ver esta aranha. Ele era legal e nos fez feliz por um minuto antes de Christopher esmagá-la. Obrigada por fazer mesmo as coisas feias bonitas. Amém.
Christopher não tinha fechado os olhos. Ele estava olhando para Dulce. Ela abriu os olhos e sorriu docemente, deixando cair sua mão.
Ela começou a empurrar a sujeira sobre a caixa branca, cobrindo-a completamente e socando-a para baixo. Christopher encontrou algumas pedras e as colocou em uma forma de A para a aranha. Dulce acrescentou algumas rochas na forma de um B na frente do A de Christopher.
— O que seria o B? — Christopher se perguntou em voz alta. Pensou que talvez a aranha tivesse um nome e não sabia.
— Bonita Aranha — disse ela simplesmente. — É assim que eu vou me lembrar dela.
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Setembro de 2001 Dulce amava o verão, os dias de descanso e as longas horas com Christian e seus livros, mas na Pensilvânia era absolutamente impressionante. Ainda estavam no final da temporada, em meados de setembro, mas as folhas já tinham começado a mudar, e Hannah Lake fora inundada de salpicos de cor misturadas, com o verde profundo do ver&at ...
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