Fanfic: Solar Sigel Fleuret | Tema: Originais
Domínio Celestial, Reino Astroriano.
Quem sabe essa lenda esteja errada? Quiçá essa deidade não tivesse mesmo poder para comandar o clima, a intensidade dos raios de sol ou das chuvas. Quem sabe ela nem fosse mesmo uma deusa. Talvez fosse apenas uma mera lenda criada pelos humanos.
Assim, um jovem de pele belamente negra permitia a mente divagar no assunto, enquanto um julgamento ocorria no reino dos domínios astrorianos, aqueles senhores de aspecto quase angelical, com poder suficiente para construir estrelas ou mesmo galáxias inteiras.
Havia milhares deles reunidos em um extenso salão que mais parecia um senado galáctico. Criaturas de todas as espécies se encontravam ali: pessoas aladas, outras feitas da pura luz, algumas de pele colorida e muitas outras variedades de classes. Ao lado de cada astroriano havia um enkelly, um representante do principal mundo sob sua jurisdição.
“O senhor falhou em tentar governar os humanos com suas táticas egocêntricas. Em vista disso, a sentença a ser aplicada deveras é a morte, pois muitas vidas foram perdidas deliberadamente durante seu reinado.”
Todos se atentaram ao que Elkhami, senhor dos astrorianos, falou em resposta as birras de Kuro, o mais presunçoso e egoísta dos presentes, um mentiroso que se fez opositor à sua própria raça.
Kuro grunhiu alguns termos pejorativos ininteligíveis e tentou fugir usando seus poderes malignos, jogando os guardas para longe de si. Mas no contra-ataque efetuado por Elkhami seu corpo desfez-se em pó e os presentes soltaram um grandioso “oh”, horrorizados com a cena. O pó transformou-se em uma luz pálida que transcorreu o salão até se esvanecer no céu estrelado acima. Ninguém lamentou a morte já esperada daquele ser pretensioso; exceto seu enkelly, o jovem humano negro que podia se transformar em uma grande serpente alada, também chamada de dragão. Ele ficou enfurecido.
“Arn Flameheart…”, chamou Elkhami, diante de todos que o escutavam.
Arn, o homem-dragão, deixou o pensamento sobre a deusa do sol para mais tarde, voltou-se ao senhor sentado no centro do salão e fez um ato de reverência.
“Infelizmente, sem um astroriano para servir, não há lugar para você entre os enkellys. Sabemos que nem tudo concordou com Kuro, seu mestre, mas sabemos que poderia ter nos informado de suas ambições hediondas e mesquinhas. Declaro-o culpado de cumplicidade. Sua sentença será a perda dos poderes e cargos enkellys. A partir de hoje não será mais do que aquilo que era antes de suas atividades na ordem cósmica.”
Arn ficou paralisado, estupefato com a sentença. Isso significava que nunca mais pisaria em solo cósmico superior, pois sem os poderes de um enkelly seu corpo despedaçaria com a energia dinâmica presente naquele reino, assim como aconteceu a Kuro minutos antes. Além disso, voltar ao que era antes de sua condição enkelly, quer dizer que só seria capaz de manipular um pouco das habilidades de fogo e não seria nada além de um homem capaz de se transformar em um grande dragão.
Os guardas o levaram para fora do tribunal e, por meio de teletransporte, o enviaram a seu mundo natal, Ekoplex, que também já foi há dois milênios chamado de Terra, lar dos humanos.
“Kuro matou minha família…”, Arn lamentou assim que foi deixado sozinho em Astro, cidade embaixatriz astroriana em Ekoplex. Parecia perdido, como uma criança abandonada. “A quem irei pertencer? Não tenho onde morar, nem onde viver. Não me restou família, casa ou amigos… Kuro me tirou tudo em todas as vezes que tentei entregá-lo aos superiores.”
Sentado num canto da calçada de uma das ruas principais e mais movimentadas, ele olhou em volta naquela grande cidade, em busca de um rosto amigo que talvez pudesse lhe amparar, e viu uma pessoa cavalgando pelos céus nebulosos com um cavalo negro alado. Logo uma ideia lhe tomou a mente como as chamas fazem a uma vegetação seca.
“Não estou sozinho… Ainda existe aquela garota. Se as pessoas a chamam de deusa, foi porque a chamei primeiro. Preciso encontrar minha deusa chamejante… Ela não pode ter se esquecido de quem lhe deu os cavalos celestiais.”
E assim aquele homem fez-se um dragão, como se sua forma viesse do fogo materializado que tomou seu corpo. As pessoas da cidade assustaram-se no primeiro instante com a visão aterradora do animal de cem metros de comprimento, de escamas escuras. O calor emitido por seu corpo podia causar queimaduras em quem chegasse perto. O vento abrasador de suas asas ressecou a pele de muitos ao redor. Arn foi embora deixando para trás uma multidão aterrorizada.
Autor(a): satrak_aznik
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Reino Prata, Perllark. Ano 2013 da era skyler. “Onde você está? Não tem mais graça… Já faz mais de uma hora que estamos te procurando…” Ela gritou o quanto pôde, mas não o encontrou de forma alguma. Ele não estava no castelo ou nas limitações das muralhas. Ninguém o ...
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