Fanfics Brasil - Reminiscências – 3º Movimento Solar Sigel Fleuret

Fanfic: Solar Sigel Fleuret | Tema: Originais


Capítulo: Reminiscências – 3º Movimento

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Era Skyler, ano 2009…


 


Fazia pouco mais de um ano que Solar começou a se aventurar com Sonny e Luna pelas florestas e montanhas. Seus objetivos resumiam-se em encontrar relíquias lendárias, prender saqueadores, perseguidores, ou qualquer tipo de infrator de baixo nível. Suas missões eram escolhidas pelo sistema de aprendizado criado pelas forças de autodefesa.


A decisão foi tomada com relutância pela rainha ao permitir que suas filhas caçulas se tornassem guerreiras aventureiras com o filho caçula do rei vizinho. Era isso que eles gostavam de fazer e não seria tão perigoso se o sistema designasse apenas pequenas e simples missões.


Nesse dia Solar estava furiosa, como de costume. Sempre que tentava usar alguma habilidade de luz, Sonny atrapalhava com alguma habilidade da escuridão. E como Luna tinha um pouco das duas acabava ajudando mais Sonny, por preferência.


“Não podemos continuar assim. Quando ganharei experiência com vocês me atrapalhando? Por que você só sabe usar a escuridão?”, dizia ela toda rancorosa para o lado do jovem Sonny.


“E você, princesa, por que só sabe usar a luz?”, ele retrucou, com sarcasmo.


“Sei usar luz, fogo e ainda sei fazer outras coisas. Eu tenho a telecinese, mas ainda estou aprendendo a usar…”, ela se explicou em defesa. “E quanto a você, seu principezinho, só sabe usar ataques com o poder da escuridão? Podia ao menos aprender alguma coisa com Luna. Ela consegue me ajudar com a luz, mas me atrapalha quando o auxilia com a escuridão. Por que não lhe pede para ensiná-lo algo sobre a luz?”, Solar retrucou no mesmo tom de voz.


“Por que você mesma não me ensina? Achei que fosse perita no assunto, já que usa essas habilidades com mais frequência.”


Sonny sabia onde aquela conversa chegaria. Solar dificilmente ensinava algo sobre suas habilidades. Ela aprendia rápido, mas não conseguia passar as informações aos outros. Vendo que a perlla não lhe diria mais nada, sentou-se diante da fogueira e esperou seu espetinho assar, aproveitando o silêncio proporcionado pela floresta.


Porém, Solar ficara calada demais ao seu gosto. No que ela pensava? Será que procurava um meio de ensiná-lo suas habilidades de classe luz?


“Você deveria ser um pouquinho mais grata comigo. Eu te dei as botas da velocidade, não foi? E quanto aos cavalos alados? Como os teria de volta se não fosse por mim? Não fui eu quem te ajudou a recuperá-los?”


Solar olhou as botas douradas que Sonny havia lhe dado como presente de sua amizade logo no início de suas aventuras. Os cavalos estavam ali distantes, descansando. Não eram bem cavalos naturais. Foram criados por um homem-dragão para esconder o poder de dois sabres flamejantes. Ele os fez para a perlla do sol, sob encomenda, mas em um roubo os cavalos ficaram selvagens. Deu muito trabalho para recuperá-los e Sonny foi quem mais ajudou a domesticá-los.


“Sol… Sol…”, ela não lhe atendia. Estava com a mente distante. Então Luna cochichou algo no ouvido de Sonny, ao que ele disse: “Minha querida deusa do sol, no que estás pensando?”


No mesmo instante Solar se atentou a ele e até levantou as sobrancelhas em surpresa.


“Do que me chamou?”, isso parecia algo muito estranho para ela. “Não sou deusa de nada. Você não deveria brincar com esse tipo de coisa.” Ela só estava fingindo irritação. Na verdade sentiu algo estranho no peito quando ele lhe disse aquelas palavras, pois seus pensamentos mergulharam a mente naquele a quem originalmente lhe chamou dessa forma muitas vezes.


“Você não pode ser só minha deusa?”, disse ele em mais uma tentativa de provocá-la.


“Vai me adorar quando recebemos o mandamento de não cultuar nada? Não nascemos com essa necessidade, diferente dos primeiros humanos. Ou vai me dizer que você veio daquele mundo velho e imundo?”, ela continuou a esconder seus sentimentos, até virou a face para outra direção.


“Não, isso seria impossível. Aquele mundo foi destruído há mais de 2.000 anos. Eu tenho a sua idade, lembra? Só tenho dezesseis…”, ele brincou, tocando os fios de cabelo dela.


“Isso não importa”, ela se afastou, dando-lhe um tapa na mão com total indiferença. “Não gosto que me chamem de deusa. Meu nome é Solar Sigel Fleuret.”


“Tudo bem… Mas posso te chamar de querida Sol, certo?”


Solar entendia aquele deboche, apesar de no fundo gostar do apelido, principalmente do som que ele fazia ao pronunciar “querida”; dava a ideia de algo mais íntimo e carinhoso. Foi a primeira vez que prestou atenção por alguém se dirigir assim a si. “Sol…”, lembrava uma nota musical, quando ao mesmo tempo indicava o astro que a aquecia todas as manhãs.


“No que estava pensando? Você ficou distante por um tempo”, perguntou Sonny, chegando mais perto outra vez, com aquele sorriso bobo. Parece que suas brincadeiras não surtiram efeito. Solar parecia bem irritada no início, mas agora nada a atingia.


“Pensei em como poderia ficar mais forte. Assim vocês não conseguiriam me atrapalhar”, ela respondeu, desviando os pensamentos daquilo que realmente meditava.


“E que tal você aprender a aproveitar para nos ajudar em nossas missões? Será que tudo o que tem nessa cabecinha se resume em ganhar destaque e querer ser melhor do que os outros? Nós somos uma equipe, não somos?”


Sonny apontou para o seu redor e Luna mostrou um sorriso, pois já entendia esse ponto desde muito tempo. Ela não gostava de ajudar a irmã por saber das intenções dela. Não queria aumentar o ego de Solar.


“Você já é poderosa demais. Só você não percebe isso. E Sonny ainda te dá tantos presentes: botas de velocidade, recuperar os cavalos que se transformam em sabres e ainda podem voar…”, observou Luna, terminando de assar a carne na fogueira. A noite logo começaria e a fogueira perderia sua intensidade devido o sono de Solar, quem a mantinha acesa e mais quente que o normal.


“Ele também lhe deu muita coisa. O que me diz do seu arco de luz?”, rebateu a perlla do sol.


“Ele não é nada. É só um artefato de imitação. Pode encontrar vários deles por aí”, Luna fez como se não fosse tão importante quanto a irmã.


“Mas você disse que era o suficiente…”, começou Solar.


“Não queria que ele roubasse o verdadeiro só por minha causa. Não sou tão egoísta assim. E esse já me serve muito bem.”


“Ei vocês duas, não precisam iniciar outra discussão por minha causa”, advertiu Sonny, abocanhando seu pedaço de carne. Se aquelas duas começassem uma discussão no meio da floresta, até os animais mais selvagens correriam dali.


“A verdade é que não retribuímos os favores que você nos faz.”


Luna chegou-se mais perto de Sonny insinuando algo com aquele olhar sedutor.


“Estar na companhia de duas garotas como vocês em uma aventura já é o suficiente”, disse ele, virando-se para o lado oposto de Luna, continuando a comer.


Ela o agarrou por trás e falou:


“Você não quer sair da zona da amizade? Estamos sozinhos no meio de uma floresta. Fico imaginando que tipo de coisas você fantasia conosco”, ela acariciou o lóbulo da orelha dele enquanto falava.


“Eu não fantasio nada”, ele respondeu, fazendo de conta que Luna nem existia. “Tenho a mente pura e limpa. Você está imaginando coisas. Além disso, como todo ark, prezo pela dignidade de minhas companheiras. Não é da nossa cultura tradicional pensar nessas coisas só depois do casamento?”


“Ah, lá vem você com isso de novo”, ela suspirou, cansada daquele argumento antiquado. “Prefiro fazer como os tenerenses. Eles não se importam tanto assim com o casamento. É tão fácil sair naquelas noitadas e se divertir com um ou dois parceiros, quem sabe três ou quatro… Ninguém se importa com relações profundas, formar laços além da amizade… Por que só a gente aqui em Perllark guarda essas tradições?”


“Na verdade, de todos os povos de Ekoplex, só os tenerenses se comportam assim. Eu gostaria de saber a opinião da rainha sobre essa sua ideia de fazer sexo sem compromisso”, comentou Sonny, debruçando-se para trás e relaxando sobre a jovem Luna que o abraçava.


“Ela certamente daria um sermão e diria que temos de ser puros ou não teremos a dignidade de uma perlla. O mesmo vale para os arks.” Luna confortou-o com seu abraço afetuoso e apoiou a cabeça no ombro dele. Ela tinha um sorrisão bobo na cara, algo que se tornou bem comum nos últimos meses.


Solar observou a interação de sua irmã com Sonny. Estava mais que na cara, Luna queria que Sonny fosse mais que um amigo para ela. Isso lhe incomodava, com uma pontada de inveja, mas preferia pensar em outras coisas diante dessas situações. Afinal, é isso o que acaba acontecendo com a maioria dos jovens que ficam tanto tempo sozinhos com os do sexo oposto.


A perlla do sol sentia falta daquele que lhe presenteara com os cavalos alados. Para ela, não havia homem melhor do que ele no mundo.


Ela terminou de jantar e foi se deitar, pois a noite levara embora toda a luz do sol que a mantinha ativa. Nesse instante a chama da fogueira também se dissipou.



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Autor(a): satrak_aznik

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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