Fanfic: How Long Will I Love You | Tema: Originais, Hot, Indecisão
Anastácia Rodríguez POV.
São Paulo — 19h00min PM.
Dois meses atrás:
99 x 112
Esse era o placar. O placar final do jogo. Eu já sabia o que esperar dele. Só manter a calma. Ele apenas perdeu um jogo de basquetebol, só é algo que o deixaria irritado. O que iria acontecer? Nada. Seja positiva, Anastácia Rodríguez.
Retiro-me de meus devaneios e olho diretamente para quadra e vejo os jogadores saindo. Pego minha bolsa jogada no chão, olho para Olívia mandando mensagens no Whatsapp e Jade dormindo e solto uma risadinha tentando livrar-me da tensão. Levanto-me da cadeira, arrumo meu cabelo jogando-o de lado e suspiro.
- Amiga se ver o Felipe, manda ele me encontrar no carro, okay? – Olívia pediu-me sem me olhar, não desgrudando do celular com aqueles dedinhos longos, finos e mega rápidos.
- Irei pensar no seu caso. – Ela imediatamente olhou para o meu rosto, carrancuda, mas logo fica séria.
- Porque está assim, Anastácia?
- Assim como? – Pergunto, fazendo-me de sonsa.
- Está com medo que o José desconte a raiva nela. – Despertou a Bela GrossaSinceraAdvogadaDoDiabo Adormecida.
- Não mesmo, Jade! – Fuzilo-a com meu olhar, querendo estrangulá-la ali mesmo.
- Então vá lá enfrentar a fera. — ela arqueia suas sobrancelhas, soando irônica. - Boa sorte, irá precisar, acredite.
- Pare de destilar seu veneno, Jade. — Olívia a repreende, enquanto a morena apenas revira seus olhos. - José deve estar precisando de apoio, e nada melhor do que a namorada dele. Vá. — sorrio fraco ao ouvi-la me reconfortar com suas palavras. Jade suspira.
Viro-me de costas, pondo a alça da bolsa em meu ombro, facilmente consegui me desvincular da presença das pessoas ali presentes, começando a caminhar para baixo, descendo os degraus da escada em meio às arquibancadas, indo em direção ao vestiário.
Ouço o falatório dos garotos cada vez mais audível, na medida em que, estava chegando ao local, ora eles discutiam, ora estavam xingando uns aos outros. Quando estava prestes a adentrar o ambiente impregnado com cheiro de produtos de limpeza, esbarro com alguém, quase indo de cara a encontro ao chão, por sorte, consegui manter o meu equilíbrio.
– Felipe! – digo surpresa, levando minha mão entre o espaçamento de meus seios, podendo sentir o meu coração estava acelerado, por conta do susto que levei. – Olívia mandou você encontrá-la no carro. – Aviso-o, assistindo um sorriso impecável fazer-se presente em seus lábios. Ele não parece estar chateado por ter perdido o jogo. Típico seu, já que o mesmo sempre foi tão centrado e, tranquilo, em quase todas as situações.
– Estou indo então. – Assentiu rapidamente, depositando um beijo em minha bochecha, e saindo das minhas vistas com voracidade.
Respiro fundo, tomando coragem para finalmente poder falar com o meu namorado. Assim que estou completamente dentro do lugar, os garotos direcionam seu olhar em mim, eles estavam sentados num dos bancos, mas ele não. José estava em frente ao seu armário, e ainda não tinha notado minha presença ali, limpo minha garganta, lhe chamando atenção.
– Anastácia? – Com o cenho franzido, ele encara-me. Não há resquícios de felicidade em seu rosto ao me ver. – Porra, o que você está fazendo aqui? – Questionou ele, totalmente enfurecido.
– E-eu... – Tento falar algo, mas fracasso.
– Você sempre me esperou lá fora, por que agora resolveu vir aqui caralho?
Engulo o seco, mantendo-me rígida. Minhas bochechas ardem, sinto-me constrangida por receber uma bronca sua na frente de seus amigos, era ridículo essa atitude vinda dele.
– Cara, pega leve. – Uma voz familiar é proferida atrás de meu eu. – Anastácia não tem culpa por termos perdido esse jogo. – Agora, ao meu lado, pude confirmar, era Cézar quem havia me protegido.
– Não me lembro de ter pedido sua opinião. – Ele respondeu sarcástico. – Ouça bem, a forma como eu trato a minha namorada, não lhe diz respeito, sacou? – Antes que o loiro ao meu lado pudesse retrucar, o barulho estridente do armário é soado. – Agora todos vocês saiam daqui. – ordenou, causando um mutirão de xingamentos. Mas, por ser o capitão do time, e ter autoridade, os garotos pegam suas coisas, se retirando do local aos poucos.
– Isso não está certo, cara. – novamente, Cézar tenta dar sermão no amigo, mas outra vez não funciona.
– Foda-se, da minha vida cuido eu, agora saía. – elevou seu tom de voz, soando quase como em um grito. Assisto tudo quieta, era melhor eu ter ficado com as garotas. Droga. – Satisfeita? – ele vem em minha direção, parecendo estar ainda mais irritado do que instantes atrás. – Estou cansado! Cansado desse time inútil!
- Mas amor, só foi a segunda derrot...
- Não fale nada! – Cortou-me, gritando. – Estou mal, ruim, péssimo, revoltado. – Olhou para mim, mudando sua feição para tristeza. – Quero ficar sozinho.
- Por quê? Eu não te fiz nada, só estou aqui pra te ajudar. Não entendo. Eu acho que só sirvo pra ti nos momentos felizes, caralho só quero tá aqui, ouvindo e em todo momento. – Deixei de sentir medo e comecei a alterar a voz.
- Mas você já parou pra pensar que não consegue me ajudar? – Arregalei os olhos e senti algo se destruir dentro de mim. Era meu coração de mármore. Mil e um pedaços. Mas não posso perder o foco! Hora de jogar verdades na cara um do outro, então. Chegou a hora...
- Sabe, o que você fala não me atinge mais, não me causa o que causava antes, aquela tristeza enorme. E você também não me ajuda, mas sempre conto tudo pra você, porque é a única pessoa...
- Certo, não ajudamos um ao outro. Traduzindo; o relacionamento está uma merda. – Era tudo o que eu queria ouvir. TUDO! Mas ao mesmo tempo não queria.
Levantei a cabeça e olhei no fundo dos olhos dele, segurando o choro. NÃO posso demonstrar fraqueza outra vez, não mesmo.
- Claro, está desgastado. Estamos cansados um do outro, não damos mais certo. – Jorrei as palavras enquanto ele olhava-me sério. – Mas se melhorarmos, um pouco, daremos. – Senti sua raiva daqui. Sua ira, seu ódio. Sua vontade de pular em mim e me esguelar.
- Desgastado? Melhorarmos? A única errada aqui nessa merda é tu, Anastácia! – José deu dois passos pra perto de mim e segurou meu pescoço e deu uma leve apertada. Ele queria, eu sentia. – Você é a errada aqui, você é quem apertava a bunda de gurias, VOCÊ É A PORRA DA BISSEXUAL AQUI. – Dizendo isso, empurrou-me fazendo cair no chão. Meu corpo doía, eu tremia de medo. Nunca tinha visto ele desse jeito. – Sai daqui! NÃO ME PROCURE NUNCA MAIS! INGRATA, ACABOU DE JOGAR MEU AMOR FORA.
- E-eu.. – Sinto as lágrimas escorrendo por meu rosto, meu cérebro gritando para sair daqui, para não destruir mais meu coração. Mas ele queria ficar aqui, não tinha forças contra ele. Mesmo todo ferrado, insistia nele.
- Eu me lembro de tu falando que ia me amar pelo resto da sua vida. – Ele riu com deboche – Eu lembro. Sua merda, vá se fuder! Não me procure mais, siga a porra da sua vida, não olha mais na minha cara, sua sem vergonha. Procure alguém que não se importe que você tenha atração sexual por mulheres e por homens, alguém que te divida bem! – Ele pegou minha bolsa que estava no chão e tacou em mim, causando-me dor. – Dois anos de namoro e você jogou fora e eu sabia que esse dia iria chegar, eu sabia. Eu te amo bastante, do jeito que você é. Gosto do seu corpo, do seu modo de pensar, do jeito que vinha me abraçar, de tudo. Mas chega, está “desgastado”. E sabe, você pode ter até vários namorados por aí, mas ir à um ponto que chegamos de planejar o futuro e tal, nunca vai ter. Isso é um tiro, mas fazer o quê? Vida que segue. – Eu achava que ele não me magoaria nunca mais, mas dói. Dói. Essas palavras me destruíam como se tivessem me esmagando. Estava sendo pisada como se fosse uma formiguinha. – E eu achava que você me amava... Agora sai daqui. SAI.
- Amar-me do jeito que eu era? – Falei com desgosto e chorando. – Você vivia dizendo pra eu mudar tudo que você não gostava, do jeito que eu pensava, do meu jeito de te tratar. – Levanto desnorteada e pego a bolsa. – Você é um hipócrita.
- Apenas cale a boca e saia. Me esqueça.
Andei em direção à porta, pus a mão na maçaneta e a girei, abrindo-a.
- Espere. – Pediu. – Pegue essa merda.
Ouvi o tilintar ao meu lado. Nossa aliança. Não voltaríamos mais, nunca mais.
Meus olhos encheram-se de lágrimas molhando meus óculos, fazendo-me assim, tirá-lo para secá-los tanto quanto os dois. Me agachei e peguei a aliança, e sai porta a fora.
Tirei a minha aliança também e joguei as duas no lixo mais próximo que tinha.
Atualmente.
São Paulo — 22h15min PM — Sexta-feira.
Enfiei a colher mais uma vez no recipiente onde se encontrava meu sorvete e de lá, tirei uma boa quantia do sabor de chocolate. Isso, prestando atenção no filme Como Eu Era Antes de Você.
- Você vai acabar engordando desse jeito, Anastácia. – Comentou Jade, fazendo-me olhar para ela com um pouco de raiva. Essa morena era capaz de estragar meus momentos de felicidade apenas me puxando para realidade.
Quem é Jade? É Jade Velásquez, oras. Minha amiga desde meus treze anos, moramos juntas; eu, ela e Olívia Bitencourt. Olívia é minha amiga desde os meus cinco anos. Estudamos todas nós três juntas, grandes amigas, grandes guardadoras de segredos uma das outras, apesar de eu saber mais segredos de Jade, alguns que Olívia não sabe.
Atualmente todas nós temos vinte e dois anos. Faço faculdade de direito, Jade de psicologia e Olívia de arquitetura. Sou bem ocupada com trabalho e escola, só tenho tempo para diversão sábados e domingos e olhe lá. Também sou eu quem faz a comida e a faxina nessa casa de vadias.
- Apenas cale a boca e me deixe, sua najinha. Se eu engordar é problema meu. – Respondo-a.
- Depois não vá para frente do espelho reclamar que está gorda. – Retrucou, sorrindo que nem uma piranha como ela.
- Fiquem quieta vocês duas! Quero assistir o filme. – Intrometeu-se Olívia com o saco cheio de nossas bobiças. – Louisa vai conhecer o Will. – E voltou a comer as coxinhas que eu fiz, em uma bacia.
- Você já viu esse filme umas mil e quinhentas vezes, Olívia. – Reclamou Jade, tacando uma pipoca na magricela. – Não está cansada não?
- E você, Jade? Não está cansada de ser chata? – Então Olívia começou a despejar veneno também e a morena logo começou a tacar mais pipoca nela, atrás da outra.
Éramos cobras. Vivíamos despejando “Veneno”. Não existia trio pior que o nosso.
Jade é conhecida por ser “advogada do diabo”, sincera pra caralho e coração frio. Sagitariana com ascendente em Áries.
Olívia, um amorzinho com todos, mas sabe muito bem tirar segredo de gente que não gostamos. Capricorniana com ascendente em leão.
E eu? Ah, eu... Sou do tipo que dá o bote, que usa a agressão física quando estou endiabrada, mas sou a que mais tem o coração molengo daqui. Talvez, a mais fraca sentimentalmente e mais forte fisicamente. Virginiana com ascendente em câncer.
- Tá querendo que eu tire essa merda de film... – Jade é imediatamente cortada pelo o apito do meu celular. Uma mensagem.
Olho a tela; Jiovani.
- Quem é, mona? – Olívia pergunta, abrindo seu sorriso mais doce.
- Jiovani. – Respondo e logo vou olhar o whatsapp. Jiovani é um rapaz que conheci aos meus dezenove anos. Carinhoso, atencioso, amoroso e gostoso. Tudo que uma mulher gosta. Ou que todas gostam. Me proíbo de me apaixonar por ele, pois todas gurias que conheço (e em exceção dessas duas loucas que estão aqui) gostam dele. José e ele não se davam.
Mensagens Whatsapp.
Jiovani - Oi Ana =D
Eu - Oi Jio, tudo bem?
Jiovani - To ótimo e você?
Eu - To indo... :/
Jiovani - Af anjo, ainda não esqueceu aquele otário?
Eu sei algo que vai te fazer ficar melhor!
Vamos no parque de diversões amanhã
Eu - Hmm, vou pensar. :P
Jiovani – Sério? -_-
Eu – Brincadeirinha! Vem me buscar no meu apartamento amanhã às 15:00 :*
Jiovani – Haha, irei. Até amanhã <3
Sorrio abobadamente.
- Ai meu Deus! Ela ta sorrindo, Jade. – Comentou, Olívia com animação.
- É, eu to vendo. Não sou cega, Olívia palito. – As duas imediatamente voltam a trocar farpas.
- EU VOU SAIR COM O JIOVANI SUAS VADIAS! – Grito esbanjando felicidade, dançando. Olívia começa a fazer a dancinha da vitória junto a mim e Jade fecha a cara.
- Você sabe que esse rapaz é desejado por todas, não sabe? Você vai acabar sendo odiada. – Alertou-me.
- Jade, eu e ele somos amigos a quatro anos e nunca fui odiada por ninguém. – Falei convicta.
- Depois não diga que eu avisei. – A mesma continua com a cara fechada e eu então pulo nela, fazendo cócegas. – Pare, sua piranha!
- Só se me chamar de vossa majestade. – Falei, divertindo-me com sua gargalhada chamativa.
- Nunca! – E parto para seu pescoço, e então ela começa a se mexer toda enquanto ri e de repente me acerta um tapa sem querer. Imediatamente paro.
- Grossa. – Revido o tapa e rio. – Vou dormir. Boa noite, cobrinhas do meu coração.
- Boa noite. – Responderam em uníssono.
Autor(a): francinezynha
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