Fanfics Brasil - Capítulo 1 Diga sim ao Marques - Adaptada AyA

Fanfic: Diga sim ao Marques - Adaptada AyA | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 1

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“Oh, Srta. Portilla. Olhe só que lugar horroroso.”



Enquanto descia da carruagem, Anahí Portilla observou a passagem estreita, de paralelepípedos, entre duas fileiras de armazéns.



“Parece um beco, Anna.”



“Fede a sangue. Deus nos ajude. Nós vamos ser assassinadas!”



Anny segurou o sorriso. Sua criada pessoal era maravilhosa para fazer cachos em seu cabelo, mas a capacidade mórbida de sua imaginação era ainda mais incomparável.



“Nós não vamos ser assassinadas.” Depois de pensar por um instante, ela acrescentou, “Não hoje, pelo menos.”



A Srta. Portilla teve uma boa criação, com os benefícios da educação formal e muita atenção ao decoro. Ela estava noiva do jovem diplomata mais promissor da Inglaterra e não era o tipo de moça imprudente que se arrisca em becos suspeitos à meia-noite, com uma pistola descarregada no bolso, à procura do canalha mais infame de Londres.
Não, de jeito nenhum.
Quando Anahí saiu à procura do canalha mais infame de Londres, ela esperou até o meio-dia. Anny entrou no beco suspeito acompanhada por um lacaio, sua criada pessoal e um pouco de medo. E ela não portava nenhuma arma. Sério, de que adiantaria? Quando o homem que você procura é um lutador de boxe com 1,80 de altura e que pesa cem quilos, uma pistola descarregada não serve para nada. As únicas armas letais em questão eram os punhos dele, e uma garota só pode esperar que elas estejam do seu lado.
Poncho, por favor, fique do meu lado. Só desta vez.
Ela seguiu em frente pela viela estreita e úmida, levantando a barra rendada de suas saias e tomando cuidado para não prender o salto dos sapatos no piso irregular.



“Como o segundo filho de um marquês vem parar num lugar desses?”, Anna perguntou, enquanto tentava pisar apenas nos paralelepípedos mais limpos.



“De propósito. Lorde Alfonso deu as costas para a sociedade anos atrás. Ele adora a vida selvagem.” Mas, por dentro, Anny se perguntava a mesma coisa.


Da última vez em que viu Alfonso Herrera, o homem que seria seu cunhado, ele ostentava ferimentos graves. Não eram apenas as consequências físicas da sua pior – quer dizer, sua única – derrota na carreira de boxeador, mas também o baque causado pela morte repentina do pai.


Na época, ele parecia estar em um momento ruim. Muito ruim. Mas não tãod eprimente quanto aquele lugar.


“Aqui estamos.” Ela bateu na porta e ergueu a voz. “Lorde Alfonso? Está aí? É a Srta. ...” Ela engoliu o nome. Talvez não fosse aconselhável expor sua identidade em um lugar daqueles. “Eu só preciso de alguns minutos do seu tempo.”



Uns minutos e uma assinatura. Ela apertou o maço de papéis em sua mão. Nada de resposta.


“Ele não está em casa”, Anna disse. “Por favor, Srta. Portilla. Precisamos ir se quisermos chegar ao Castelo Twill antes do anoitecer.”



“Ainda não.”



Anny se aproximou da porta. Ela ouviu ruídos lá dentro. O ranger de cadeiras sendo arrastadas no chão. Alguns baques surdos. Oh, ele estava lá dentro e a ignorava de propósito.
Ela estava dolorosamente acostumada a ser ignorada. Seu noivado havia lhe dado anos de prática. Quando ela tinha 17 anos, Lorde Christopher Herrera, o belo e autoconfiante herdeiro do Marquês de Granville, obedeceu aos desejos de ambas as famílias e lhe propôs casamento. Ele se ajoelhou na sala de estar dos Portilla e colocou um anel de ouro e rubi no dedo dela. Anny sentiu como se estivesse sonhando.
Um sonho com um pequeno problema. Christopher estava no início de uma carreira promissora em diplomacia, e Anny era muito nova para assumir os deveres da administração de uma casa. Eles tinham todo o tempo do mundo, Christopher disse. Ela não se incomodaria com um noivado longo, certo?
“Claro que não”, ela respondeu.
Em retrospecto, pensava que talvez devesse ter dado uma resposta diferente ao noivo. Como, por exemplo, “Defina ‘longo’.”
Oito anos – e nenhum casamento – depois, Anny continuava esperando. No momento, a situação dela era motivo de piada. Os jornais de fofocas começaram a chamá-la de “Srta. Wait-More (Espera-Mais)”. Os boatos a seguiam por toda parte. Todos se perguntavam o que poderia estar mantendo o futuro marquês longe da Inglaterra e do altar. Seria ambição, alguma distração... Dedicação ao dever? Ou, quem sabe, dedicação a uma amante estrangeira? Ninguém sabia dizer. Muito menos a própria Anahi.


Ah, ela tentava rir dos boatos e das fofocas, mas por dentro... Por dentro aquilo a machucava muito. E a fazia se sentir absolutamente só. Bem, aquilo tudo acabava ali. A partir daquele momento ela seria a Srta. Não-Espera-Mais. Anahí virou a maçaneta de bronze com a mão enluvada e a porta se abriu.



“Fiquem aqui”, ela disse para os criados.


“Mas. Srta. Portilla, não...”


“Eu vou ficar bem. A reputação dele é horrível, mas nós somos amigos de infância. Eu passava os verões na casa da família dele e estou noiva de seu irmão.”



“Ainda assim, Srta. Portilla... Nós precisamos combinar um sinal.”



“Um sinal?”



“Uma palavra para você gritar se estiver em perigo. Algo como ‘Tânger’, ou... Ou talvez ‘muscadínia’.”



“Tem algo de errado com a palavra ‘socorro’?”, falou com ironia.



“Eu... bem, acho que não.”



“Muito bem.” Ela sorriu, incapaz de suportar a expressão de decepção da criada. “Então vai ser ‘muscadínia’.”



Ela passou pela porta, atravessou um corredor escuro e chegou a um cômodo com teto muito alto. O que encontrou fez seu sangue gelar... Oh, muscadínia.
Ela piscou e se obrigou a olhar de novo. Talvez não fosse ele.
Mas não era possível confundir o perfil dele, com aquela curva acidentada que formava seu nariz, marcado por cicatrizes. Mais o cabelo escuro e farto, o maxilar forte, a largura impressionante dos ombros... Aquele era o próprio Lorde Alfonso Herrera, empoleirado em uma viga, a cerca de quatro metros acima do chão. Ele tinha uma corda nas mãos, que amarrava com cuidado à viga. E na extremidade da corda havia um laço. Um laço corredio.
O que ele tinha não era apenas depressão. Era algo muito pior.
E ela chegou no momento exato.
Anny sentiu o coração palpitar em pânico. Tum-tum. Tum-tum.



“Meu lorde!”, ela exclamou. “Não faça isso!”


 



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Autor(a): adaponny

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“Meu lorde!”, ela exclamou. “Não faça isso!” “Srta. Portilla?”, ele olhou para ela. “Isso. Isso, sou eu.” Avançou calmamente, erguendo a mão espalmada em um gesto de paz. “É a Srta. Portilla. Anny. Eu sei que já tivemos nossas diferenças. Aliás, não sei ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • tinkerany Postado em 11/11/2016 - 03:49:44

    Sobre o Ucker eu espero que nunca. Se voltar que seja com alguém kkkk

  • tinkerany Postado em 07/11/2016 - 01:38:52

    Sim, ela é perfeita de mais para Christopher. Christian, socorro kkkk melhor pessoa. Às vezes posso ser meio ausente em quesito comentários, mas sempre dou um jeitinho de ler, e darei meu melhor para conseguir comenta. Continua! Já quero fogo e paixão entre esses dois!

  • mari_froes Postado em 06/11/2016 - 22:38:41

    Como faz pra favoritar duas vezes?? Amando... não deixa de postar !!

  • tinkerany Postado em 06/11/2016 - 19:40:13

    Amando a fic ! Continua! !!!!


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