Fanfics Brasil - Capítulo 1.2 Diga sim ao Marques - Adaptada AyA

Fanfic: Diga sim ao Marques - Adaptada AyA | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 1.2

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“Meu lorde!”, ela exclamou. “Não faça isso!”


“Srta. Portilla?”, ele olhou para ela.


“Isso. Isso, sou eu.” Avançou calmamente, erguendo a mão espalmada em um gesto de paz. “É a Srta. Portilla. Anny. Eu sei que já tivemos nossas diferenças. Aliás, não sei se já tivemos algo que não diferenças. Mas estou aqui para lhe ajudar. E eu lhe imploro para, por favor, reconsiderar essa decisão.”


“Reconsiderar.” Ele olhou com firmeza para ela. “Você quer me impedir de...”


“Isso. Não faça algo de que vai se arrepender. Você tem tanto pra viver.”



Ele refletiu por um instante.



“Não tenho mulher nem filhos. Meus pais estão mortos. Meu irmão e eu não nos falamos há quase uma década...”


“Mas você deve ter amigos. E possui tantas qualidades.”


“Quais, por exemplo?”



Droga. Anahí devia imaginar que ele perguntaria. Ela repassou em sua cabeça tudo o que sabia sobre a vida dele nos últimos anos. A maior parte vinha dos jornais, e quase todas as notícias tinham sido pavorosas. Alfonso Herrera tinha conquistado a reputação de ser impiedoso nas lutas de boxe e sem-vergonha em todo o resto. Sua fama de acabar com as mulheres na cama era quase tão legendária quanto sua rapidez no ringue. Seu apelido era Filho do Diabo.


“Força!”, Anny sugeriu. “Essa é uma qualidade incrível.”



Ele apertou um nó.



“Touros são fortes. Isso não os salva da morte quando não conseguem mais puxar uma carroça.”


“Não fale assim. Talvez você não seja mais o campeão, mas isso não significa que perdeu seu valor.” Ela tentou encontrar algo, qualquer coisa. “Lembro que você deu parte dos seus ganhos para um fundo de viúvas da guerra. Não é verdade?”


“É possível.”


“Aí está. É isso. Caridade é a melhor das virtudes.”



Ele terminou de atar um nó e puxou a corda para testar a resistência.



“Não adianta. Uma única boa ação não vai compensar meus pecados. E todas as mulheres que eu seduzi?”


“Eu...” Oh, céus. Como alguém consegue falar sobre essas coisas em voz alta? "Eu... eu imagino que algumas delas devem ter gostado.”


E com isso ele riu. Foi uma risada seca, baixa... mas ainda assim uma risada. Riso era um bom sinal, não é mesmo? Homens que riem não se enforcam. Não devia incomodar Any que ele estivesse rindo dela.



“Posso lhe garantir, Srta. Portilla, que todas gostaram.”


Ele deixou a corda cair, ficando pendurada na viga, e então desceu por ela, usando a força de seus braços, até terminar bem diante de Anahí. Ele estava descalço e vestia calças cinzas e uma camisa de algodão com o colarinho aberto. Os olhos verdes de Poncho a desafiavam a transgredir o decoro de dez maneiras diferentes. E aquele sorriso debochado que ele mantinha nos lábios apenas
afirmava que ela não tinha coragem para transgredir nada.



“Pode respirar”, ele disse. “Você não interrompeu um suicídio.”



Ela aceitou a sugestão. Seus pulmões foram inundados por ar e todo o resto por alívio.



“Mas o que eu devia pensar? Você estava em cima da viga, com a corda, o laço...” Ela apontou para a evidência. “O que mais você poderia estar fazendo?”



Sem falar nada, ele caminhou até a extremidade do salão. Ali, pegou um saco de lona recheado de palha com um gancho no alto. Poncho voltou e pendurou o saco na corda, fazendo o nó correr para ficar firme.



“Chama-se treinamento.” Ele deu um soco no saco para demonstrar.


“Percebe?”



Ela percebeu. E então se sentiu intoleravelmente tola. Na infância, Rafe sempre a provocava, mas de todas as maldades que ele fez ao longo dos anos... 


“Desculpe estragar sua diversão”, ele disse.


“Minha diversão?!”


“Esse é um famoso passatempo das mulheres, sabe? Tentar me salvar de mim mesmo.” Ele lhe deu um olhar convencido e passou por ela.



Anahí ficou corada – mas essa era a palavra errada. Se “corar” fosse equivalente a um sussurro, naquele momento as bochechas dela estavam gritando! Ridículas de tão cor-de-rosa, como um flamingo ou algo assim.
Homem desprezível, perturbador.
Uma vez, quando era apenas uma garotinha, Anny viu uma briga na vila. Um homem que comprava avelãs questionou o vendedor quanto à honestidade de sua balança. Os dois discutiram, gritaram... e uma briga irrompeu. Ela nunca se esqueceu do modo como a atmosfera mudou em um instante. Todos por perto sentiram a mesma coisa. A sensação de perigo formigava.
Clio nunca testemunhou outra troca de socos. Mas ela sentia o mesmo formigamento no ar sempre que Alfonso Herrera estava por perto. Ele parecia carregar certas coisas consigo, do mesmo modo que outros homens carregavam uma maleta ou uma bengala. Coisas como intensidade e força bruta contida - mas prestes a se libertar. A essa sensação de perigo se unia a de expectativa. E a promessa de que, a qualquer momento, as regras que governam a sociedade poderiam perder o sentido.
Sua vida de libertino era segredo para alguém? Honestamente, os espartilhos não se desamarravam sozinhos.



“Eu pensei que você tivesse parado de lutar”, ela disse.


“Todo mundo está pensando que eu parei de lutar. E é isso o que vai fazer da minha volta ao esporte algo tão emocionante. E lucrativo.” Ela pensou que isso obedecia a um tipo estranho de lógica. "Agora explique-se.” Ele cruzou os braços. Aqueles braços grandes... grandes não, imensos... ah, sem palavras para definir. “O que diabos você está fazendo? Devia saber que não é bom vir a um lugar desses.”


“Eu sei e não vim sozinha. Dois criados estão me esperando lá fora.” Em um impulso tolo, ela acrescentou, “e nós combinamos um sinal."


“Um sinal”, ele arqueou a sobrancelha.


“Isso, um sinal.” Ela continuou antes que ele quisesse saber mais. “Eu não precisaria vir até aqui se você tivesse deixado algum outro meio de contato. Tentei encontrá-lo no Harrington.”


“Eu não tenho mais quarto no Harrington.”


“Foi o que me informaram. E então me disseram que este é o seu endereço atual.” Ela o seguiu até onde pareciam ser seus aposentos. “Você mora mesmo aqui?”


“Quando estou treinando, moro. Sem distrações.”



Anahí olhou em volta. Ela não tinha estado em muitas residências de solteiros, mas sempre as imaginou atulhadas e cheirando a coisas não lavadas – louça, roupa e corpos. O armazém de Lorde Alfonso não cheirava a nada desagradável. Apenas serragem, café e o aroma tênue de... óleo essencial de gaultéria, talvez? Mas o lugar era espartano. Em um canto viu uma cama simples, um armário e algumas prateleiras, além de uma mesa pequena com dois bancos. Ele pegou dois copos no armário e os colocou sobre a mesa. Em um deles Alfonso despejou dois dedos de xerez. No outro, esvaziou um bule de café e adicionou um toque de um xarope de cheiro forte, tirado de uma misteriosa garrafa marrom. A isso tudo acrescentou três ovos crus. Ela o observava, com uma vontade imensa de vomitar, enquanto Poncho mexia aquela mistura repulsiva com um garfo.


“Com certeza você não vai...”


“Beber isso?” Ele ergueu o copo e engoliu o conteúdo de uma só vez, depois recolocou o copo sobre a mesa. “Três vezes por dia.”


“Oh.”



Ele empurrou o xerez para ela.



“Este é seu. Parece que você precisa de um gole.”



Clio encarou o conteúdo do copo enquanto ondas de náusea sacudiam seu estômago.



“Obrigada.”


“É o melhor que eu posso fazer. Como pode ver, não estou preparado para receber visitas sociais.”


“Não vou tomar muito do seu tempo, prometo. Só parei para...”


“Entregar o convite de casamento. Não se preocupe, vou enviar uma carta aos noivos com os meus pêsames.”


“O quê? Não. Quero dizer... Imagino que você saiba que Lorde Granville está, afinal, voltando de Viena.”


“Eu soube. E Christopher lhe deu permissão para planejar o casamento mais suntuoso que puder imaginar. Eu mesmo vou assinar as faturas.”


“Bem, sim. Quanto a essas assinaturas...”  Anny torceu o rolo de papéis em sua mão.



Ele se afastou da mesa.



“Isso tem que ser rápido. Não posso perder tempo conversando.”



Lorde Alfonso parou debaixo de uma barra de ferro paralela ao chão, que estava a cerca de um metro acima de sua cabeça. Em um salto, ele a agarrou e então começou a se erguer, flexionando os braços... Várias vezes.



“Continue”, ele disse ao ultrapassar a barra com o queixo pela quarta vez. “Eu posso conversar enquanto faço isso.”



Talvez ele pudesse, mas Anny começava a achar difícil. Não estava acostumada a conversar com um homem seminu, ocupado com esse tipo de... exercício muscular. Uma sensação estranha percorreu suas veias. Ela pegou o copo de xerez e deu um gole cauteloso. Ajudou.


“Imagino que você não saiba que meu tio Humphrey morreu há alguns meses.” Ela fez um gesto dispensando os pêsames antes que Alfonso pudesse se manifestar. “Não foi um choque. Ele já tinha idade avançada. Mas o doce velhinho me deixou uma herança em seu testamento. Um castelo.”


“Um castelo?” Ele gemeu ao ultrapassar a barra mais uma vez. Então parou ali, os músculos tensos devido ao esforço. “Uma pilha de ruínas no pântano, com uma montanha de impostos atrasados, eu imagino.”


“Na verdade, não. O castelo fica em Kent e é um encanto. Era uma das propriedades pessoais dele. Meu tio era o Conde de Lynforth, se você não está lembrado.”



Bom Deus, como ela tagarelava. Controle-se, Anahí.



“É ideal para um casamento, então.” A voz saiu comprimida devido ao esforço.


“Imagino que sim. Para o casamento de alguém. Mas estou indo para lá hoje e passei para...”


“Contar isso para mim.” Subiu.


“Isso. E também...”


“Para pedir dinheiro.” Subiu. “Como eu já disse, você pode gastar o quanto quiser no seu casamento. Envie as contas para os administradores do meu irmão.”



Anny fechou os olhos bem apertados e depois os abriu devagar.



“Lorde Alfonso por favor. Você faria a gentileza de parar...”


“De completar suas frases?”



Ela reprimiu um rosnado. Ele parou no meio do exercício.



“Não vá me dizer que eu errei alguma?”



Ela não podia lhe dizer isso. Não com sinceridade. Essa era a parte mais irritante.



“Como eu disse”, ele continuou, “Eu estou treinando.” Cada frase era pontuada por outra subida. “É isso o que nós, lutadores profissionais, fazemos. Nós nos concentramos.” Subiu. "Antevemos.” Subiu. “E reagimos. Se isso a incomoda, procure ser menos previsível.”


“Estou cancelando”, ela disparou. “O casamento, o noivado. Tudo. Estou cancelando tudo.”



Ele se soltou e pousou no chão. O ar pesou ao redor dos dois. E a expressão sombria dele contou para Anny, sem dúvida nenhuma, que ele não tinha previsto isso.


 


 




 


 



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Autor(a): adaponny

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • tinkerany Postado em 11/11/2016 - 03:49:44

    Sobre o Ucker eu espero que nunca. Se voltar que seja com alguém kkkk

  • tinkerany Postado em 07/11/2016 - 01:38:52

    Sim, ela é perfeita de mais para Christopher. Christian, socorro kkkk melhor pessoa. Às vezes posso ser meio ausente em quesito comentários, mas sempre dou um jeitinho de ler, e darei meu melhor para conseguir comenta. Continua! Já quero fogo e paixão entre esses dois!

  • mari_froes Postado em 06/11/2016 - 22:38:41

    Como faz pra favoritar duas vezes?? Amando... não deixa de postar !!

  • tinkerany Postado em 06/11/2016 - 19:40:13

    Amando a fic ! Continua! !!!!


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