Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

— Anne não quis me dizer nada. Vocês garotas são inúteis para
fofocar. — Ev suspirou. — Você não esconderia de mim, não é Lizzy?
— Não, Ev. Eu não me atreveria.
Ela me deu um olhar de lado.
— Por que eu não acredito em você?
Lizzy riu.
— Ok, eu vou arrastar a minha irmã longe do namorado dela por
alguns minutos. Mais tarde, senhoras.
— Mais tarde. — Eu disse, dando um olhar sutil por cima do
ombro para conferir a disposição do terreno. Christopher estava olhando
diretamente para mim, com os olhos perturbados. Com Dorian agora
ocupado conversando com Lizzy e Anne, ele não tinha nenhuma
distração. Eu, por outro lado, tinha Ev e Lauren observando cada
movimento meu.
— Ela é um caso perdido. — Lauren disse.
— Sim. — Ev concordou. — Mas eu suspeito que ele mesmo
esteja bastante apaixonado.
Ignorei as duas. Mais ou menos.
— Que tal, em vez de se preocuparem com dramas românticos
que posso ou não estar vivendo, nós não nos perguntamos o que está
acontecendo com a mãe puta? Qualquer notícia sobre ela?
Ev estremeceu.
— A última que Christian ouviu foi que ela tinha pegado o dinheiro
e corrido.
— Christopher age como se não o afetasse, mas afeta. — Eu disse,
voltando a olhar para o objeto de desejo do meu coração no reflexo da
janela.
Seu cabelo escuro estava penteado para trás e ele usava uma
camisa preta e um jeans azul e botas pretas brilhantes. As mangas de
sua camisa estavam enroladas, mostrando suas tatuagens. Eu ainda
não ouvi a história delas, o que elas significavam para ele. Era triste, o
caminho até lá provavelmente estaria sempre com coisas inacabadas
entre nós, comigo só sendo sua parceira de sexo casual.
— Dulce? — Ev se aproximou baixando a voz. — Você está bem?
— Sim. Claro. — Eu dei-lhe o meu melhor sorriso.
Ela não o devolveu.
Eu fechei o meu, já que não foi convincente.
— Há apenas muita coisa acontecendo agora.
— Você não está pensando em ir embora, não é?
Lauren tinha se afastado para estar com o namorado, o irmão de
Ev, Nate. Estávamos sozinhas. Ev, eu e todas as minhas preocupações
e dúvidas em pé no canto da festa, vendo a vida passar.
— Alguma merda aconteceu com a minha irmã e meu ex um
tempo atrás. Eles se encontravam pelas minhas costas e agora eles vão
se casar. — Eu disse descarregando tudo. Algo me disse que ela não só
me ajudaria, como eu precisava disso. Por mais que eu amasse Christopher,
às vezes uma garota só precisava de uma amiga para falar as coisas.
A boca de Ev formou um perfeito O.
— Merda.
— Sim, muito horrível. Eu acho que a minha confiança deu um
mergulho, sabe?
— Eu aposto. — Ela puxou sua elegante trança loira com olhos
pensativos. — Como você e sua irmã estão se dando agora?
— Ela diz que está arrependida. Ela quer que eu vá para casa
para o casamento e entre no lugar de uma dama de honra que desistiu.
— Hum. — Ev deixou escapar um suspiro. — Isso é
consideravelmente grande para pedir.
— Sim, é. — Eu ri, apesar da situação ser nitidamente sem
graça.
— Você vai?
— Eu ainda não decidi. Eu não quero deixar Christopher ou me
sujeitar a isso, mas casamentos são um grande negócio. Se eu fosse,
eu teria que viajar. E toda a família vai estar lá. Eu fiquei afastada no
último ano, então eles estão todos animadinhos para eu mostrar meu
rosto, pelo menos. Embora eu acho que na minha realidade eu nunca
seria uma dama de honra, está bem fora da porra da questão.
Ela não disse nada a princípio, apenas olhou para mim.
— Dulce, este casamento vai machucá-la? Ou apenas vai ser uma
coisa de merda para permanecer sentada e em silêncio, ter algumas
bebidas, sorrir para as pessoas certas, e depois dar o fora de lá no
minuto em que você puder?
— O último eu acho. — Eu suspirei. — Acho que vou me sentir
melhor no final, se eu for. Isso vai me dar um desfecho.
— Então vá. Christopher ficará bem por alguns dias.
É verdade, mas as chances de eu ficar com o ânimo todo para
baixo e desanimada longe dele eram boas. Não que isso importasse.
Eu e ele sentados nos beijando em uma árvore não era o que ele
queria. Não de forma permanente de qualquer modo.
Eu não era o que ele queria. Ele disse isso tantas vezes, de tantas
maneiras diferentes. Parecia que somente agora, porém, o meu coração
estava realmente absorvendo-o, deixando ir. Nosso tempo juntos tinha
chegado a um fim. Eu não conseguia deixar de amá-lo, e ele se recusou
a começar a me amar. Essa era a verdade dura e fria.
Eu precisava aproveitar o aqui e agora. Pegar o que eu poderia
conseguir, enquanto eu poderia tê-lo.
Eventualmente, as coisas ficariam problemáticas e eu iria
embora, assim como tinha planejado no começo.
— Obrigada, Ev.
Ela sorriu.
— Você é uma de nós, Dulce. Quando precisar.
— Hey. — A voz profunda familiar veio logo atrás de mim, me
fazendo pular.
Eu não tinha notado ele se levantar.