Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

Olhou diretamente para mim, não
mais se preocupando em cantar a música. Um murmúrio de decepção
atravessou a multidão.
— Dulce? — Sua voz era levada a todos os cantos e recantos pelo
sistema de som. — Que por/ra você está fazendo sentada no canto?
Meu coração batia forte. Simplesmente fiquei ali parecendo
nervosa. Honestamente, eu não tinha resposta.
Christopher entregou o microfone para um garçom que passava
enquanto a banda continuava tocando. Seus passos até minha mesa
foram medidos, sem pressa. Eu meio que queria dar um tiro nele por
isso. Não tinha jeito de ele não saber que eu estava tendo um verdadeiro
colapso enquanto ele desfilava lentamente. O homem tinha vestido um
dos seus ternos feitos sob medida para a ocasião. Suponho que eu
deveria ser grata por ele ter feito tal esforço. Infelizmente, devido ao
surto, fiquei um pouco ocupada logo em seguida.
— Hey. — Ele disse quando finalmente chegou perto. Eu levantei
a mão em saudação. — Você está linda.
— Obrigada. — Huh, eu conseguia falar, e daí? Alisei a saia do
vestido com a mão, mexi na bainha. Por que diabos eu estava
nervosa? Era ele quem deveria estar nervoso. Merda, o bastardo tinha
que estar morrendo de medo.
— Acho que você está se perguntando o que estou fazendo aqui.
Inspirei profundamente.
— Só um pouco, sim.
— Eu... — Seu olhar vagava sobre meu rosto, inquieto.
— O quê? Você o quê? — Exclamei, eventualmente perdendo toda
a paciência. Então eu me sentei em minhas mãos, porque isto era
estranho pra cacete. Meus dedos coçaram para meter as garras nele,
ferir ou agarrar, eu ainda estava indecisa. Mas seria ruim matá-lo em
público. Muitas testemunhas.
Ele agarrou a cadeira mais próxima e puxou-a, sentando-se.
Arrastei minha bunda para trás um centímetro ou dois, precisando
do máximo de espaço possível. Era realmente ele. As linhas, oh tão
familiares, de seu rosto e olhar cauteloso em seus olhos me fez doer. Eu
não conseguia parar de encará-lo, embriaguei-me na visão dele como
se estivesse vagando por anos.
— Pensei um pouco depois que você partiu. — Ele disse,
inclinando-se para frente com os cotovelos em cima dos joelhos —
Sobre essas coisas.
O detector de mentira soou alto e orgulhosamente dentro da
minha cabeça.
— Não, não pensou. Você foi a uma festa com Liv Anders, não
minta pra mim.
— Mas...
— Não.
— Nada aconteceu, Dulce. Eu juro. Por favor, deixe-me explicar.
— Ele esfregou o rosto muito ofendido com uma mão. — Eu não sabia
como lidar com o que você disse. Eu só... se você se sentia assim em
relação a mim, então as chances que eu fod/esse tudo e você fosse
embora para sempre eram muito altas.
— Você fod/eu e eu parti.
— Sim, você partiu.
Abri os olhos dolorosamente arregalados.
— Então, e daí?
— Daí que eu preciso que você volte. Reagi errado. Volte e vamos
dar um jeito.
— Como exatamente você acha que vamos dar um jeito, Christopher?
Sua testa franziu. A expressão em seu rosto perfeito era tão
sincera e tão angustiadamente perdida.
— Bem, não me importo que você se sinta assim. Está tudo
bem. Você volta comigo e trabalha para mim novamente, e podemos
continuar transando. Pode até ser exclusivo, se é isso que você quer,
certo?
— Não, não é. — Eu tentei sorrir, como se houvesse alguma
maneira de suavizar o golpe para qualquer um de nós. Minhas mãos
torciam e reviravam, deitadas no meu colo. — Você precisa ir embora,
Christopher.
— O quê?
Doía olhar pra ele. Doía amá-lo ainda mais.
— Você precisa ir embora. Eu não vou voltar. Isso não vai
acontecer.
— Dulce. — Ele agarrou meu pulso, segurando firme. — Você não
quer dizer isso, você me ama.
— Sim, eu realmente amo, sabe. — Minha garganta doía e meus
olhos ardiam.
— Então por que não vai voltar? — Ele exigiu, continuando
apertando meu pulso.
— Autoestima e autopreservação, essas duas coisas. E porque
você disposto a tolerar meu amor não é bom o suficiente. Nem mesmo
remotamente. Não vou ser sua companheira de foda que mora com
você, Christopher, exclusiva ou não. Sua oferta inteira é destruidora de
espírito.
Seus olhos escureceram.
— Pensei que isso a faria feliz.
— Bem, não faz.
— Estou tentando dar o que você quer aqui, Dulce.
— Não, está tentando me dar o que você quer. Não é como os
relacionamentos funcionam. Você não aprendeu nada. — Eu disse,
com meu queixo tenso ficando trêmulo de emoção. Droga irritante. —
Imaginar o que eu poderia querer nem sequer passou pela sua cabeça.
— Pelo amor de Deus, o que você quer então, hein? — Ele cuspiu.
— Quero que você me ame. — Eu empurrei seus dedos. Desta
vez ele me soltou.
Frustração encheu seu rosto.