Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

A língua de Christian jogou por trás de sua bochecha, seu sorriso
enorme.
— Certo. Ótimo.
Nas minhas costas, Christopher gemeu.
— Ela estava agindo como louca sobre algo. É uma longa
história.
— Eu estava fazendo o meu trabalho e cuidando de seu bemestar...
— Eu disse. — Você vai sair de cima de mim agora?
Em seguida, Christian percebeu o maço de cigarros a seus
pés. Merda. As rugas na sua testa eram muito numerosas para
contar. Com a ponta da bota, ele chutou-os para nós. Como um
relâmpago, Christopher pegou. Droga.
— Você começou a fumar novamente, Ucker? — A voz do irmão
expressou grande desgosto e decepção. Cada centímetro de Christopher
ficou tenso contra as minhas costas.
— Eles são meus. — Eu disse.
— Não, eles não são. — O peso colossal do meu chefe
desapareceu de cima de mim. Antes que eu pudesse me voltar para
uma posição ereta, ele me agarrou por baixo dos braços. Eu fui
levantada para ficar em pé como se eu não pesasse mais que um dente
de leão.
Christopher pigarreou.
— Outra coisa para você desaprovar sobre mim, certo Chris?
— Não é do jeito que é... — Seu irmão disse, o rosto sombrio. —
Eu tenho tentado falar com você durante toda a semana.
— Sim. Desculpe, estava ocupado.
— Certo.
Os dois irmãos meio que olhavam um para o outro. Essa reunião
não estava indo bem. Se Christopher prendesse os lábios mais firmemente
juntos, logo eles teriam desaparecido da existência. Mulheres em todos
os lugares iriam chorar sua perda. Ou pelo menos eu iria.
A dor e a tristeza nos olhos de Christian eram horríveis de se
ver. Certamente Christopher iria perdoá-lo. Ele era da família. Veja bem, eu
não era exatamente a garota propaganda para absolver irmãos. Mas
estes dois eram diferentes, eles se amavam.
— É bom que você veio. — Eu disse. — Como está Ev?
— Bem. Obrigado. — Christian assentiu.
— Estamos apenas no meio de algo aqui, Chris. — Dedos
apertavam esmagadoramente o maço de cigarros, e Christopher fazia a sua
habitual evasão para evitar todos. Ele olhava para o chão como se
tivesse comido o último mini chocolate na embalagem. Não que ele
comesse chocolate, mas você entendeu o que eu quero dizer.
— Eu converso com você mais tarde. — Ele disse com desdém,
nem mesmo olhando para o irmão.
Meu espírito mergulhou. — Christopher...
— Mais tarde, tudo bem, Chris? — Sua voz firme ecoou pela
sala. O silêncio que se seguiu foi horrível.
— Não faça isso. — Eu me aproximei dele, mantendo a voz
baixa. — Vocês dois deveriam conversar.
— Está tudo bem, Dulce. — Christian coçou a cabeça, me deu um
olhar levemente envergonhado. A água pingava de sua jaqueta,
formando poças aos seus pés. — Vamos conversar quando ele estiver
pronto.
Com a mandíbula apertada, Christopher olhou para mim, sem dizer
nada.
Sem outra palavra Christian virou-se e abriu a porta, voltando para
a tempestade. Christopher fechou a porta. Plástico enrugou quando ele
esmagou o maço de cigarros em nada mais do que em lixo mutilado.
— Vá atrás dele. Agora. — Eu corri até o armário do corredor e
abri a porta, agarrando a primeira jaqueta que eu encontrei.
Ele arremessou a confusão de papelão e tabaco na mesa ao
lado. Os cigarros tinham definitivamente encontrado seu fim.
— Fique quieta, Dulce.
— Não. Você só tem um irmão e ele é realmente um cara muito
legal... — Eu disse, as palavras caindo fora de mim em uma corrida. —
Ele estava errado em dizer o que ele disse e se aliado com sua mãe em
Idaho, e eu sei que te machucou. Mas, Christopher, ele sabe disso também
e ele se arrepende muito. Isso está comendo-o por dentro, dá para ver
isso em seus olhos.
— Nós não vamos falar sobre isso.
— Eu tenho uma irmã e nós odiamos as entranhas uma da
outra. É basicamente como dividir a minha família em dois. Confie em
mim, você não quer essa situação evoluindo para isso. — Eu agarrei o
braço dele. — Christopher?
Ele se afastou.
— Será que podemos não fazer isso?
— Todo mundo comete erros em algum momento. Você de todas
as pessoas sabe disso. Mas ele é seu irmão e ele te ama. Dê-lhe uma
chance para se desculpar.
— O que, então você está do lado dele agora, não é? — Ele olhou
para mim. — Chris sempre foi o menino bonito com o coração mole. As
garotas o amam. Mas você tem que saber que ele já tem dona, Dulce. Ele
não vai te dar o que você precisa.
— Oh, por favor! — Eu empurrei-o com força no peito com a
jaqueta, na verdade, fazendo-o balançar de volta um passo. Tão
malditamente frustrada que eu poderia tê-lo chutado. — Você é de
verdade? Eu não estou interessada em seu irmão. E eu estou do seu
lado. Sempre. — O homem não parecia convencido. — Estou apenas
preocupada com você e como acabou ferido na semana passada, se
preocupando com isso e sentindo falta dele. Christian estava errado, mas
ele sabe disso. Eu prometo. — Por um momento ele olhou para mim. —
Por favor, Christopher.
Ele desviou o olhar, seu pomo de Adão balançando. Então, com
um grunhido, ele torceu a maçaneta da porta, correndo em linha reta
para fora na chuva. O vento frio chicoteava meu cabelo e picou meu
rosto. Enrolei-me em sua jaqueta esquecida, escondida atrás da porta
parcialmente aberta.