Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

Christopher correu pelo gramado da frente e para o
4x4 preto, estacionado no meio-fio. A porta do carro se abriu e Christian
saiu. No início, eles mantiveram uma distância de corpo entre eles, os
braços de Christian cruzados e os de Christopher em seus quadris. Em seguida,
Christian estendeu a mão, apertando o ombro de seu irmão e dando-lhe
uma sacudida como se implorando a ele. Christopher pareceu desprenderse,
depois disso, eles se aproximaram. Em breve suas cabeças estavam
juntas, obviamente, tendo algum tipo de conversa, apesar da
tempestade. Bom. Isso foi bom. Eu acho que Christian concordava. Era
difícil de ver.
Um monte de folhas na cor de ouro e marrom passou por mim
entrando na casa.
Christopher se virou para voltar e seu irmão agarrou seu braço,
puxando-o para um breve abraço batendo nas costas.
Sim. Obrigada, querido Jesus.
Finalmente, Christopher correu de volta para a casa, encharcado até
os ossos.
— Cuidado para não escorregar com os pés molhados. — Eu
ofereci-lhe a jaqueta, mas ele balançou a cabeça e tirou a camisa. A
água corria de seu cabelo molhado, pelo rosto e pescoço. — Eu vou
pegar uma toalha.
— Não se incomode. Eu estou congelando. — Ele foi para o
banheiro e direto para o chuveiro, ligando a água quente.
— Está tudo bem com vocês agora? — Perguntei.
— Sim. — Ele empurrou para baixo suas calças, mostrando a
cueca boxer preta confortável com bastante volume na frente. Puta
merda, suas coxas, sua barriga tanquinho, era o máximo. Todas as
fantasias sexuais súbitas encheram a minha cabeça, fiquei surpresa
que não havia qualquer espaço para nada. Meu corpo entrou em
choque, a pulsação disparada. Eu poderia aquecê-lo. Com certeza, meu
rosto e outras partes pertinentes do corpo estavam em chamas. Meu
Deus, eu aposto que sua pele tinha um sabor divino.
Christopher levantou uma sobrancelha.
— Dulce?
Eu pisquei.
— O que, você está esperando para eu dizer que você estava certa
de novo?
— Oi?
— Considere feito. — Christopher ficou de pé, as mãos nos quadris,
olhando para mim. O olhar em seus olhos, eu não conseguia
decifrar. Mas os lábios entreabertos parecia que ele estava quase a
ponto de me perguntar algo. Em seguida, mudou de ideia. — Vamos lá,
o que você está fazendo aqui? A menos que você esteja se oferecendo
para esfregar minhas costas, você precisa sair.
Meus olhos se arregalaram, como seria prazeroso.
— O quê? Você está falando sério?
Gentilmente, ele me agarrou pelo braço e me atirou para fora do
banheiro.
— Saia, Dulce.
— Eu só estava tentando falar com você. — Eu, portanto, não
estava tentando falar com ele. Mas agora, é muito necessário
discutirmos suas necessidades para esfregar suas costas e eu, como
funcionária do mês, poderia fazer.
— Fale comigo mais tarde.
— Mas...
E ele bateu a porta na minha cara.
Bem feito.
Idiota.
A decepção era uma grande besta desagradável e estava sentada
bem no meu coração. Eu passei meus braços em minha volta, me
protegendo contra o frio. Parecia que em pé na porta, eu tinha ficado
um pouco úmida com a neblina e a chuva invadindo. Principalmente,
porém, era sobre ser expulsa do céu, conhecido também como o
banheiro do andar térreo. Como isso era uma forma de gratidão? Eu
bati na porta com o dedo.
— Você fez bem. — Ele gritou de dentro.
Eu deixei cair meu braço para o lado.
— Obrigada.
— Chris e eu estamos de bem de novo.
— Ótimo. — Eu gritei de volta.
— Sim, você me disse isso.
Eu sorri.
— Estou feliz. Você vai parar de fumar?
Murmurou xingamentos.
— Sim, está bem. E pare de andar perto da porta enquanto eu
tomo banho. Isso é assustador.
Revirei os olhos. Como se eu pudesse ver alguma coisa pelo
buraco da fechadura.
Vamos fingir que eu não tentei.
Duas e meia da manhã era uma espécie de cadela enquanto as
horas passavam. Isso caiu no meio, em nenhum lugar da terra. Muito
tarde para ter uma boa noite de sono, mas muito cedo para começar o
dia.
Rolei sobre minhas costas e olhei para o teto. Permaneci tão
inquieta e sem sono como nas últimas quatro horas. Sobre minha mesa
de cabeceira, meu copo de água estava vazio. Isso fazia sentido já que
minha bexiga estava completamente cheia. Tudo em mim estava
estranho e desconfortável. Aposto que Christopher pagou muito dinheiro por
esse colchão, provavelmente reis e rainhas dormiam no mesmo
estilo. E, no entanto, ainda não me fazia bem.
Com um gemido eu joguei as cobertas e arrastei a minha bunda
para o banheiro. Fiz o que tinha que fazer e lavei as minhas
mãos. Como eu já estava de pé e mal-humorada, eu poderia muito bem
ir em busca de um chocolate.
Não questione a lógica. Fazia sentido para minha mente privada
de sono e isso é tudo o que importava.
Eu me arrastei descendo as escadas. A luz trêmula veio de dentro
da sala, jogando sombras em toda a parede oposta. Eu tinha
abandonado Christopher para um documentário sobre Phil Spector horas e
horas atrás. Spector pode ter sido um gênio musical, mas considerando
onde ele acabou, era tudo um pouco macabro para o meu gosto. Eu
desejei uma boa noite para o astro do rock.
Tigres estavam rugindo silenciosamente e vagando pela savana
dourada na tela grande. Christopher jazia desmaiado no sofá, dormindo. As
linhas de seu belo rosto não eram tão determinadas e duras em
repouso. No entanto, elas pareciam mais suaves de alguma forma sem
a rabugice. Seus longos cílios escuros estavam contra seu rosto e seus
lábios estavam um pouco separados. Eles pareciam tão macios. Um
sentimento, uma sensação trabalhou o seu caminho acima do fundo
do meu ventre, espalhando através de mim até que ela vibrou em meus
dedos. Era tudo sobre ele. Era quente e frio, para sempre e nunca de
uma só vez. Foi físico, mas também foi mais, muito mais. Eu queria
conhecê-lo, até a última coisinha sobre ele. E eu queria que ele me
conhecesse. Eu queria ser uma parte real de sua vida, e não apenas
sua empregada. Ser a pessoa que ele confidenciasse mesmo seus
pensamentos mais sombrios, a pessoa que ele confiava.
Era uma loucura.
Já notou como o mundo parece diferente nas altas horas da
manhã, quando fica acordada por muito tempo? Surreal de alguma
forma e ainda mais clara, mais silenciosa para que você possa ouvir a
verdade sussurrando as coisas que você não poderia trazer para
enfrentar à luz. Meus sentimentos por Christopher não estavam
desaparecendo. Eu fui uma tola por imaginar que estariam, vivendo em
sua casa e respirando o mesmo ar que ele. Eles não iriam embora tão
cedo.
Se eles não fossem embora, então eu tinha que fazer algo.
Eu não poderia ter outro coração partido. Especialmente quando
eu poderia vê-lo chegar a um quilômetro de distância, como no caso de
Christopher Uckermann. Ele precisava de mim para ser sua ajudante e uma
amiga, não uma imbecil apaixonada derretendo com olhos sonhadores
para ele. Ele já tinha um monte de fãs apaixonadas.
Eu respirei fundo, deixando para lá. Se ao menos eu não sentisse
como se estivesse sendo lentamente cortada com a ideia de deixálo.
Excessivamente macabro e dramático, mas é verdade. Mas era como
a velha analogia de arrancar o Band-Aid. Melhor uma pequena dor
agora do que desgosto de se arruinar devagar.
Ainda assim, as próximas semanas seriam difíceis.
Depois, uma vez que eu tivesse arrumado o meu substituto,
talvez eu me sentasse em uma praia em algum lugar e sentisse pena
de mim mesma. Sair da chuva e ir para o sol por um tempo, pedir
bebidas espumantes com pequenos guarda-chuvas e frutas neles. Eu
poderia esperar o casamento da minha irmã e, em seguida, esgueirarme
em casa enquanto ela estava ausente em sua lua de mel. Sim, eu
tinha um plano.