Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

Três semanas mais tarde...
— Dulce!
Minha cabeça disparou, a caneca de café saltou das minhas
mãos. Líquido quente escaldou meus dedos, ardendo.
— Merda.
Christopher veio batendo abaixo da escada interna.
— Onde você está?
— Na cozinha. — Peguei um pano de prato, esfregando minha
pele rosada.
— Que porra é essa? — Ele rugiu, caminhando até a cozinha,
pingando de suor.
Eu suspirei como apenas o sofredor pode fazer e esfreguei as
manchas de café na minha camiseta verde.
— Que porra é essa, o que, Christopher?
Outro conjunto de passos pesados seguiu por trás do homem em
questão. Ben o baixista veio à tona. Imagine um lenhador sexy com
habilidades musicais e você praticamente o tem do lado direito. Ele
estava igualmente suado – apropriado, considerando que ambos
tinham acabado de sair para uma corrida.
— Hey, Ben. — Eu acenei com a mão e o grande cara me deu seu
cumprimento habitual com o queixo. Mas espere, isso era um sorriso
persistente em seus lábios? Ele se encostou na parede e cruzou os
braços, obviamente, fixando-se em alguma coisa.
O que quer que estava acontecendo aqui, eu já não estava
gostando.
Christopher jogou o telefone em cima do balcão da cozinha na minha
frente.
— Por que diabos eu tenho um tal de... — Ele pegou o celular
novamente para cima, olhando para a tela. — Tom Moorecomb
realmente ansioso para se encontrar comigo sobre o novo cargo de
assistente?
Meu estômago caiu.
— Oh. Isso.
— Sim. Isso.
— Eu estava esperando o momento certo para lhe dizer.
As sobrancelhas apertaram, Christopher apoiou as mãos no balcão.
— Vamos tentar agora.
— Bem, eu decidi deixar o seu belo emprego. — Eu disse,
segurando minha cabeça erguida e falando agradavelmente e claro,
num tom simpático e profissional. Só gostaria de ter praticado uma e
outra vez no chuveiro, na cama, no banheiro. Praticamente em
qualquer lugar e em toda parte para quando chegasse esse
momento. Não há mais desculpas. — Não que eu não tenha valorizado
o tempo que passamos juntos, mas eu sinto que estou pronta para
seguir em frente com novos desafios. Tom é quem eu sugiro que você
contrate como meu substituto. Ele tem formação em aconselhamento,
mas é...
— Você está se demitindo?
Nunca tinha sido tão difícil encontrar seus olhos.
— Sim, Christopher. Eu estou. Está na hora.
— Você organizou tudo isso pelas minhas costas. — Não era uma
pergunta, era uma declaração, e ele estava muito irritado com isso. Seu
olhar frio habitual caiu para bem abaixo de sub-zero. Foi pura sorte eu
não congelar no local. Em vez disso, eu balancei a cabeça, arrepios
saíram por toda a minha pele. — Quando?
— Quando eu organizei, ou quando eu saio?
Ele apontou com o queixo. Levei-o para dizer “sim” em ambos os
casos.
— Nas últimas duas semanas, e mais algumas semanas. — Eu
disse. — Pensei em passar alguns dias adaptando Tom antes de sair,
certificando-me que tudo estava bem. É claro que há outros
candidatos, é sua escolha contratá-lo ou não.
— Muito atencioso de sua parte.
— Mas você terá que encontrar alguém para me substituir.
— Quando você ia me contar, Dulce?
— Em breve. — Ele levantou uma sobrancelha. — Este fim de
semana... Em algum momento, eu daria o aviso prévio. Quero dizer,
definitivamente bem antes de Tom chegar para sua entrevista com você
na segunda-feira. Você provavelmente iria querer uma chance de se
preparar, então... — Eu lhe dei o meu sorriso mais encantador. Não
importa o que, nunca realmente admita a verdade. — Segunda de
manhã o mais tardar. — Cor impregnou no rosto de Christopher. Limpei a
garganta. — Voltando à experiência anterior de Tom, que eu acho que
é importante notar que, ao contrário de mim, ele realmente tem
algumas em um campo relevante...
— Não.
Eu pisquei.
— O quê?
— Não. Você não vai desistir.
— Ah, sim. Eu vou. — Ele balançou a cabeça apenas uma vez,
mas foi uma agitação feroz, brutal mesmo. Estou surpresa que ele não
deu a si mesmo uma chicotada. E, embora eu soubesse que ele
provavelmente não iria abraçar a minha decisão, eu não esperava este
nível de obstinação. — Eu sou uma secretária, Christopher. Não uma
conselheiro de vício. O fato é que eu nunca deveria ter aceitado esse
trabalho em primeiro lugar. Eu não sou qualificada, nem sou
particularmente boa no que faço.
— Eu acho que estou em melhor posição para tomar essa
decisão. Inferno, Dulce. Isso é ridículo, o que é que você quer que eu
diga?
Dei de ombros, surpresa com sua resposta.
— Adeus, eu acho. E se você não se importar, uma carta de
recomendação seria bom.