Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

O bastardo caiu na gargalhada.
Grandes gargalhadas encheram a sala, o som me circulando,
batendo na minha cabeça. Eu não poderia ficar longe dela. Havia facas
em um rack na parede da cozinha, muitas facas brilhantes, luminosas,
todas em uma fileira. Seria tão fácil simplesmente jogar o estranho
objeto brilhante nele só para ver no que eu poderia acertar. Eu não
poderia estar em qualquer perigo físico com ele, mas ele estava em
perigo comigo e isso era uma possibilidade distinta. Imaginei-o
ensanguentado e espancado, sangrando no chão. Isso me impediu da
violência imediata, apesar dos meus punhos cerrados.
— Você vê agora a sabedoria do porque eu não querer te dizer.
— Eu disse, principalmente para o meu próprio benefício. De jeito
nenhum eu iria ficar ouvindo o seu cacarejar insano. O homem ficou
curvado, realmente limpando as lágrimas de seus olhos. Eu orei
fervorosamente a Deus para que ele caísse morto, mas não aconteceu
nada, Christopher não parava de rir. — E o sentimento mais forte que eu
tenho por você agora é ódio. — Eu disse. — Só no caso de você estar se
perguntando.
Aos poucos (cerca de um século mais tarde) o riso diminuiu e,
eventualmente cessou. Não foi uma batalha fácil para ele. Ele olhava
para mim, para o chão, para a janela, o esforço revestia seu rosto. Tudo
que eu podia fazer era esperar.
E fazer comentários sarcásticos.
— Ok, isso é ótimo. — Eu disse. — Ainda bem que você pode tirar
isso do seu sistema.
— Desculpe. — Ele esfregou a mão na sua boca. Isso não
escondeu o sorriso de forma alguma. — Cristo, eu só achei que todas
as vezes que você estava olhando para mim engraçado, você ou tinha
algum tipo de Déficit de Atenção ou precisava ficar com alguém ou
alguma coisa. Eu não fazia ideia...
— Excelente. — Bati palma, colando um sorriso. — Então, de
volta para a nossa discussão. É evidente que isso cruza uma linha
profissional. Por isso, eu vou embora.
— Não, você não vai. Não seja idiota, Dulce.
— Você é feliz aí, Christopher, vivendo em sua negação? O clima é
agradável nesta época do ano? — Eu olhei para ele. — Você sabe que
eu tive meu coração partido por estúpidos variados no passado e eu
jurei nunca mais. Então, eu não vou fazer a coisa do amor não
correspondido com você. Isso não soa como a minha ideia de diversão,
me desculpe.
Meu sorriso pode ter sido um toque frágil, mas o dele era
brilhante. Aquele sorriso poderia mover montanhas. Também poderia
quebrar corações. Eu podia sentir o órgão desaparecendo dentro do
meu peito. A rejeição ardia, não que eu quisesse que abrisse os para
mim, eu não estava mais impressionada com os meus sentimentos
equivocados do que ele. Mas ele tinha que se dissolver em histeria?
Desejar se apaixonar por alguém que você nem sequer
particularmente gosta na maldita metade do tempo. Quem fazia algo
tão estúpido?
Quero dizer independente de mim, obviamente.
— O que vai acontecer é isso... — Ele disse, a voz absoluta e um
pouco aborrecida, mesmo. — Você vai superar essa paixão idiota que
você tem por mim e eu vou fazer o imenso favor de esquecer que isso
aconteceu, ok?
— Você é um idiota. — Deus, ele era. Ele realmente era. Eu lhe
dei um olhar que espero que transmitisse essa verdade dez vezes. —
Você não acha que se eu pudesse apenas desligar, eu já não teria feito
isso por agora? Você acha que eu quero sentir isso por você?
— Não é sobre mim, Dulce. É a coisa toda sobre a fama. Quando
você perceber isso, você vai poder apenas passar por isso e seguir em
frente.
— Esse é o problema. Isso é sobre você. E é por isso que eu não
posso seguir em frente. — Eu disse, apontando na direção geral dos
meus seios, que estavam, aliás, arfando por causa da minha agitação.
O olhar de Christopher caiu sobre meu peito e depois precipitadamente
voltou para o meu rosto. Seus lábios com raiva, como se eu o tivesse
levado a me verificar. Como se eu pudesse... — Acontece que eu gosto
desse trabalho. — Eu disse. — Me pagava bem, mesmo antes de você
começar a jogar mais dinheiro em cima de mim. Consigo viver no seu
palácio de graça e na maior parte, o trabalho é fácil. É tudo de bom. Mas
a coisa é, às vezes, quando você não está sendo um idiota, eu gosto de
você tanto que dói. Gosto da maneira como o seu eu verdadeiro sai
quando você acha que ninguém está olhando.
— Dulce...
— Mas são as pequenas coisas, na verdade. Como o jeito que
você finge não se lembrar de quem é a vez de escolher o que assistir na
TV para que eu tenha mais vezes do que você. E a maneira que você se
senta comigo às vezes quando eu não consigo dormir.
Ele agarrou a parte de trás do seu pescoço.
— Deus, Dulce. Vamos lá, isso é loucura. Isso aí não é nada.
— Você está errado. É algo. Eu sei que você não aceita bem um
elogio, mas você não é tão horrível como quer parecer ser.
— Sim, você está certa. Eu sou um amor incompreendido. Merda.
— Eu não estou dizendo que você é perfeito. Nós dois sabemos
que você tem um longo caminho para percorrer, e sim, eu também. Só
estou dizendo... — Eu procurava as palavras e frustrantemente veio
um vazio. Inferno, que conversa. — Gah! Mais uma vez.
— Então, o quê? Você está preocupada que seus... — Ele fez
aspas com os dedos. — Sentimentos por mim vão interferir com você
fazendo o seu trabalho?
— E se por algum motivo você pirar de novo e eu não conseguir
ser boca dura e dizer não para você, porque eu estou muito ocupada
me sentindo mal por você? E se eu ceder? É um risco muito grande.
— Isso não vai acontecer. — Ele andou em volta do balcão e
passou por mim, pegando um copo do armário e encheu com água. Sem
pausa, ele bebeu todo o copo cheio, seu pomo de Adão fazendo horas
extras. O cheiro do seu suor encheu o ar. Se eu não precisasse falar,
eu estaria tentada a segurar minha respiração. Eu não precisava do
cheiro dele me intoxicando, as coisas já estavam bastante difíceis.
— Poderia. — Eu disse. — Você não está levando isso a
sério. Além disso, você deveria tomar banho.
— Este é o meu ponto.
— O quê?
— Você não deve fazer quaisquer escolhas precipitadas até você
descobrir o que você quer. Nos últimos cinco minutos você já admitiu
ter sentimentos por mim, então disse que me odiava. Você me disse
que eu sou um idiota e agora você diz que estou fedendo.
— É claro que você fede. Você está pingando suor.
O olhar divertido nunca me deixando, ele encostou-se ao balcão.
— Sim, e se você estivesse tão oprimida por esses supostos
sentimentos por mim, você não se importaria. Você ainda iria me
querer em cima de você. Na verdade, a maioria das mulheres iria me
querer mais.
Minha mente basicamente explodiu, tentando abranger o que têlo
em cima de mim poderia acarretar. Não, não, não, maus
pensamentos, pensamentos carnais errados, horríveis.
— É mesmo?
— Sim. Mulheres que estão afim de mim, não se importam com
um pouco de suor. O que você acha que acontece depois que já estamos
na cama por horas? Suor, é o que acontece. E aquelas outras mulheres,
elas não fazem todos esses comentários sarcásticos como você. Elas,
com a maldita certeza, não me insultam a cada dois minutos. — Ele
me deu um lento olhar por cima. Não fiquei sensibilizada. — Quer dizer,
eu pensei que todos os olhares estranhos eram sobre o que aconteceu
em Idaho. Sempre pensei que você gostava de mulheres... Pensei que
era uma pena, francamente, então aí vai você.
Quantos anos eu iria pegar por estrangulá-lo? Essa era a
pergunta.
— Espere. Você está realmente sugerindo que qualquer mulher
que não beija sua bunda deve, portanto, ser lésbica? — Ele deu de
ombros. — E você se pergunta por que eu tenho que insultá-lo.
— Você está fazendo o que precisa ser feito, não é um problema,
Dulce. Você não vai ter qualquer problema me dizendo não. — Alheio à
minha incredulidade, o homem estalou o pescoço, dando-me outro
olhar entediado. — Seja qual for o negócio aqui, vamos resolver o
problema. Eu entendo que você está envergonhada, mas você vai ter
que superar isso. Ok? — Eu não fiz promessas. Mas, novamente, eu
não podia fazer muita coisa naquele momento. Se eu abrisse minha
boca para falar, eu duvidava que eu seria capaz de formar palavras. —
Ok. Nós terminamos aqui. — Christopher disse, passeando pela sala como
se ele não tivesse nenhuma preocupação no mundo.