Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

— Anne está falando com você, Dulce. — Ele disse.
Merda. Eu estava olhando para ele de novo. Culpa dele. Se ele se
sentasse ao lado, em vez de em frente para mim, isso nunca teria
acontecido. Eu tentei chutá-lo de volta, mas meu pé balançou sem
rumo, entrando em contato com nada além do ar. Foda-se ele e suas
longas pernas.
— Christopher, você acabou de chutá-la? — Ev perguntou, com a boca
franzida.
— Não. — Ele mentiu.
Ev virou os olhos curiosos para mim como se eu pudesse contar
a verdade.
— Isso seria uma coisa mesquinha e juvenil para ele fazer. Mas
não, eu simplesmente sentei um pouco rápido demais. — Eu disse. —
Acho que me animei demais.
— Ela faz isso, às vezes. — Christopher confirmou. — Uma garota
muito animada, é a nossa Dulce.
Mostrei-lhe o meu mais bonito sorriso forçado.
Na outra extremidade da mesa, a mãe de Anne, a convidada de
honra, franziu a testa. A boa impressão foi embora. E todo mundo
estava tentando não praguejar, e muito menos agir como doido. Bem,
todo mundo além do cachorrinho Killer que há muito havia sido banido
para sua caixa e estava há algum tempo em silêncio. Ben estava
igualmente em desgraça por ter incitado ele em primeiro lugar. Ele, no
entanto, teve que ficar na mesa. O cão deveria queixar-se sobra a dupla
hipocrisia. Com toda a honestidade, isso era extremamente injusto.
Christopher limpou a garganta, em voz alta, chamando toda a atenção
da mesa.
— Não acho que eu disse para vocês. Dulce está falando em ir
embora.
Boom! Eu fiquei emboscada.
O quês, porquês, e sons gerais de desagrado encheram a
sala. Muito mais do que eu já tinha antecipado. Do outro lado da mesa,
Christopher me deu um sorriso, seguido de um olhar de “bem, que porra
você esperava”. Argumentei com o meu olhar de “você é um idiota e isto
foi desnecessário e vá a merda com esse olhar”. Parecia que podíamos
nos comunicar totalmente sem palavras.
Incrível.
— Nãooo. — Dorian disse da cabeceira da mesa. — Vamos lá, Dulce.
Por que você se demitiria? Você é a única que se encaixa com a gente e
não irrita a merda que vive fora de Ucker. Você não tem ideia de quão
rara isso te faz.
Um mar de rostos tristes me cercou. Bem, além da mãe de Anne,
todos apenas brincavam com a comida. Mesmo a irmã de Anne Lizzy,
parecia para baixo com a notícia e tínhamos nos encontrado duas
vezes, talvez? Este nível de apego foi tão surpreendente quanto
emocionante.
Lágrimas ardiam meus olhos quando a solidão otária me deu um
soco. Eu nem tinha percebido que eu tinha estado sozinha, mas a
forma como essas pessoas se importavam me pegou de surpresa. Eles
realmente me queriam por perto.
— Que porra você fez? — Christian reclamou para o irmão.
O sorriso caiu do rosto de Christopher.
— Nada. — Eu disse, meu modo defensivo instantaneamente
totalmente engajado em seu nome. — Christopher não fez nada. Eu apenas
pensei que talvez seja hora de seguir em frente. Eu não decidi
totalmente ainda.
Alerta de intensa competição de olhares entre os
irmãos. Aparentemente, Christopher ganhou porque Christian virou-se
primeiro, a testa fortemente franzida. Sobrancelhas emotivas
obviamente era uma marca na família Uckermanns.
— O que é que você faz, Dulce? — A mãe de Anne perguntou. Jan,
era o nome dela. Ela parecia ter uns cinquenta, com o cabelo loiro
morango desbotado.
— Ela é minha companheira de sobriedade e assistente. — Ucker
disse sem hesitação. — Ela me impede de beber. Me mantém limpo.
As pessoas se acalmaram, olhando para outro lugar. A boca de
Jan estava boquiaberta como um peixinho dourado, mas nada foi
dito. Dadas as poucas coisas que eu tinha ouvido de Anne sobre sua
mãe, Jan deve ser a última pessoa a julgar alguém. Ela não tinha
exatamente ganhado o título de mãe do ano, muito menos nos últimos
vinte anos.
Normalmente, nós não discutimos os problemas de Christopher em
companhia de outras pessoas, muito menos sobre esse assunto. O
mundo inteiro sabia cada detalhe sórdido, então não havia necessidade
de verdade. Quando ele tinha ido para a reabilitação, a notícia de sua
queda tinha saído em todos os lugares, mas, aparentemente, de alguma
forma, Jan tinha perdido.