Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

— Porque, a última vez que tive uma overdose, Chris deixou
claro. Continuo limpo ou eu estou fora. Fora da banda, fora de sua
vida. Ele estava cheio, todos estavam. — Ele esticou os braços ao longo
do encosto do sofá, com os dedos amassando no couro. Pode parecer a
pose de um homem relaxado, mas a realidade era a mundos de
distância.
Eu tinha percebido isso do que havia acontecido em Coeur
d'Alene, mas ainda assim, era difícil ouvir. Esses caras eram todos o
mundo dele, eram tudo para ele. Eu não conseguia imaginar como ele
deve ter se sentido. Não importa o que ele tinha feito, e eu sei que ele
tinha feito muito, eu aceitava isso. Isso não mudava os fatos. Sua mãe
o tinha ferido e o abandonado, seu pai tinha falhado, seu irmão e
melhores amigos ameaçaram expulsá-lo da banda. E agora eu estava
falando sobre ir embora. Seja qual fosse a nossa relação, há vários
meses eu tinha sido um componente essencial em sua vida, do qual ele
aparentemente gostava, na sua própria maneira.
A minha vontade de ir embora exigia receber uma reação.
— Então, eu fiquei limpo. — Ele disse. — Cortei os laços com
todos em LA, qualquer um que tivesse alguma coisa a ver com antes. Eu
vim até aqui e comecei tudo de novo. Todos eles me deram apoio de
verdade, meu irmão, a banda. E eu entendo por que eles estariam
dispostos a virar as costas para mim, eu faria o mesmo. Não posso dizer
que não fico ressentido de vez em quando, mas fui eu quem os forçou
a isso.
— Christopher...
— Apenas ouça. — Seus olhos frios e duros nunca saíram do
meu rosto. — Se você ir embora, eu não vou cair e começar a usar
novamente. Saiba disso. Eu não estou tentando fazer chantagem com
você aqui, eu estou apenas tornando algo claro. Os rapazes
provavelmente estavam certos na noite passada sobre você ser minha
única amiga além deles. Nós nem sempre nos damos bem, mas ainda
assim, sinto você como uma amiga. — Ambas as mãos passaram para
a parte de trás do sofá para que prendesse seu cabelo para trás. Ele
deu um puxão nos fios escuros. — Você é uma amiga que eu pago para
ficar por perto, o que é incrivelmente patético e confuso, mas é isso.
— Eu ainda posso ser sua amiga. Ainda gostaria de ser sua
amiga.
Outro puxão.
— Não será a mesma coisa.
Minha boca se abriu, mas eu não sabia o que dizer. Ele estava
certo, não seria o mesmo. Não iria mais vê-lo e falar com ele todos os
dias, relaxar com ele quase todas as noites. Esta parte da minha vida,
o tempo gasto com ele, se tornaria uma lembrança. A tristeza dentro
de mim era enorme, avassaladora. Eu não poderia contê-la. Muito mais
disto e eu explodiria, decorando sua intocada e minimalista sala de
estar em uma confusa Dulce emocional.
Cara, ele ficaria chateado.
Minha língua idiota ficou imóvel por um longo tempo.
— Eu não sei o que dizer.
— Eu pedi a sua opinião? — Ele retrucou. — Não.
— Hey. — Eu rosnei em advertência. — Cuidado.
Ele virou o rosto, o queixo deslocando inquieto.
Coisas aconteciam na TV, e nada disso importava.
— Dulce, o que eu estou tentando dizer é, a lista é importante. E
isso não vai funcionar se você não estiver comprometida em fazer
funcionar. Portanto, não me fale de nós ainda sermos amigos, se você
apenas irá embora, ok? Só... Se comprometa.
Eu respirei fundo, estudando suas feições ferozes. Tudo na vida
era tão malditamente complicado, tão confuso quando vinha do
coração. Eu não sei quando isso aconteceu exatamente, provavelmente
em algum momento durante os primeiros anos da adolescência,
quando os meninos ultrapassaram o meu interesse em pôneis e glitters.
Ressentia muito isso em alguns dias.
— Tudo bem, eu estou comprometida. — Eu disse, a única
resposta que eu poderia dar.
— Tudo bem. — Ele relaxou de volta, cruzando os braços sobre
o peito, aparentemente satisfeito. Mas eu já sabia, a lista não estava
funcionando.