Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

— Não, eu... Merda. — Eu caí contra a parede me sentindo dez
tipos de estúpida e hormonalmente descontrolada. — Está tudo bem.
— Não, não está. Não minta para mim. O que está acontecendo?
— Ele perguntou, parando um passo abaixo de mim. O que nos deixou
quase da mesma altura.
Porra, ele era bonito, por dentro e por fora, e ele nunca seria
meu. Essa informação sentou certa e segura dentro de mim, me
transformando em pedra, porque era absolutamente inegável. Mas eu
ainda era esperada para ficar aqui, estar com ele, e apoiá-lo, o trabalho
que eu tanto queria e não queria com todo o meu coração.
— Eu estou sendo descontroladamente pouco profissional de
novo. — Eu disse.
Ele apertou os olhos.
— Só isso?
Era uma pergunta hipotética, mas ainda assim, pensei sobre
isso. Dentro de mim, as emoções estavam correndo alvoroçadas. Minha
falta de profissionalismo definitivamente não era tudo.
— Preciso de um abraço. — Eu disse.
— O quê?
— Eu preciso de um abraço. — Eu balancei a cabeça, aquecendo
com a ideia. — Sim, isso é o que eu preciso. Quero dizer, nem me faça
começar sobre aquela farsa de um encontro com Ben. Mas, você sabe,
na noite passada com Reece foi muito ruim. — Sua boca se abriu, mas
eu continuei. — Você é meu melhor amigo, agora, Christopher. Com essa
posição vêm certas responsabilidades.
Com os olhos bem abertos, ele deu ao teto um longo olhar
interrogativo aflito.
— Pelo amor de Deus. Não é o suficiente para você que eu garanta
que sua torta de creme de chocolate favorita esteja na geladeira nesse
período do mês? Eu realmente tenho que aturar isso também?
— Sim. Aparentemente você tem. — Isso provavelmente deveria
ter me surpreendido, mas não aconteceu. Nós tínhamos vivido juntos
por alguns meses agora e para alguém que eu outrora considerei
egocêntrico, Christopher percebia as coisas mais estranhas. Minha
menstruação ter chegado no meio da manhã, certamente, explicava a
minha merda de humor nas últimas 24 horas. — Ainda que eu aprecie
a torta.
— Ótimo. Eu não abraço. — Ele disse.
— Todo mundo abraça.
— Não eu, tocar não é a minha praia. — Ele cruzou e descruzou
os braços. — A menos que foder esteja envolvido e nós não vamos fazer
isso.
Ele estava tentando me escandalizar. Eu sabia disso sobre
ele. Eu me pergunto o quanto ele ficaria escandalizado se eu
oferecesse. Em vez disso, eu disse:
— Você me tocou nada menos que dezoito vezes no mês
passado. Você é mais tocador do que imagina.
Seus olhos se arregalaram, então se estreitaram.
— Você só tirou esse número fora de sua bunda, não é?
— Você conta bebidas, eu conto toques.
— Hmm. Eu não vou fazer isso.
— O que você é, um homem ou um rato? — Eu perguntei com
minha voz desafiadora.
— Seu chefe.
Boa resposta. Ainda assim, em Coeur d'Alene, quando ele queria
conforto, ele tinha me abraçado. Não tinha havido nenhum debate,
nenhuma negociação. Ele com certeza nunca perguntou o que eu
queria, ele tinha apenas tomado o que precisava. E o que eu precisava
agora era ele, até a última pequena molécula dentro de mim sabia.
Foda-se. Lancei-me para ele.
Christopher me pegou com um “oomph”, com as mãos lutando com
minha cintura. Meus braços apertados em volta do pescoço dele. Eu
poderia ter acidentalmente quebrado meu nariz na clavícula dele, mas
não importa. Ele agora era obrigado a me consolar, fisicamente. A dor
na ponta do meu nariz podia ser ignorada. O homem ficou petrificado,
eu quase podia sentir seu medo. Mas isso, de estar tão perto dele, era
o nirvana.
Felicidade pura, não adulterada.
Sua respiração engatou, mas, em seguida, seu peito se moveu
rápido contra mim, costelas subindo e descendo. Eu esperei por ele
livrar-se de mim, ou, mais provavelmente, me erguer com um pé de
cabra. Aos poucos, os músculos duros de pedra aliviaram contra
mim. A mão hesitante me deu um “tapinha” nas costas, fora do
ritmo. Aparentemente, anos de musicalidade e seu talento natural
inato tinham sidos perdidos devido ao meu abraço. Ah, o poder, eu
nunca ia deixá-lo.
Os sons combinados da nossa respiração ecoaram na escadaria.
— Dulce?
— Shh, estou me concentrando. — Eu me agarrei mais apertado,
apenas no caso dele agora decidir tentar escapar.