Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

— Diga uma palavra sobre o que estou vestindo e vou chutar
você. — Eu disse ao homem que estava sentado no degrau inferior e eu
quis dizer cada palavra.
— Eu não ousaria. Quando ele vai chegar? — Christopher olhou para
cima, verificando meus jeans e blusa preta apertada. Deus sabe que eu
tinha atrativos, e poderia muito bem usá-los. Apesar dos meus seios
fartos, sua cuidada expressão vazia nunca se alterou. Ele estava na
academia, malhando desde que todos saíram há menos de uma hora,
suor umedecia o seu cabelo e as costas de sua camiseta cinza.
— Ele não vem. — Eu disse. — Vou me encontrar com ele na
cidade.
— Você não confia em mim para não dizer merda.
— Não, não confio.
— Por que não posso levá-la?
— Porque eu não confio em você para não lhe dar merda, nós
sabemos disso. Além disso, eu posso dirigir. — Eu disse. — Nós
mulheres somos livres nos dias de hoje. Por que, o lado oposto não
queria nem que votássemos!
Ele ergueu as sobrancelhas e me deu um olhar severo.
— Certo. Você não pode levar o seu carro pedaço de merda, ele
não tem sido usado nos últimos meses. Eu nos levo em todos os
lugares.
— Meu carro pedaço de merda vai ficar bem. Obrigada.
Ele soltou um suspiro longo de sofrimento, admitindo a derrota.
— Pegue a Mercedes. Pelo menos assim eu saberei que você vai
chegar bem.
— Você é um doce por se preocupar comigo. — Um grunhido. —
Posso levar o Cuda8?
— Nem fodendo.
Eu sorri.
— Você feriu minha alma, Christopher Uckermann.
Ele apenas me observava, mexendo com o meu cabelo no espelho
da entrada.
— O que você vai fazer hoje? — Perguntei.
Seus ombros e braços flexionaram, esticando o algodão fino de
sua camiseta.
— Ainda não decidi.
Algo em sua voz me fez parar, uma pitada de solidão ou uma
certa tristeza que não tinha ouvido antes. O homem parecia quase
beirando o desânimo. Irritadiço e mal-humorado era normal, não se
tratava disso.
— Nenhum dos caras vai voltar? — Perguntei. — Você não quis
sair com eles?
— Eles estavam aqui trabalhando o dia todo. Estaremos juntos
todos os dias em turnê. Não é preciso começar agora.
Eu não gostei disso, mas fazia sentido.
— Nenhum jogo? Eu não vou estar aqui para me queixar da
monotonia insuportável, pelo menos uma vez.
— Não estou com humor para assistir TV.
— O que você vai fazer, então?
Ele gemeu.
— Eu sou um homem crescido, Dulce. Posso me entreter.
— Eu sei que você pode. — Abracei meu casaco e minha bolsa
na frente de mim. — Mas confio em você para dizer se você precisar de
mim por perto essa noite.
— Eu não preciso de você por perto.
Hesitei enquanto seus olhos frios me observavam.
— As chaves estão no carro. — Ele disse.
A situação me levou a pensar sobre o que aconteceria com Christopher
se eu fosse embora. Não importa quanto gelo recobria o seu olhar, ele
não estava congelado por dentro, ele só gostava de fingir. Mas eu tinha
visto a sua dor e sua insegurança. Talvez o que Ev disse anteriormente
ficou na minha cabeça. Concessões tinham que ser feitas para mantêlo
no caminho. Eu precisava pensar no futuro, fazer os seus melhores
interesses. O amor vinha em todos os tipos de formas e tamanhos, mas
se não for baseado em fazer o que era certo para a pessoa que amasse,
então o que valia a pena, realmente?
Nada.
E isso é o que meus sentimentos por ele era, amor. Não importa
o quão assustador fosse, havia uma certa calma para enfrentar a
verdade. Pode ou não ter sido predestinado, mas estava rapidamente
se tornando realidade.
— Eu acho que você deveria namorar também. — Eu disse as
palavras pequenas e apertadas. É uma maravilha que pudesse
encontrá-las.
— O quê?
— Eu acho que você precisa começar a namorar de novo para o
nosso bem. Basta pensar nisso.
Ele fungou.
— Eu estou bem como estou. É uma ideia idiota.
— Escondendo-se aqui, escondendo-se do mundo? Isso não é
uma solução a longo prazo.
— Não, você está certa, Dulce. — Ele bateu as mãos, esfregandoas
rapidamente. — Já sei, vamos para o meu bar favorito e curtir por
um tempo. Nós vamos beber umas para relembrar os velhos tempos e
então eu posso pegar uma garota ou duas, trazê-las aqui para
brincar. Parece divertido, não é? Eu acho que todos nós nos
divertiríamos. — Eu não tinha nada para sugerir em troca. — O que,
você não gosta dessa ideia?
Mudança de planos. O que eu mais queria para o Natal era
limpar o sorriso idiota do seu rosto. Ninguém mais me deixava tão
louca.
— Se você terminou de ser um idiota, eu vou explicar o que eu
quis dizer. — Eu disse.
— Oh, por favor.
— Eu acho que você precisa de mais. — Minha voz era
enfática. — Você precisa de amigos fora eu e a banda.
— Então eu preciso namorar para fazer você se sentir melhor?
— Não, Christopher. — Eu apertei meu casaco contra meu peito como
um escudo. — Você namoraria porque você está pronto. Porque você é
um homem maravilhoso que tem muito a oferecer a uma mulher
quando você não está sendo um canalha completo e absoluto como
agora.
Ele me deu uma lenta salva de palmas.
— Isso foi lindo, Dulce. Como poesia. Eu acho que quase chorei.
— O que mesmo é isso quando você fica assim? Você está com
medo? É a sua vez de estar com TPM, o que é isso exatamente? Você
precisa de um abraço? — Atravessei o chão entre nós. — Porque eu
estou tentando entender o que motiva essa merda em você. Mas no
final do dia, você é um homem crescido no controle de si mesmo e você
está escolhendo agir como um idiota absoluto e está afastando as
pessoas que se importam com você no processo. Explique isso para
mim.
— É um dom.
— Tente novamente. — Eu me elevei sobre sua forma sentada
em meus calcanhares, furiosa. O homem tinha muita sorte de não
haver armas à mão. Então, lentamente, ele se levantou, com o
comprimento sólido dele quase me obrigando a dar um passo atrás. Só
que me recusei. — E então?
A borda de sua boca se curvou para cima.
— Você nunca desiste, não é?
— Por que diabos eu iria?
Quase parecia haver uma pitada de cinza em seus olhos. Como
se ele tivesse visto demais. Sua voz se suavizou.
— Tão destemida.
— Não, eu apenas me recuso a ter medo de você. — Eu disse. —
Eu acho que muitas pessoas ao longo dos anos têm adquirido o hábito
de correrem para fazer os seus comandos por medo de ser alvo de seus
comentários sarcásticos, ou o mero indício da famosa raiva Uckermann. É
besteira. Eu não vou ser assim com você. Você não é uma criança
cansada tendo um chilique, você é um adulto. Você pode controlar a si
mesmo se você escolher. E é hora de você escolher.
Ele apenas olhou para mim, com o rosto inexpressivo.
— E então?
Ele ergueu a mão e sempre tão cuidadosamente, levantou uma
mecha do meu cabelo, colocando-a atrás da minha orelha. Em seguida,
ele se inclinou perto o suficiente para seus lábios escovarem minha
orelha, com seu hálito quente.
— Você está certa, eu fui um idiota com você agora.
— Eu sei. — eu sussurrei de volta.
O sorriso estava em seus olhos mesmo faltando em sua boca. Ele
estudou o meu rosto, tomando seu tempo.
— Você nunca tem que ter medo de mim. Eu nunca vou te
machucar.
— Eu sei disso também. — Não, de propósito ele não faria. Nunca
de propósito.
— Vá em frente. Vá para o seu encontro, Dulce.
Meu queixo levantou-se.
— Pense no que eu disse.
Ele exalou então me deu um aceno relutante.
— De acordo.