Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

— Essa é a décima primeira vez que você verifica o seu telefone
na última meia hora. Algo errado?
— Deus, eu sinto muito. — Eu disse, deslizando a coisa estúpida
de volta na minha bolsa. — Você estava me explicando exatamente o
que faz um técnico de som e eu não prestei atenção em você, o que foi
terrivelmente rude.
Meu encontro me deu seu sorriso torto. Porra, ele era bonito. O
problema em passar um tempo com os divinos garotos da Stage Dive
era perder o contato com a normalidade. Eles eram os sonhos
pornográficos ideais. Bem aqui ao meu lado, no entanto, Dean
Jennings era tudo isso e mais um pouco. Cabelo castanho caindo sobre
os ombros e um piercing de prata nos lábios, olhos verdes me olhavam
com fraco humor.
— Eu tenho trabalhado com Christopher durante os últimos seis anos.
— Ele disse. — Eu sei que ele pode ser um tanto rude, então se você
precisa voltar e falar com ele, podemos fazer isso outra noite.
— Isso é muito legal da sua parte, mas ele está bem. Ele me
queria fora da casa, então ele provavelmente precisa de algum espaço.
Dean assentiu.
— Eu acho que é ótimo o jeito como ele está limpo e tudo.
— Sim.
— Pode não ter sido fácil.
— Não.
Ele pegou o rótulo na sua garrafa de cerveja. Em torno de nós,
pessoas legais festejavam no bar no subsolo. Era em Chinatown, uma
banda e seus puxa-sacos favoritos.
Talvez este bar também fosse o que Christopher tinha se referido como
a sua escolha, embora não fosse o tipo de lugar que eu poderia imaginar
alguém vestindo terno. Havia uma jukebox cantando clássicos do rock,
um par de máquinas de fliperama e uma mesa de bilhar. O lugar tinha
uma vibração boa, sombrio, com piso pegajoso e eles também faziam
batatas fritas com pimentas impressionantes. Eu coloquei uma em
minha boca e meu paladar chorou de gratidão. Ou isso, ou eu estava
babando, elas eram apenas boas.
— Desculpe. Acho que realmente não posso falar sobre ele. —
Dean disse, me chamando de volta ao presente mais uma vez.
Eu meio que cobri minha boca com a mão.
— Não, não realmente.
— Há coisas no meu contrato sobre não falar sobre eles também,
mas já que você é um dos nossos...
— Mundo estranho em que vivemos, não é? Estando à margem
da vida das pessoas famosas.
Ele riu.
— Sim, é. Algumas das coisas que eu vi ao longo dos anos,
quando todos os caras eram solteiros e festejavam todas as noites, era
insano.
— Groupies e todas essas coisas desprezíveis?
— Tudo isso. — Ele tomou outro gole de cerveja.
Bem, agora isso me interessou. Sentei-me para frente, apoiando
os cotovelos sobre a mesa que compartilhávamos.
— Você tem que me contar tudo. Não deixe de fora nenhum
detalhe.
Dean soltou uma gargalhada.
— Eles me matariam.
— Se você não está disposto a sacrificar-se para saciar a minha
curiosidade, que utilização você tem?
Ele balançou a cabeça, com os olhos brilhando. Um homem tão
bonito, não lindo de morrer como Christopher, mas quem era? Eu mesma
não era nenhuma top model e ainda assim Dean se embaralhou um
pouco mais perto, seu sorriso nunca esmorecendo. De vez em quando,
seu olhar caía para os montes de meus seios. Eu poderia perdoá-lo e,
na verdade, eu até que gostei. Ser apreciada como uma mulher de
verdade era uma sensação boa, uma que eu não tive há muito tempo
desta forma.
— Eu posso contar sobre a vez que ele convidou duas garotas
para o palco, em Roma, cerca de cinco anos atrás. É praticamente de
conhecimento público de qualquer maneira. — Ele disse.
Engoli em seco, no melhor estilo choque/horror. Fofoca era o
pior.
— Eu me lembro de ouvir os boatos sobre isso.
— Christopher tinha bebido muito, todos eles bebiam nesta época. No
começo era legal, as garotas estavam apenas penduradas nele,
enquanto ele se apresentava. Mas, em seguida, durante o solo de
guitarra de Chris os três começaram a dar uns amassos. Uma das
garota enfiou a mão nas calças de Christopher enquanto a outra desfazia a
fivela do cinto e indo para o zíper. Ucker estava rindo pra caramba, e não
se importava. Os seguranças subiram ao palco e parou-as, mas os
policiais fecharam o show devido à exposição indecente. Multaram ele
com uma porrada de dinheiro sobre isso.
— Uau.
— Sorte que ninguém tem uma imagem clara.
— Muita.
Dean balançou a cabeça lentamente, admiração brilhando em
seus olhos.
— Christopher era um inferno de um cara no passado.
Eu fiz uma careta.
— Ele estava fora de controle, prejudicando a si mesmo.
— Sim. Isso também.
— Eu acho que eu prefiro o homem que ele é hoje.
— É claro. — Dean disse rapidamente. — Absolutamente.
— Você nunca foi tentado a pegar um violão ou algum outro
instrumento e sair no palco sozinho? — Eu perguntei, mudando de
assunto.
— Eu não sou Christopher Uckermann. Multidões me assustam. Todas
aquelas pessoas olhando para você, me dá arrepios. — Ele estremeceu
simulando uma demonstração.
Eu ri. — Não, isso realmente não me atrai também.
— Sim. Mas esses caras, são feitos para isso. Especialmente
Ucker. O homem é uma lenda viva.
Eu balancei a cabeça em concordância. Em seguida, o,
pensamento mais ferrado e horrível desceu sobre mim e eu não poderia
afastá-lo.
— Oh Deus, ele não está te pagando para me levar para sair hoje
à noite, não é?
— O quê? Porra, não, claro que não. — Dean recuou. — Por que
você mesmo pensaria isso?
Minha testa se reuniu a mesa, cabelos escuros caindo ao meu
redor em uma cortina para esconder a minha idiotice.